quarta-feira, 16 de julho de 2008

FARC: Sem Negociação!

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) rejeitaram nesta terça-feira, 15, uma negociação de paz com o atual governo colombiano do presidente Álvaro Uribe e pediram uma reunião com o líder da Nicarágua, Daniel Ortega, segundo uma carta divulgada pela emissora Telesur. Aproveitando as baixas na guerrilha, o governo colombiano buscava um contato direito com o líder máximo rebelde, Alfonso Cano, para negociar a libertação de 25 reféns que estão em poder das Farc.

"Somente um novo governo (colombiano), verdadeiramente democrático, surgido de um grande acordo nacional, poderia retomar o caminho para a busca de uma solução do conflito social e armado da Colômbia", indicou a mensagem, datada de 26 de junho, segundo informações da agência de notícias France Presse.

As Farc sofreram há duas semanas sua pior derrota militar e política após o Exército colombiano ter resgatado a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e outros 14 reféns. Os seqüestrados faziam parte de um grupo de 40 pessoas que a guerrilha tentava trocar com o governo por 500 rebeldes presos.

Pelo menos cinco altos comandantes das Farc morreram no último ano, incluindo Raúl Reyes, que perdeu a vida em um ataque de militares colombianos no Equador. Além disso, cerca de 9 mil combatentes desertaram desde que Uribe assumiu a presidência em 2002.

"Eles estão desconcertados, sabem que inteligência do Estado colombiano está em um nível mundo alto, capaz de penetrar em suas mais altas estruturas", afirmou o general Freddy Padilla de León, comandante das Forças Armadas da Colômbia. "Eles também têm consciência que existe um alto grau de corrupção em sua estrutura", continuou.

Para o general, as Farc não têm um ideal político para lutar, e o dinheiro do narcotráfico se converteu numa arma contra a guerrilha. "Eles estão navegando em mar de corrupção, que os põe em enormes contradições", indicou Padilla.

Agradecimento
Ainda no comunicado divulgado nesta terça, a guerrilha agradece a Ortega por sua decisão "muito valente" de conceder asilo político às guerrilheiras "Susana e Diana", além das colombianas Doris Bohórquez e Martha Pérez, sobreviventes ao ataque que matou Reyes no Equador em 1.º de março, segundo informações da France Presse.


"Agradecemos ao comandante Daniel por sua companhia em momentos tão difíceis para nossa organização, como nos assassinatos de Rául, Iván Ríos (membro do comando central) e na morte de nosso comandante chefe, Manuel Marulanda Vélez, para quem juramos vencer", continua as Farc na mensagem.
O presidente da Nicarágua, que dirigiu a guerrilha nicaragüense que tomou o poder em 1979 antes de assumir o governo por via eleitoral em 2007, suspendeu temporariamente suas relações com a Colômbia após o ataque ao acampamento de Reyes.


O Estado de São Paulo, em 15/07/2008


Eis aí o verdadeiro intuito das FARC, companheiras de Lula e do PT no Foro de São Paulo: a derrocada de Álvaro Uribe, o "lacaio do império". Por isso, a negociação com Ortega.

Ortega, já conhecemos, também é membro do Foro. Foi ele que, na palestra de encerramento do
XIV Foro de São Paulo, ao ser anunciado oficialmente que o fundador das FARC, Manuel Marulanda "Tirofijo", havia morrido no dia 26 de março, prestou-lhe uma homenagem na qual dizia: "Que autoridade pode ter o regime colombiano, os ianques ou os europeus para dizer quem é terrorisra e quem não é? (...) Eu quero expressar minhas condolências, minha solidariedade, para com as FARC e para com a família do comandante 'Marulanda', um lutador extraordinário, que vem batalhando há longos anos, como guerrilheiro, como a luta mais longa na história da América Latina e do Caribe".

A negociação vem se dando com Ortega por causa das investigações que tem sido feitas pela comunidade internacional a respeito da ligação do ventríloquo Chávez e seu boneco Correa com aquela organização narco-terrorista. Chávez, que parabenizou Uribe pela vitória na
ação de resgate de Ingrid Bettancourt, está em franca negociação com a Colômbia, "esquecendo-se" do palavrório que destilou contra o legítimo e democrático governante colombiano e, agora, chamando-o de "irmão", que também vem pedindo que as Farc encerrem a luta armada iniciada há mais de 40 anos e libertassem todos os reféns em seu poder.
Além disso, esta carta contradiz um comunicado emitido pelas FARC uma semana antes: o documento, também datado de junho e assinado pela secretaria das FARC, o grupo dizia que aceitava estabelecer um diálogo com o governo colombiano para negociar um acordo que permita a libertação de reféns em troca de guerrilheiros presos.

