quarta-feira, 4 de junho de 2008

1964 - Qual a Melhor Ditadura?

Do debate - que quase não há, diga-se de passagem - sobre o contra-golpe (ou golpe, como alguns o chamam) de 1964, filtra-se a necessidade e o respeito à democracia.
Muitos tentam esvaziar a tese da ameaça comunista, dizendo que foi uma desculpa para a tomada do poder. A ameaça comunista era real e um golpe de Estado parecia surgir tanto de um lado quanto de outro: se não viesse a tal "ditadura do proletariado" (ditadura comunista, nos moldes da China ou de Cuba, ambas genocidas e totalitárias), talvez viesse uma reedição do Estado Novo populista (ao invés de Getúlio teríamos João Goulart). Goulart também poderia ser o Kerensky brasileiro, que seria mais tarde engolido pelos radicais bolchevistas, uma vez que visitava com admiração a China comunista de Mao Tsé-Tung, entre outros tantos acenos ao socialismo.
O próprio Luis Carlos Prestes, comunista ligado ao Komintern de Moscou e arquiteto da Intentona Comunista de 35, declarou em março de 1964: "Estamos no governo, mas ainda não temos o Poder".
A classe média reagiu contra a radicalização dos gestos do governo. A Marcha da Família com Deus e pela Liberdade ocorrida em São Paulo, com um público participante estimado em 600 mil pessoas - e que depois se espalhou em mais cidades do Brasil - foi a maior manifestação de repúdio ao caos social do governo de João Goulart.
A famosa Revolta dos Marinheiros foi como uma gota num copo d'água lotado. O cabo Anselmo liderou a revolta, sendo o almirante Sílvio Mota, ministro da Marinha, demitido por tentar reprimí-lo. Jango, então, nomeou para seu lugar o almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, que era próximo ao Partido Comunista. A lembrança da Intentona Comunista de 35 na qual militares adeptos do comunismo pegaram em armas e assassinaram companheiros que estavam dormindo se reacendeu nas Forças Armadas, sem falar na evidente quebra da hierarquia militar realizada por Jango.
Por três vezes anteriores ao fato citado, os militares avisaram Jango que não aceitariam desmandos de ordem subversiva. A revista Cruzeiro estampou a foto de Jango após a intervenção militar, com os dizeres: "Caiu de burro".
Este era o contexto do "golpe" de 64, levando-se em conta o cenário internacional da Guerra Fria, principalmente se lembrarmos que havia menos de 3 anos que Fidel pusera-se a favor da URSS.
A ditadura deveria ter acabado antes, sem dúvida. Até Carlos Lacerda e outros tantos que apoiaram a deposição de Jango foram isolados da vida política e depois foram contra o regime militar. A democracia deveria ter vindo já em 1965 ou 1970, apesar dos guerrilheiros que lutavam não por democracia, mas sim por uma ditadura do proletariado.
Jango, Brizola, Arraes e outros podiam não ser comunistas de carteirinha, mas Fidel Castro também não declarava abertamente sua ideologia quando entrou em Havana em 1959.
O regime cubano, tão adorado pelos inimigos mais ortodoxos da ditadura brasileira, é responsável por 17 mil mortos. No Brasil morreram 424 pessoas (incluindo guerrilheiros que foram mortos pelos próprios companheiros, os famigerados justiçamentos, tudo em nome da "causa" e do humanismo esquerdista). Nas mesmas proporções, seria admitir que se os inimigos iniciais dos militares de 64 tivessem tomado o poder teríamos mais de 200 mil mortos no período. Parece muito, mas perto dos 100 milhões de mortos do comunismo, a soma não é tão exagerada assim.
A ditadura militar acabou, felizmente. Contudo, devemos ser mais argutos e informados sobre o tema para não cairmos nas mistificações que as esquerdas fazem sobre o assunto e que vêm, paulatinamente, refazendo: os caminhos da "revolução do proletariado" para a "destruição da classe burguesa" através da tomada do poder conforme ensinava Antonio Gramsci, ou seja, pelas universidades, pela imprensa, pela política, pela derrocada dos valores morais, como vemos, dia-a-dia, no atual governo, aboletado pelos "revolucionários" de 64.


Para melhor entender como a coisa se passou - e se passa - separei um texto de Rodrigo Constantino, que segue abaixo:

