quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ístina

A principal razão pela qual muitas pessoas se deixam enganar pelas falácias comunistas é a ignorância a respeito da essência do comunismo. O comunismo é sempre apresentado como a visão grandiosa de um futuro brilhante para a humanidade, onde haverá uma verdadeira cooperação entre os homens, além da divisão de trabalhos e das riquezas.
As chamadas "idéias socialistas" são muito mais antigas do que Marx e Engels: a visão de um mundo menos competitivo, com menos pobreza e desigualdade tem povoado os sonhos de inúmeros pensadores. Marx percebeu que este é um sonho impossível e, por isto, atribuiu a todos eles a qualificação de socialismos utópicos, em oposição ao comunismo, o único socialismo científico.
As esquerdas costumam comparar a utopia socialista com a práxis da democracia e do livre mercado. Ora, tal comparação é enganosa: seria como comparar a personagem Zorro ao campeão olímpico de esgrima. Este existe; aquele, só imaginariamente.
Mas é claro que, quando se fala da práxis comunista (URSS, China, Vietnã etc.), os próprios esquerdistas vem imediatamente com os velhos chavões: "coisa de museu", "isto não quer dizer que não é possível" e a baboseira de sempre.
Ora, só se pode comparar a realidade com a realidade: enquanto os países em que o socialismo ou comunismo se instalaram, invariavelmente sob o uso da força, regrediram social e economicamente, todos os "do lado de lá" desenvolveram-se a olhos vistos. A experiência comunista, em essência, a concentração de poderes em um grupo dirigente (exatamente o contrário da democracia) sempre colheu resultados pavorosos, como: a criação de uma nova aristocracia privilegiada (Nomenklatura); o genocídio de milhões de pessoas inocentes; a instituição de regimes policiais que usam o terror como instrumento social e político; o espírito bélico que resulta sempre em guerras, com milhões do mortos e destruição de cidades inteiras; o fracasso econômico, chegando a causar mortes aos milhões, por fome.
O que os "vermelhos" não conseguem enxergar é que o grande erro de Marx, em suas idéias, é dizer que há uma luta de classes entre os trabalhadores e os patrões, sendo que estes apropriavam-se da "mais-valia" daqueles.
Na verdade, a luta de classes mais importante sempre foi entre cobradores (governo) e pagadores de impostos (cidadãos). No Brasil, por exemplo, a quadrilha dominante surrupia quase metade do que produzem os cidadãos e o fruto desta roubalheira é principalmente distribuída entre as "elites" do governo, sob a forma de altos proventos, sem falar na corrupção que atinge proporções estratosféricas.
Quando Marx diz que os empresários são exploradores é uma afirmação de uma burrice avassaladora, afinal são eles que criam riqueza, que é distribuída por toda a sociedade, principalmente por meio dos salários pagos aos empregados, além de pagarem os impostos que sustentam o governo. Afirmar, como fazem os comunistas/marxistas, que o empregador se apropria da "mais valia" do empregado é outra idiotice, pois são os empregados que se beneficiam da criatividade e da coragem de assumir riscos dos empresários. Tanto assim que países, como a URSS, que tentaram acabar com os empresários, o que se conseguiu foi fazer com que os operários trabalhassem através de regimes de terror e de campos de trabalhos forçados (gulags). No livre mercado ("capitalismo"), ao contrário, vigora o regime de recompensa e do respeito ao Direito de Propriedade, com melhores resultados e sem necessidade de exterminar milhões de cidadãos, como ocorreu nos países comunistas.


Detalhe: Existem duas palavras em russo que podem ser traduzidas por verdade: právda e ístina. Enquanto a última é a verdade como oposto da mentira, a primeira é a verdade como justiça.

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