Na carta enviada a Ortega, as Farc reivindicam o direito de manter a luta armada: "Nosso levantamento armado está tutelado pelo direito universal e plenamente justificado como resposta legítima à violência do Estado", afirma o texto. "Enquanto forem mantidas as causas econômicas, políticas e sociais que (a) geraram, a luta armada nunca perderá vigência".

segunda-feira, 14 de julho de 2008


A Lição do Presidente Lula

Enquanto a Polícia Federal sob o governo Lula realizava operações midiáticas no Brasil, levantando a suspeita de uma politização da entidade, o presidente Lula estava no Vietnã, enaltecendo o regime comunista, onde o Estado Policial arbitrário sempre foi total e aniquilador. O encontro do presidente com o general Vo Nguyen Giap foi repleto de saudosismo ideológico, e o presidente brasileiro quebrou o protocolo para pedir uma foto do general comunista com uma fã, a ministra Dilma Rousseff. Lula teria enfatizado que Dilma tem uma “verdadeira adoração” pelo general. Quem estudou um pouco de história, isenta das mentiras e inversões marxistas, não pode evitar um calafrio pelo tipo de gente adorada pelos poderosos desse governo petista.

O general lutou contra a França pela “libertação” do Vietnã, e depois contra o “império” americano, contando com a ajuda chinesa. Com a publicação das memórias do dirigente vietnamita Hoang Van Hoan, foi conhecido o fato de que cerca de 30 mil soldados vindos de Pequim asseguraram, entre 1965 e 1970, a substituição das tropas norte-vietnamitas que tinham ido combater no sul. O general Vo Nguyen Giap, vencedor de Dien Bien Phu, reconheceu indiretamente, em 1964, a contribuição chinesa: “A partir de 1950, depois da vitória chinesa, o nosso exército e o nosso povo tiveram oportunidade de aprender lições preciosas com o Exército de Libertação do Povo Chinês. Nós pudemos nos educar graças ao pensamento militar de Mao Tse Tung. Esse foi o fator importante que determinou a maturidade do nosso exército e contribuiu para as nossas sucessivas vitórias”. A “educação” do ídolo de Dilma foi com ninguém menos do que o maior genocida da história da humanidade, responsável pela morte de cerca de 60 milhões de pessoas!

O Partido Comunista Vietnamita (na época chamado Partido do Trabalho) inscreveu nos seus estatutos, em 1951: “O Partido do Trabalho reconhece a teoria de Marx, Engels, Lênin e Stalin, e o pensamento de Mao Tse Tung, adaptado à realidade da Revolução Vietnamita, como o fundamento teórico do seu próprio pensamento e como a bússola que lhe indica a direção em todas as suas atividades”. Essa direção foi a mesma de todos os regimes comunistas: da destruição, miséria, escravidão, terror e genocídio.
A ministra Dilma tinha essa mesma bússola quando usava o nome Estella e organizava assaltos. Ainda bem que ela não saiu vitoriosa naqueles tristes anos 60... Em vez de “anos de chumbo”, o país teria “rios de sangue”, como disse Roberto Campos.

O presidente Lula disse ainda que aprendeu com o Vietnã a gostar dos “fracos”, utilizando o velho romantismo de Davi contra Golias para espetar os Estados Unidos. Não obstante a gafe do presidente, já que atualmente os americanos são importantes parceiros comerciais do Vietnã, ele ignora que esses “fracos” lutavam pelo regime mais assassino e cruel da história, e que onde esses “fracos” venceram, reinou o terror e a miséria. No Camboja, sem a intervenção americana, o Khmer Vermelho de Pol-Pot e outros marxistas tiveram a oportunidade de exterminar quase 30% de toda a população! Muitos focam apenas nas mortes com a Guerra do Vietnã, condenando os Estados Unidos, mas esquecem desse extermínio geral onde os americanos não se fizeram presentes nessa época. Mesmo no Vietnã, depois que os americanos se retiraram, morreu bem mais gente sob o regime comunista que Lula parece admirar. Na Coréia, os Estados Unidos conseguiram evitar uma unificação completa pelos comunistas. O resultado foi a Coréia do Sul, entre os países desenvolvidos e prósperos atualmente, enquanto a herança comunista é a Coréia do Norte, resquício da barbárie resultante da ideologia marxista. O fato tão ignorado pelas esquerdas é que, nos tempos da Guerra Fria, o lado comunista tentava conquistar o mundo e impor seu regime de terror, enquanto os americanos lutavam para preservar a liberdade. Onde os comunistas invadiram e não houve reação com ajuda americana, prevaleceu a escravidão total. Mesmo os países que atacaram os Estados Unidos permaneceram livres, como Japão e Alemanha. No fundo, muito mais livres que antes, e mais prósperos depois também. Já a parte da Alemanha que ficou com os comunistas viveu sob uma cruel ditadura por décadas, até o Muro de Berlim ser derrubado em 1989, novamente com a ajuda e pressão dos americanos. É inegável para qualquer um que tem um pingo de honestidade, que os comunistas lutaram para transformar o mundo num verdadeiro inferno, enquanto os americanos, não obstante seus erros graves que merecem críticas, lutavam para preservar a liberdade. Sabemos para qual lado Dilma e os demais aliados de Lula torciam ou mesmo lutavam com armas: o lado podre. Pelo visto, mesmo depois de décadas que expuseram essa podridão toda, jogando o comunismo no lixo da história ao lado de seu primo nazismo, essa gente ainda defende o lado podre e sente admiração pelos ídolos comunistas, ícones desse terror espalhado pelo planeta.