A Comissão de Anistia aprovou uma indenização para os ex-guerrilheiros Jessie Jane e Colombo Vieira de Souza, assim como para outros cinco familiares do casal. A indenização de Colombo, sozinha, chega a R$ 100 mil. Eles ficaram conhecidos pela tentativa frustrada de seqüestrar um avião em 1970, no aeroporto do Galeão. Na operação, ela simulou estar grávida e carregava armas escondidas no corpo. Ele trazia uma arma no sapato. Na troca de tiros com os policiais, dois guerrilheiros morreram, e o comandante do avião ficou ferido. Eles eram membros da ALN, e passaram 9 anos na cadeia. De terroristas, hoje gozam da condição de anistiados políticos.
O caso do casal não é isolado. Vários que lutavam pela transformação do Brasil numa enorme Cuba naqueles anos terríveis viraram vítimas e usaram um governo no mínimo complacente para extrair da população verdadeiras fortunas como forma de indenização. É preciso expor os fatos verdadeiros, para que ex-terroristas não passem por pobres vítimas da ditadura. A realidade é outra, bem diferente. Vamos abrir todos os documentos da época da ditadura! Os seguidores de Marighella não buscavam uma democracia, mas sim pretendiam adotar uma ditadura que faria a dos militares parecer brincadeira de criança. Basta observar o que Fidel fez com Cuba nesses quase 50 anos de regime de terror. Como disse Roberto Campos, "comparados ao carniceiro profissional do Caribe, os militares brasileiros parecem escoteiros destreinados apartando um conflito de subúrbio".
Não há motivo para inocentar os abusos dos militares durante nossa ditadura. Mas isso não significa distorcer a realidade, deixar de reconhecer que os comunistas não eram inofensivos cidadãos que lutavam pela democracia, mas sim potenciais terroristas que desejavam uma revolução armada. O risco era bastante real, e basta observar a quantidade de nações que nesta época caíram nas garras comunistas. A tensão era crescente durante o fraco governo de Jango, com clara guinada em direção ao comunismo. Diante da estação da Central do Brasil, mais de 100 mil manifestantes protestavam com faixas como "Reconhecimento da China Popular", "PCB – Teus Direitos São Sagrados", "Abaixo com as Companhias Estrangeiras", "Trabalhadores Querem Armas para Defender o Seu Governo" e "Jango – Defenderemos as Reformas a Bala". A classe média teve uma reação em cadeia contra essa radicalização estimulada pelo próprio governo.
Leonel Brizola, cunhado de Jango, defendeu a substituição do Congresso por uma Constituinte repleta de trabalhadores camponeses, sargentos e oficiais nacionalistas. Goulart assinou um decreto, em 1964, desapropriando todas as terras num raio de dez quilômetros dos eixos das rodovias e ferrovias federais para sua "reforma agrária", assim como encampou as refinarias de petróleo privadas, em outro decreto. Foi anunciado o tabelamento dos aluguéis. O governo estava em crise, apelando para a intimidação, enquanto a economia afundava. A inflação fora de 50% em 1962 para 75% no ano seguinte. Os primeiros meses de 1964 projetavam uma taxa anual de 140%, a maior do século. A economia registrava uma contração na renda per capita pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. As greves duplicaram, de 154 em 1962 para 302 em 1963.
Jango nomeou o almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, próximo ao Partido Comunista. O Congresso mostrava-se disposto a bloquear os projetos de reforma. Luiz Carlos Prestes, ligado ao Partido Comunista, chegou a defender a dissolução do Congresso. Um golpe, de um dos lados, parecia iminente e inevitável. Tancredo chegou a prever que os passos de Jango levariam a uma luta armada. O governador pernambucano esquerdista, Miguel Arraes, declarou estar certo de um golpe, "de lá ou de cá". Brizola repetia que "se não dermos o golpe, eles o darão contra nós". Jango, na China, discursava sobre o socialismo no Brasil. A famosa Revolta dos Marinheiros foi como uma gota no copo d’água lotado. Ocorreu uma quebra de hierarquia militar. O cabo Anselmo liderou a revolta, que resultou na demissão do ministro da Marinha, almirante Sílvio Mota, por tentar reprimi-lo. Eis o contexto do "golpe" de 64, levando-se em conta ainda o cenário internacional da Guerra Fria.
Fora isso, vale ressaltar que a intensificação do terror comunista veio antes mesmo do famoso AI-5, que lançou a "linha dura". Antes deste ato, já estavam no currículo dos comunistas o assassinato de pessoas como o Major do Exército da então Alemanha Ocidental, Edward Von Westernhagen, em 1968, e do Capitão do Exército norte-americano Charles Rodney Chandler, em São Paulo, no mesmo ano, além de confrontos violentos com o grupo de Marighela, que deixaram vários feridos e alguns mortos. Uma agência do Citibank sofreu tentativa de arrombamento e coquetéis Molotov foram atirados na sede do Jornal O Estado de São Paulo. O AI-5 só foi assinado depois disso tudo.
Não obstante todos esses fatos, os esquerdistas posam hoje de vítimas inocentes, e arrancam milhares dos contribuintes via indenizações imorais. Não dá para esperar algo muito diferente de um governo que abriga vários desses ex-criminosos, incluindo uma assaltante de banco como importante ministra. Um governo que ajudou a fundar o Foro de São Paulo ao lado do ditador cubano e de terroristas como as FARC, não poderia agir de forma diferente mesmo. Um presidente que é mui amigo de Chávez e do próprio Fidel, não teria como fazer diferente.
A família do soldado Mário Kozel Filho, que teve o corpo despedaçado num atentado terrorista perpetrado pela Vanguarda Popular Revolucionária em 1969, recebeu em 2003 uma pensão de R$ 330. Enquanto isso, os comunistas terroristas recebem guarida na Comissão de Anistia, além de indenizações que chegam a dezenas de milhares. Eis os critérios de “justiça” do nosso governo. Para as verdadeiras vítimas, migalhas. Para os seqüestradores, polpudas quantias, quando não um poderoso ministério. No Brasil, o crime compensa, se for em nome do comunismo. Eis a mensagem que o governo transmite: viva o terrorismo!

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