segunda-feira, 2 de junho de 2008

As FARC no Brasil: Governando com o PT

A mulher de Olivério Medina, o representante das Farc no Brasil, foi contratada pelo governo Lula. Agora só falta arranjar um emprego para a mulher de Fernandinho Beira-Mar, outro criminoso ligado às Farc.
Em 29 de dezembro de 2006, Angela Maria Slongo foi nomeada pelo ministro da Pesca, Altemir Gregolin, para o cargo de oficial de gabinete II, com um salário de DAS 102.2. Angela Maria Slongo é mulher de Francisco Antonio Cadena Collazos, também conhecido como Olivério Medina, ou Padre Medina, ou Camilo López, ou El Cura Camilo. Quando Angela Maria Slongo foi nomeada pelo Palácio do Planalto - sim, o Ministério da Pesca é ligado diretamente ao gabinete do presidente da República -, Olivério Medina estava preso em Brasília, a pedido da Colômbia, seu país de origem, onde era acusado de atos terroristas e assassinatos.
Pausa. Respire fundo. É melhor repetir o que acabei de dizer. Pode ser que alguém tenha passado batido. É o seguinte: enquanto uma fatia do estado brasileiro cumpria a lei, prendendo um criminoso internacional, uma outra fatia - mais especificamente, Lula e seus ministros - o protegia, oferecendo à sua mulher um salário de apaniguada, a fim de que ela pudesse permanecer perto dele, numa chácara em Brasília, à espera do julgamento do STF, que iria decidir sobre sua extradição. Ele só saiu da prisão domiciliar no fim de março de 2007. Angela Maria Slongo até hoje continua aparelhada no Ministério da Pesca, recebendo seu salário de apaniguada, que acumula com o salário pago pelo governo do Paraná. VEJA pediu esclarecimentos sobre a escolha de seu nome para o cargo de confiança. O Ministério da Pesca informou que ela apenas mandou um currículo e foi selecionada por critérios profissionais. Simples? Simples.
Publicamente, Lula tenta se afastar da companhia das Farc. Às escondidas, seu governo dá cada vez mais sinais de irmandade com o grupo terrorista, como nesse caso da mulher de Olivério Medina. Nos computadores de Raúl Reyes, o terrorista morto pelos soldados colombianos, foi encontrada uma mensagem de Olivério Medina em que ele dizia poder contar com o apoio da "cúpula do governo" brasileiro, em particular com o ministro Celso Amorim. O papel de Olivério Medina no Brasil, de acordo com o jornal colombiano El Tiempo, era "trocar cocaína por armas e fazer o recrutamento de simpatizantes". O recrutamento de simpatizantes podia ser feito até mesmo no Ministério da Pesca. Já a troca de cocaína por armas passava por outros canais. Numa de suas mensagens sobre o tema, Olivério Medina referiu-se a um certo "Acácio", identificado como o Negro Acácio, sócio de Fernandinho Beira-Mar no narcotráfico.
Um relatório oficial da Abin acusou Olivério Medina de ter oferecido dinheiro das Farc à campanha eleitoral de candidatos petistas. Quando VEJA fez uma reportagem sobre o assunto, um monte de gente chiou. Para os agentes da Abin, os membros do PT que receberiam o dinheiro eram aqueles das correntes mais esquerdistas do partido, como a do ministro da Pesca, que contratou a mulher de Olivério Medina. Sempre que alguém morre no Brasil por um crime relacionado ao tráfico de drogas, pode-se dizer que há um dedo das Farc. O grupo terrorista está perdendo terreno na floresta colombiana. Mas chegou ao poder nos morros brasileiros e na Esplanada dos Ministérios.