Não satisfeito, o presidente Lula pediu uma foto com o general para mandar para “um amigo nosso que está doente, que é o Fidel Castro”. O presidente deveria escolher melhor suas amizades. Fidel é o mais antigo ditador do continente, e manteve uma cruel ditadura por meio século em Cuba, passando o poder para seu irmão depois, como se aquilo fosse um feudo familiar. A ilha-presídio virou um dos lugares mais miseráveis do mundo, e as liberdades mais básicas foram retiradas dos pobres cubanos. Milhares de inocentes foram fuzilados no "paredón", sem falar de todos que morreram tentando fugir daquele inferno. Que tipo de gente pode ter em Fidel Castro um bom amigo? Alguém pode ser amigo de Hitler, ter admiração por Hitler, e ainda assim ser uma pessoa decente? Não há diferença essencial entre os casos, ao menos não para aqueles que não sofreram lavagem cerebral comunista.

Quem tiver mais interesse em conhecer detalhes do regime comunista e do caso específico do Vietnã, eu sugiro a leitura de O Livro Negro do Comunismo, escrito por ex-comunistas que conseguiram abrir os olhos e enxergar a verdade. São 12 páginas só do rastro de terror deixado pelos vietnamitas marxistas, e 900 páginas no total. Mas faço um importante alerta antes: tomem um Engov para ler o livro, pois os relatos de fatos descobertos e documentados embrulham o estômago de qualquer um minimamente humano. Esse estrago cruel feito pelos comunistas não parece incomodar aqueles que ainda hoje nutrem admiração pelo regime e por seus antigos líderes.

Diante do busto de Ho Chi Minh, o presidente Lula disse ainda: “O que vocês fizeram aqui foi muito mais que vencer uma guerra, foi uma lição de vida”. E que lição de vida! Ou seria mais adequado dizer... de morte?


por Rodrigo Constantino


A fala de Lula é uma excelente oportunidade para resgatar a verdade sobre a Guerra do Vietnã, colocando os pingos nos is.

Até hoje, a percepção comum sobre o que foi o conflito no Sudeste Asiático é moldada mais pelos filmes de Hollywood, como Platoon, Apocalypse Now e Nascido para Matar, nos quais os soldados norte-americanos são mostrados quase sempre como bárbaros assassinos e os guerrilheiros vietnamitas e vietcongues, como vítimas e lutadores da liberdade, do que pelos fatos. Em muitos desses filmes, quase não se mostra o inimigo: até parece que os marines estavam lutando contra a população e a selva. Um espectador menos atento chegaria à conclusão de que, no Vietnã, os norte-americanos foram lutar contra o mato e os insetos e que, nas horas vagas, se divertiam metralhando velhos e criancinhas indefesas. Além disso, o Vietnã tornou-se, para as gerações seguintes, sinônimo de desastre e derrota militar. Não por acaso, vários analistas já se habituaram a chamar o Iraque atual de um "novo Vietnã". Tal percepção - de que a agressão foi unilateral e que os EUA saíram militarmente derrotados do Vietnã - está longe da verdade.

A Guerra do Vietnã (1964-1975) foi um conflito muito mais complexo do que supõe a visão simplista que atribui aos norte-americanos o papel de agressor e aos vietnamitas, o de vítimas e/ou combatentes da liberdade. Vista em retrospectiva, há fortes razões para concluir que tal visão constitui, na verdade, mais um mito revolucionário criado pelas esquerdas na segunda metade do século XX, como foram os mitos comunista e anticolonialista.

Em primeiro lugar, é preciso responder a pergunta: quem venceu a guerra? Do ponto de vista político, a vitória foi toda dos vietnamitas. Do ponto de vista militar, porém, a realidade foi bem diferente. O body count não deixa dúvidas: no total, 58 mil soldados norte-americanos morreram durante o conflito. Do lado vietnamita, as baixas são incontáveis - fala-se em algo como 2 milhões de mortos. Por qualquer ângulo que se olhe, os EUA não foram derrotados militarmente no Vietnã - foi uma derrota política. Mais precisamente, uma derrota no front interno, dentro de casa.

De 1964, quando os EUA intervêm diretamente no Vietnã após o incidente do Golfo de Tonquim, até 1968, a situação militar das tropas norte-americanas era estável. Nesse ano, porém, a situação se modifica, com a Ofensiva do Tet lançada logo em janeiro no Sul pelos norte-vietnamitas e seus aliados, os guerrilheiros vietcongues. Militarmente, esta foi um fracasso total para o lado vietnamita - ao contrário do que era esperado pelos líderes comunistas de Hanói, a ofensiva não conseguiu deflagrar uma insurreição popular que derrubasse o regime do Vietnã do Sul, os soldados norte-americanos e sul-vietnamitas conseguiram rechaçar o ataque e a guerrilha vietcongue, devido às pesadas baixas sofridas, foi praticamente aniquilada. No entanto, foi a partir daí que se convencionou dizer que a guerra estava perdida para os EUA.

