quarta-feira, 28 de maio de 2008

A Moléstia Crônica da Incompetência

O pior de tudo é que eles acreditam no que falam e fazem, não têm a menor idéia das conseqüências de seus atos (são alienados) e se crêem predestinados à missão de corrigir o mundo e salvar a humanidade. São fanáticos. E como o fanatismo está geralmente associado à baixa instrução, são geralmente primários e incompetentes. É o caso do governo do PT. A vitória eleitoral que lhe proporcionou o primeiro mandato só se explica pelo fato de ter um líder carismático como Lula, pois foi ele o vencedor da eleição, enquanto o PT dela saiu como partido minoritário que sempre foi. Daí o mensalão , que derrubou toda sua cúpula mas permitiu a formação da base de sustentação pela conivência e comprometimento de deputados com a fraude e pela baixa moralidade que em geral caracteriza os partidos brasileiros, seus líderes e seus membros.

Quatro anos de populismo demagógico, de exibicionismo megalomaníaco, de "bondades" baratíssimas, feitas com recursos públicos, foram suficientes para garantir o segundo mandato. E como tudo é possível num país onde um Congresso ordinário faz reformas constitucionais, por que não um terceiro mandato ou até mesmo um governo vitalício e até perpétuo? O viés para a ditadura é inerente em nações como a nossa, onde a oposição é frágil, porque homens capacitados fogem da política como o diabo da cruz. A incompetência a que acima nos referimos ficou comprovada pelo monumental trabalho realizado pelo professor José Pastore, no qual a indigência dos quadros do PT só permitiu a Lula aparelhar o Estado com um mínimo de indivíduos de instrução superior. A maioria dos seus executivos, em todos os setores e níveis, mal tinha e tem instrução secundária. E por aqui seguimos, após meia dúzia de anos de lulismo, num crescente aumento de governo por Medidas Provisórias que se tornam definitivas, rumo a um regime ideológico marxista arcaico, que na própria Rússia se supunha extinto.

É da experiência histórica que as conseqüências maléficas desses regimes só vêm a se manifestar e ser percebidas a longo prazo. Mas entre nós elas se mostram prematuramente após meia dúzia de desgoverno. Aí está o MST que de facção atuante apenas na periferia e restrita a reivindicações agrárias, hoje surge e atua com seus métodos de violência subversiva em 17 estados e no Distrito Federal. Uma espécie de embrião de FARC. O mesmo MST, que Lula declarou ser o movimento mais importante do País. E cujo chefe tem hoje a petulância e ousadia de desqualificar o governo que tanto o apoiou.
Este não é, contudo, o legado mais pernicioso que os mandatos de Lula deixarão para o País e seu povo. Esse legado pior só produzirá todos seus frutos a longo prazo. O primeiro deles será o de ter injetado na tradição cultural de um povo sem preconceitos o fermento de preconceitos e discriminações raciais. O segundo o de, com sua política indigenista, fomentar o desenvolvimento do conceito de nações indígenas soberanas , com territórios próprios que, a limite, poderá desfechar em um seccionismo que ameace a integridade territorial brasileira. (A recente manifestação do general comandante militar da Amazônia denunciou desassombradamente as dificuldades que essa política inepta apresentam à gestão de seu cargo, no que foi apoiado por outros segmentos expressivos das Forças Armadas.). A terceira, de que o MST venha a se converter numa variedade das Farc, implantando no país continental a moléstia crônica da violência subversiva existente entre seus vizinhos hispânicos.

Desde o início, em todas as oportunidades, o governo lulopetista assumiu atitudes afrontosas e de desacato contra as Forças Armadas brasileiras, simplesmente por reconhecer nelas um poder concorrente, potencialmente maior do que o seu. Poder que, apesar de sua postura discreta e pacificadora, que sempre observou a tradição pacífica e pacificadora de Caxias, nunca se omitiu diante de regimes que ameaçaram os valores mais altos da nacionalidade. O contencioso que Lula fomenta contra elas é outra e mais perigosa incompetência de sua gestão.

por Benedicto Ferri de Barros - Opinião - Jornal do Comércio

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