por Diogo Mainardi, na Veja

Como disse o Mainardi: Pausa. Respiremos fundo (e temos tido que respirar cada vez fundo). Comentemos:
Já vimos quem é Olivério Medina num outro posto que fiz aqui sobre a ação das FARC no Brasil e a conivência dos petistas, principalmente, com estas. Amorim, que agora está negociando apoio ao regime ditatorial, e contra o povo, cubano, tem o rabo preso com o "padre" que intermedia os negócios das FARC no Brasil.
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que vai pedir, hoje, informações ao governo Lula sobre a contratação de Angela Maria Slongo, mulher do terrorista colombiano Olivério Medina ("Precisamos saber se a mulher do representante das Farc forma parte da administração pública federal, e, se a resposta for 'sim', quais as funções delegadas a ela pelo governo do presidente Lula").
Bem, a primeira parte da pergunta de Maia já foi respondida no artigo de Diogo Mainardi, acima: sim, o governo Lula contratou a mulher do representante das FARC no Brasil. A nomeação está no Diário Oficial de 2 de janeiro de 2007, assinado por Altemir Gregolim.
Neste quesito, faço minhas as palavras de Reinaldo Azevedo, em seu blog de hoje: "Peço vênia para fazer um reparo ao título da reportagem a Folha: 'Governo Lula contratou mulher de ex-integrante de guerrilha'. Ele não é 'ex-integrante' da guerrilha. Ao contrário. Os documentos do computador de Raúl Reyes provam que ele continua membro das Farc. Conforme noticiou o próprio jornal, a guerrilha contava com a ajuda de Celso Amorim para que o terrorista conseguisse a condição de refugiado no Brasil. Documentos já revelados pelo jornal El Tiempo, da Colômbia, mostram que uma das estratégias dos narcobandoleiros e fazer com que seus representantes no exterior passem por exilados políticos." Já vimos isto
aqui!
Como já comentei, estamos nos acostumando aos absurdos deste (des)governo: agora, dá guarida a narco-bandoleiros, como se fossem refugiados políticos, e emprega as mulheres dos mesmos nas entranhas de um ministério que serve sabe lá Deus prá quê! Refugiado político de onde? Para sê-lo, o país de origem do "padreco" deveria, ao menos, classificar as FARC como uma força política, coisa que não o faz; pelo contrário, dá-lhe o nome correto: terroristas, narco-traficantes, bandoleiros.
E Reinaldo continua a comentar magistralmente, como lhe é peculiar: "Já antevejo a resposta: a contratação é regular, e Medina goza do status de exilado político, que lhe foi concedido pelo Supremo Tribunal Federal.
Aliás, não sei qual é o rito do tribunal nesses casos. Vou procurar me informar. A menos que o STF tenha sobre os arquivos de Raúl Reyes certezas distintas daquelas da Interpol, os registros são verdadeiros. E, ali, Medina é tratado segundo o que é: membro das Farc. Em seu país, é procurado por terrorismo e assassinato.
Não adianta tapar o sol com a peneira com que Gregolim pesca seus lambaris: a contratação da mulher de Medina é emblemática da, quando menos, simpatia dos petistas pelas Farc. Eles devem saber por que dar proteção a Olivério Medina, não é mesmo? Para quem não se lembra: nos arquivos da Abin, há um relatório em que um agente registra que o dito-cujo ofereceu US$ 5 milhões para a campanha do Apedeuta em 2002.
Outra figuraça ligada às Farc, entre nós, é Fernandinho Beira-Mar, que traficava a mercadoria que esses valentes 'guerrilheiros' produzem (além de ideologia vagabunda): cocaína. Aquela mesma que, segundo El Tiempo, Medina troca por armas, protegido pela condição de exilado, tendo a mulher contratada pelo governo. Não dá para tratar isso como um evento menor.
Esse é o vínculo que se descobre lendo uma nomeação no jornal. Imaginem, então, o que não sai no Diário Oficial. O próximo passo é chamar Beira-Mar para dividir a assessoria especial com Marco Aurélio Garcia.
Nunca se desceu tão baixo. Mas ainda não é o fundo do poço, aposto."
Achou pouco? Quer mais? Então vamos lá ver o que dizia, numa matéria publicada no "Centro de Mídia Independente" - ou como eu chamo "Associação da Imprensa Comunista" -, em Outubro de 2005, feita pela tal "Liga Bolchevique Internacionalista" (os apatetados de sempre):
"REALIZADO IMPORTANTE ATO POLÍTICO PELA LIBERTAÇÃO DE OLIVÉRIO MEDINA NA ABI DO RIO DE JANEIRO