A resposta para esse paradoxo está numa característica peculiar do conflito vietnamita. Acima de tudo, o Vietnã foi uma guerra midiática, a primeira dos tempos modernos. Pelo menos, a primeira a ser televisada. Isso fez toda a diferença no desenrolar do conflito. Os comunistas sabiam que, dada a superioridade bélica e tecnológica das tropas dos EUA, não poderiam derrotá-las em combate. Suas ações, portanto, visavam não a alcançar uma vitória militar, aliás impossível, mas a abalar a determinação moral do governo norte-americano de manter-se na guerra, conseguindo assim um efeito psicológico importante. Tática que seria repetida pelos terroristas de todos os matizes nas décadas seguintes, da OLP a Al-Qaeda. De certo modo, há um paralelo entre a Ofensiva do Tet e os atentados de 11/9.

Não foi qualquer derrota no campo de batalha, mas sim as pressões da opinião pública, decorrentes das cenas de soldados norte-americanos mortos e feridos, mostradas pela primeira vez na televisão, o que levou a população norte-americana a pressionar os governos Johnson e Nixon a retirar as tropas do Vietnã. As cenas da tomada, pelos guerrilheiros vietcongues, da embaixada dos EUA em Saigon - um alvo puramente simbólico, sem nenhum valor militar - tiveram um impacto político muito maior do que qualquer vitória. Pouco importa que todos os atacantes tivessem sido mortos na ação - o importante era que a embaixada fora atacada.

Graças ao poder avassalador da televisão, habilmente explorado pelos comunistas vietnamitas com a ajuda da New Left no Ocidente, a opinião pública norte-americana e mundial ficou conhecendo em todos os mórbidos detalhes as atrocidades cometidas pelos soldados norte-americanos, como o massacre de My Lai e os efeitos devastadores dos bombardeios ao Vietnã do Norte, mas permaneceu na ignorância total do que se passava do outro lado. Quando o exército dos EUA retomou, em 1968, a cidade de Huê, por exemplo, encontrou uma cova comum com cerca de 6 mil cadáveres de pessoas executadas pelos soldados do Vietnã do Norte, mas a opinião pública do mundo inteiro já estava ganha para a causa antiguerra e antiamericana. Gerações cresceram com a imagem na retina do policial sul-vietnamita estourando os miolos de um prisioneiro vietcongue com as mãos amarradas nas ruas de Saigon, ou da menina queimada correndo, nua, a pele se desprendendo por causa do napalm, após um ataque aéreo à sua aldeia. Mas quase ninguém se lembrou que, do lado dos vietcongues, também se matava e torturava. A derrota do governo dos EUA na batalha da propaganda impediu muita gente de perceber que houve atrocidades de ambos os lados.

Outra pergunta que se deve fazer é: qual o lado agressor? Pelas cenas dos bombardeios norte-americanos veiculadas nos noticiários de televisão, a resposta, desde então, passou a ser: os EUA, claro. Isso levou muitos a se esquecerem de por que os EUA estavam no Vietnã, em primeiro lugar. A primeira coisa a ter em mente é que o conflito no Sudeste Asiático não pode ser desvinculado da Guerra Fria. As tropas norte-americanas foram enviadas ao Vietnã a partir de 1964 - assessores militares estavam no país desde o governo Kennedy, em 1961 - não como uma força invasora, como foram os japoneses durante a Segunda Guerra ou os franceses até 1954, mas para auxiliar o governo do Vietnã do Sul, capitalista, que se encontrava acossado pelas guerrilhas do Vietcongue e pelas freqüentes incursões das tropas regulares do Vietnã do Norte, comunista, que contava com o apoio da União Soviética. A partir de 1960, intensificaram-se as ações terroristas do Vietcongue, com o apoio do Norte, contra o governo de Saigon, resultando na prática em uma sangrenta guerra civil, agravada após a queda em um golpe militar e o assassinato do corrupto e brutal presidente sul-vietnamita Ngo Dihn Diem, em 1963. A agressão comunista ao Vietnã do Sul era real. Não era um fantasia de alguns "falcões" e cold warriors do Pentágono.

Tampouco a expansão do conflito para os vizinhos Camboja e Laos deveu-se unicamente às ações militares dos EUA, como se tornou comum dizer. Quando Nixon decide intervir nos dois países, em 1970 e em 1971 respectivamente, as forças norte-vietnamitas há muito utilizavam esses territórios como passagem e "santuários", através da Trilha Ho Chi Mihn, para lançar ataques ao Vietnã do Sul. O que ocorreu depois, principalmente no Camboja - a tomada do poder pelos guerrilheiros maoístas do Khmer Vermelho, que instituíram uma ditadura ensandecida que resultou em mais de 2 milhões de mortos, em cinco anos - foi o resultado, em grande medida, da retirada norte-americana do Vietnã, em 1973, completada com a fuga precipitada do país, em 1975.

A partir de então, a história é mais ou menos conhecida. O Vietnã, sob controle dos comunistas do Norte, foi reunificado, tornando-se uma república socialista. Milhares de pessoas, sobretudo sul-vietnamitas, fugiram do país, resultando no fenômeno do boat people - semelhante aos balseros cubanos -, e, dos que ficaram, muitos foram executados ou enviados a "campos de reeducação". Obviamente, nada disso teve a mesma repercussão na mídia ocidental.
É inegável que os EUA cometeram erros terríveis no Vietnã, o maior deles, certamente, a subestimação do caráter psicológico do conflito, inerente à guerra de guerrilhas. Cometeram, inclusive, crimes de guerra como My Lai e o bombardeio de civis. Mas daí a dizer que foram o lado agressor e que saíram derrotados militarmente, vai uma grande diferença. A Guerra do Vietnã é o maior exemplo de como o pacifismo, associado ao poder manipulativo da mídia e a táticas de desinformação, pode minar o moral e a determinação psicológica de uma nação em enfrentar uma ameaça externa, servindo, no caso, a interesses antidemocráticos. Não é à toa que a mesma tática está sendo repetida, hoje, pelos adversários das intervenções norte-americanas no Iraque e no Afeganistão. Mas, como hoje, com a internet, a difusão da informação é muito maior, é possível conhecer os crimes cometidos pelos regimes de Saddam Hussein e do Talibã - daí porque o pacifismo não tem a mesma força do passado.

Hoje, o Vietnã é um país bem diferente. Desde a implementação das reformas econômicas, a partir de 1986, o país vem seguindo um caminho de abertura econômica sem abertura política, a exemplo da China. No campo das relações internacionais, o país se reconciliou com os EUA em 1995, e os norte-americanos, com os seus dólares, são muitíssimo bem-vindos ao Vietnã. Assim como os chineses em relação à Revolução Cultural dos anos 60, os vietnamitas parecem ter, porém, um certo pudor ao relembrar os anos de guerra. Talvez porque tenham seus próprios esqueletos no armário. Certamente, por causa do que também fizeram, e não somente do que sofreram, eles relutam em lembrar o passado recente. É uma pena que Lula não tenha tido esse pudor e tenha preferido, em vez disso, utilizar velhos mitos para dar vazão à demagogia antiamericana.

por Gustavo Bezerra

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O Livrinho

Gente mais velha do que eu conta, por aí, que o presidente Dutra tinha um hábito salutar. Sempre que chegavam a ele com idéias novas ou sugeriam decisões meio extravagantes, ele fazia um ar maroto e indagava: ''Será que posso mesmo fazer isso? Vocês têm certeza de que o livrinho permite?

''O ''livrinho'' a que ele se referia era a Constituição de 1946, elaborada por um grupo excepcional de constituintes, após a deposição de Getúlio Vargas.


O respeito do marechal Dutra pelos dispositivos constitucionais está fazendo muita falta. Infelizmente, muita gente esperava isso de Lula e seus companheiros - eu não.

Nos debates e nos trabalhos da Constituinte de 1986, eles se opuseram o tempo todo aos ideais democráticos. A corja marxista do PT e afiliados, ainda separa o mundo decente através do Muro de Berlim: a luta de classes ainda é a base de suas posições. Eles admiram e cultuam líderes totalitários, que, com crueldade implacável, dominavam seus países: Stalin, Fidel, Mao, Pol Pot e por aí vai. Basta ver que Lula, esta semana, andou flertando com a "vitória" do Vietnã comunista sobre os EUA na Guerra do Vietnã. É claro que aqueles que estudamos a História sabemos que não houve vitória, que os EUA se retiraram por causa de pressões políticas - internas e externas, mas até aí...

A elaboração da Carta de 1988 foi muito difícil. Por isso, também, acabou tão repleta de matérias típicas de legislação complementar, ordinária, de portaria, de aviso.

Mas não fossem a inteligência, a cultura e a paciência do senador Afonso Arinos, o jogo de cintura de Bernardo Cabral e Antônio Carlos Konder Reis, além da permanente estimulação de Ulysses Guimarães, talvez nem tivéssemos chegado ao final.

É claro, como diria o anúncio, ela não ficou nenhuma Brastemp... Mas deu para recomeçar a jornada democrática que vem sendo trilhada até agora, com tropeços e dificuldades, mas sem abrir mão de seus princípios básicos, pedras angulares de nossa estrutura como nação, que estão nos artigos que abrem o seu texto: somos uma só nação; uma federação; todos os brasileiros são iguais perante as leis; não se pode fazer distinção de raça, religião, situação cultural ou social; ninguém pode ser preso a não ser em flagrante; e não se pode ser considerado culpado a não ser com sentença tramitada em julgado; a propriedade privada deve ser respeitada e só pode ser objeto de desapropriação por lei, com indenização prevista nos termos da lei; todo brasileiro tem direito à educação, à proteção de sua vida e de seu patrimônio, às garantias de trabalho e remuneração justa; o lar é inviolável.