No dia 11 de outubro, o Comitê pela libertação de Olivério Medina do Rio de Janeiro, impulsionado pela Liga Bolchevique Internacionalista, pelo PCML e PCB realizaram na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) um ato contra a extradição e pela liberdade imediata de Olivério, membro da Comissão Internacional das FARC no Brasil, preso desde o dia 24 de agosto por uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Interpol. O ato no auditório da ABI contou com a presença de mais de cinqüenta ativistas e foi posterior a uma atividade de rua ocorrido à tarde da mesma terça (11/10) na Cinelândia, ponto tradicional de concentração do ativismo de esquerda carioca. Ambas manifestações denunciaram o governo Lula como o agente do imperialismo ianque que, a pedido do governo assassino colombiano de Alvaro Uribe, outro lacaio de Bush, encarcerou Olivério e prepara-se para extraditá-lo para a Colômbia.
Na ABI, o escritor e educador Vito Gianotti fez uma exposição sobre a orquestração entre o imperialismo, a grande mídia burguesa nacional, tendo como principal porta-voz da demonização das FARC a revista Veja, e o aparato repressivo do governo Lula, a PF, para a esta prisão política.
O dirigente da LBI no Rio de Janeiro, Guilherme Giacome, defendeu que independente das divergências programáticas e táticas que sua organização tem com as FARC, a luta contra esta prisão política do governo Lula, sob as ordens da CIA faz parte do mesmo combate antiimperialista que os trotskistas revolucionários travam contra a ALCA, pela expulsão das tropas brasileiras do Haiti, contra o pagamento da dívida externa e pela unidade revolucionária e socialista dos povos latino americanos.
As organizações políticas presentes, somadas a um representante da Conlutas no evento e ao Comitê pela libertação do Povo Palestino, deliberaram por manter permanentemente a faixa “Liberdade já para Olivério Medina, preso político do governo Lula!” na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, além de impulsionar a campanha nacional com atos em São Paulo e Brasília e em todas as assembléias de trabalhadores, como os bancários em greve para através da mobilização dos trabalhadores, derrotar o governo Lula e arrancar Olivério das garras do imperialismo e seus lacaios.
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2005.
LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA"
Vamos lá: viram as palavras de ordem de sempre, que eles, os doutrinados, repetem qual papagaio de pirata? "imperialismo ianque", "governo assassino colombiano de Alvaro Uribe, outro lacaio de Bush", "orquestração entre o imperialismo, a grande mídia burguesa nacional, tendo como principal porta-voz da demonização das FARC a revista Veja", "parte do mesmo combate antiimperialista que os trotskistas revolucionários travam", "unidade revolucionária e socialista dos povos latino americanos" e "arrancar Olivério das garras do imperialismo e seus lacaios".
Pfuuuu! Quantos neurônios será que foram gastos nestas frases de efeito, aprendidas com os chefões da "nomenklatura"? Os rapazolas sequer lêem livros de História! Ficam somente olhando a "ixtória" contada pelas esquerdas. Coitadinhos dos terroristas das FARC, não? Combatê-los só porque seqüestram, torturam, matam e traficam drogas? Que pequenez, fazem isso há pouco mais de quarenta anos e os "imperialistas" querem-lhes mal.
Hein? Você disse que as FARC fazem nada disso? Que no encontro do Foro de São Paulo em Montevidéu, que terminou em 25 do mês passado, estava à venda um livro chamado "Debates e propostas da esquerda para o século XXI", que contém o conteúdo das principais discussões ocorridas no sétimo e no oitavo encontros do foro, e que continha o conteúdo de uma oficina com o tema "O narcotráfico na América Latina e no Caribe", em que os representantes das Farc conseguiram que fosse incluído, no documento final do debate, um texto de Raúl Reyes, do Secretariado do Estado Maior Central das Farc que dizia que "é necessário repetir que as Farc-EP não compartilha, não negocia, não tem relação com o narcotráfico, que rechaçamos por princípio e por ética, porque é incompatível com a democracia e a convivência cidadã"?
Sou obrigado, moralmente a lhe responder: Reyes, como todos os outros esquerdistas, é mentiroso, aprendeu com os ensinamentos stalinistas. Ele mesmo, numa entrevista ao repórter Fábio Maisonnave da Folha de São Paulo, em 2003 afirmou que "as Farc cobram imposto desses comerciantes [traficantes que compram droga dos camponeses], que compram dos camponeses. Não apenas dos que vendem coca(...)". Bem, se elas "cobram imposto" de traficantes e não os combatem, como o fazem os órgãos legalizados dos governos legítimos, é porque estão em conluio com os mesmos e, portanto, são também traficantes. Afinal, em qualquer lei de qualquer país do mundo, conivência com o crime é crime na mesma medida.

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