Enfim, graças ao ''livrinho'', mesmo com redundâncias e muitas minúcias, o brasileiro sabe que vive num regime jurídico e democrático. Mas, infelizmente, nos dias de hoje o desrespeito a esse regime virou rotina.

O País vive sobressaltado por grupos armados, sustentados por misteriosas fontes de recursos, com atuação ilegal, às vezes clandestina e às vezes protegida por autoridades coniventes.

A Amazônia está sendo o alvo de um processo perigoso, em que a autoridade brasileira já está sendo substituída por ONGs de todas as procedências. Um grupo de índios foi enviado à Europa para reclamar contra nossas leis.
No País inteiro, a paz e a tranqüilidade dos campos estão mortalmente feridas. Bandoleiros armados invadem terras, casas, repartições públicas e até o Congresso, com o objetivo de, além de saquear, churrasquear e beber, causar a derrocada do modo de vida "capitalista".

Na vida universitária, a discórdia está plantada! Pela primeira vez em nossa História, os jovens começam a ser separados entre brancos e negros, por um sistema de cotas que eles apelidam de ''ação afirmativa''.

A autoridade legal das áreas metropolitanas se encontra totalmente capturada pelos poderes paralelos, sem a menor perspectiva de solução. Nessas grandes cidades, cercadas por municípios dependentes e falsos, surgem diariamente os novos guetos de populações dominadas pelo conluio entre políticos corrompidos e traficantes corruptores. A audácia desses conluios acaba de atingir o Planalto e já obteve o aval do presidente!

Ah, o ''livrinho''! Nesta hora é que vejo como faz falta o respeito ao ''livrinho''!

Nele está claramente definida a função de nossas Forças Armadas. O texto é límpido. Sem subterfúgios e sem duplos sentidos. Só que o atual chefe das Forças Armadas - nosso presiMente - não liga para o ''livrinho''. Por isso é que não me surpreende o provável diálogo travado entre Lula, o seu vice e o seu amigo do peito, o ex-bispo Crivella.

O vice confirmou o diálogo. Não adianta querer negar. Não adianta dizer que não sabia de nada. Não adianta criticar o que aconteceu, indignando-se só para a mídia. No massacre do Morro da Providência, o maior responsável, o verdadeiro mandante, foi o comandante-chefe das Forças Armadas, por intermédio do ministro da Defesa que, embora use farda de general, já usou toga. Tinha de ter alertado o seu chefe, o desatento leitor do ''livrinho'' - se é que algum dia ele o leu. Devia ter mostrado a ele o texto da Lei Maior. Mas não fez nada disso, ao contrário. Permitiu e endossou a barbaridade de se enviarem oficiais do Exército, jovens preparados e treinados para outras funções, numa das mais conceituadas escolas superiores do Brasil, a Aman, para tomar conta do simples trabalho de pedreiros e carpinteiros, num espúrio projeto puramente eleitoral, batizado de Cimento Social.

De onde saiu o dinheiro? Do Orçamento federal, isto é, do bolso de todos nós. Havia alocação de verbas para isso? Onde? Quem liberou? Quem pagava? Quem pagava o que, para quem e quanto?

E, principalmente, quem fez o acordo com os traficantes? Quem? A Igreja Universal? O Ministério das Cidades? O Exército? O ministro Jobim? O ex-bispo e atual senador? O vice-presidente? Ou o próprio?

O povo espera pela punição dos culpados. Todos! Sem exceção. Será que somente os três rapazes trucidados vão entrar nesta história?

Por que Lula, na hora do famoso diálogo, não imitou o presidente marechal Dutra, honrado militar, indagando deles se o que estavam propondo podia ser autorizado pelo ''livrinho''?

Na Cabeça do Cachorro

Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado. O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia.No microfone, a palavra de ordem do capitão: "Soldado Souza, etnia tucano".

Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: "Selva!".

O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda. Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: "Selva!".

Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões.Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.

Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima, até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país.

De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe. A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.

É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia.O comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.

Anteriormente formado por militares de outros Estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. De acordo com o general Francisco Albuquerque, ex-comandante do Exército, essa opção foi feita por razões profissionais: "O soldado do Sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena".

Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: "Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB".

Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região -salário.Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário. No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.

Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica, administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais.

Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.

Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente.

Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria?

Como você deve ter percebido, leitor, a coluna de hoje é uma homenagem ao trabalho e à presença dos soldados brasileiros na Amazônia.

por Dráuzio Varella

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Depois de Ingrid

No dia do resgate de Ingrid Betancourt, quase todos, incluindo Hugo Chávez, felicitaram o governo colombiano pelo feito que realizou. Não o Brasil. Franklin Martins, conduzido ao cargo de secretário da Verdade Oficial por ter, como jornalista, negado as evidências do mensalão, preparou uma nota em tons fúnebres na qual o presidente Lula "manifestou satisfação" com a notícia e enviou "seu abraço fraternal" aos reféns libertados, mas não mencionou o governo da Colômbia. Horas depois, o ministro Celso Amorim engajou-se numa operação de contenção de danos, anunciando que Lula telefonaria ao presidente Álvaro Uribe para cumprimentá-lo.

O resgate dos reféns representou uma derrota política para Chávez e Lula. O caudilho venezuelano empenhava-se em intercambiar Betancourt pelo reconhecimento da guerrilha degenerada como parte beligerante. Lula, obviamente, não compartilha a visão chavista da restauração "bolivariana" da Grã-Colômbia, mas também buscava um caminho para evitar a falência completa das Farc. Secretamente, por meio dos contatos do PT com a direção das Farc, o governo brasileiro tentava articular a entrega dos reféns a Lula. Há poucas semanas, esse desfecho parecia iminente a seus promotores. Agora, saudando Uribe pelo resgate, Chávez ameniza os danos à sua imagem. A nota incompetente e ideológica de Franklin Martins, ao contrário, ilumina a política fracassada que deveria permanecer no escuro.

A nota do Brasil expressou o desejo de "reconciliação de todos os colombianos", senha que equivale à solicitação de negociações com as Farc. A versão explícita está na nota emitida pelo PT, que declara apoio à "inserção dos guerrilheiros e de seus simpatizantes na vida pública" por meio de "uma saída pacífica negociada para este conflito que dura décadas, com raízes sociais e políticas profundas". A fórmula reverbera a política da nova direção das Farc, mas significa o oposto do que decidiram os colombianos em duas eleições sucessivas. Democraticamente, a Colômbia renunciou à opção, já experimentada, de negociações com as Farc. Seu governo oferece perdão aos que depuserem as armas, mas promete processar os chefes do grupo associado ao narcotráfico e responsável por violações continuadas dos direitos humanos.

Capturada pelos ideólogos petistas, a política sul-americana do Brasil insiste em desconhecer a existência de um Estado soberano e democrático na Colômbia. A nota oficial não faz menção a esse Estado, enquanto a nota do PT indica que as almejadas negociações com as Farc propiciariam "a construção de instituições democráticas profundamente renovadas" no país vizinho. É uma curiosa solicitação, emanada de um partido que jamais usa a palavra democracia quando se refere a Cuba e que aplaudiu, formalmente, a cassação de uma emissora de TV na Venezuela.

A trajetória que culminou com o resgate se iniciou pelo ataque à base do número 2 das Farc, Raúl Reyes, no lado equatoriano da fronteira. Depois daquilo, acossada pela forças do governo, a guerrilha experimentou um processo de fragmentação que continua a se desenrolar. A cinematográfica versão oficial sobre o resgate deve ser lida como o capítulo público de uma história mais complexa, coberta pelo sigilo típico das ações de inteligência. Há indícios de que o resgate envolveu um ato de traição de dirigentes das Farc que se descolam do controle de seus chefes. A Colômbia conseguiu tudo isso enfrentando um isolamento diplomático regional imposto por Chávez e pelo equatoriano Rafael Correa.

As estratégias do PT seriam pouco relevantes se não se infiltrassem, através do assessor presidencial Marco Aurélio Garcia, na política externa brasileira. Ao participar, na condição de coadjuvante, da operação de isolamento do governo colombiano, o Brasil trocou os interesses nacionais permanentes pelos delírios ideológicos que atravessam um partido incapaz de romper com o castrismo e o chavismo. As duas metas geopolíticas mais antigas do Brasil na América do Sul são evitar tanto uma coalizão antibrasileira de Repúblicas hispânicas quanto uma destacada presença militar de potências externas nos países vizinhos. O tratamento dispensado até aqui pelo governo Lula a Uribe empurra a Colômbia para uma aliança cada vez mais exclusiva com os EUA.
Os ideólogos petistas condenam os seqüestros promovidos pelas Farc, mas suas análises políticas sobre a América Latina se organizam sobre os mesmos conceitos e a mesma linguagem utilizados pelo grupo de origens stalinistas. Ofuscados por um antiamericanismo anacrônico, eles são impotentes para compreender que o governo Uribe lastreia a sua popularidade na realização de um programa de reconstrução da Colômbia. Quando Uribe assumiu a presidência, o Estado colombiano havia perdido o monopólio da violência legítima, que é a base da vida das nações. Hoje, sob a vigência das liberdades públicas, os grupos paramilitares de extermínio foram desarticulados e as Farc se encontram nos seus estertores. Há muito a ser feito num país onde sindicalistas ainda são assassinados periódica e impunemente. Mas os colombianos recuperaram a possibilidade de viver numa comunidade política assentada sobre regras democráticas.

A Colômbia encontra-se diante de uma nova encruzilhada. A iniciativa de setores próximos a Uribe de patrocinar um terceiro mandato presidencial não deve ser identificada ao referendo constitucional chavista do ano passado, no qual se pretendia nada menos que implantar uma ditadura na Venezuela. Mas a emergência de um caudilhismo uribista solaparia as instituições democráticas na Colômbia e serviria como pretexto perfeito para o relançamento do projeto ditatorial de Chávez. O governo brasileiro, que nada viu de errado na pretensão do venezuelano, está impedido de se pronunciar sobre o ensaio continuísta colombiano.

por Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP.

Estado Policial

Em mais uma mega-operação midiática, a Polícia Federal prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito Celso Pitta e o especulador Naji Nahas, entre outros. No trio mais famoso, não há santo, e não pretendo defendê-los com esse artigo. No entanto, é preciso defender o Estado de Direito, a liberdade individual, e para isso se faz necessário criticar a atuação policial. Muitos aplaudem a “eficiência” da Polícia Federal sob o governo Lula. Não posso compartilhar desses aplausos. Afinal, onde estão os quarenta quadrilheiros do “mensalão” liderado pelo PT? Por que José Dirceu e Luiz Eduardo Greenhalgh não foram presos nem filmados com algemas também? Por que não vemos a mesma postura da polícia quando se trata dos petistas envolvidos em infindáveis esquemas criminosos? Lembram que a polícia nem mesmo queria mostrar a montanha de dinheiro apreendida com petistas “aloprados” para a compra do dossiê contra o PSDB paulista? O uso de dois pesos e duas medidas é contrário ao conceito de império da lei. O uso político da polícia é um dos maiores riscos para a liberdade.

Os acusados que foram presos, não obstante os indícios de culpa em várias das acusações, não representam ameaça imediata à segurança dos cidadãos, possuem residência fixa e têm direito de responder em processo judicial. Por que o uso de algemas na operação, que contou com participação da mídia logo no começo da manhã, já devidamente escalada? O Ministro da Justiça, Tarso Genro, mencionou algo sobre a função de “educação” dessa forma de atuar da polícia. Que educação exatamente? Aquela que ensina sobre a máxima de que os amigos do rei recebem tudo, e seus inimigos enfrentam a lei? Por que foi negada a prisão dos petistas também acusados pelo Ministério Público no mesmo esquema? A Polícia Federal vai merecer aplausos somente no dia em que atuar de forma claramente isonômica e transparente, sem levantar suspeitas de que sofre a influência política do governo e sem parecer mais preocupada com o show na mídia do que com os resultados concretos de seus atos.

Muitas pessoas podem parabenizar a operação “Satiagraha” por comemorar que ricos também são presos. Não deveria ser um bom motivo para aplausos. Ricos ou pobres, não importa, deveriam obedecer as mesmas leis. Há muita impunidade no país, inclusive para pobres. O foco deve ser a redução da impunidade, ponto. Mas isso levanta outro problema também: o excesso de leis absurdas em nosso código penal. O governo transforma quase todo mundo em “criminoso”, pela quantidade e qualidade assustadoras das nossas leis. Qualquer empresário, grande ou pequeno, sabe das enormes dificuldades de atender todas as demandas legais nesse manicômio tributário chamado Brasil. São tantas dificuldades criadas pelas leis, que várias facilidades acabam sendo vendidas ilegalmente pelas autoridades depois. Devemos lembrar que todos aqueles que trabalham sem carteira assinada, por exemplo, estão fugindo da legalidade. Isso representa quase a metade da nossa mão-de-obra! A sonegação muda apenas de magnitude com o crescimento das empresas, mas o ato é o mesmo em sua essência, assim como a prostituta que cobra R$ 30 pelo sexo não é menos prostituta que aquela que cobra R$ 500. Está mais do que na hora de questionar se boa parte do problema não está no próprio governo e suas leis absurdas.

Digo isso não para defender esses acusados em particular, pois como já comentei, não há santo ali. O nome de Daniel Dantas já apareceu em vários escândalos antigos, e onde há tanta fumaça costuma haver fogo também. Celso Pitta é outro que apresenta vários indícios de culpa também. Meu ponto é outro. Minha preocupação é de mais longo prazo. Uma tática bastante manjada de governos autoritários sempre foi colocar todos os cidadãos como reféns do governo, de alguma forma na ilegalidade, para depois obter controle total sobre suas vidas. Os empresários sempre foram um alvo preferido, e o apoio de um público dominado pelo ranço marxista, que enxerga exploração na troca voluntária entre capital e trabalho, aumenta drasticamente os riscos de abuso do governo.

O caso russo é bom para ilustrar os perigos da mistura entre polícia e governo. Todos os oligarcas e demais empresários carregavam alguma mancha no currículo, até porque a herança socialista fez com que os bem relacionados conseguissem aproveitar uma onda de privatizações feitas às pressas, para evitar o retorno comunista. No entanto, Putin resolveu destruir apenas alguns oligarcas: aqueles que não aceitaram se curvar diante de seu poder político, colocar a mídia como veículo de propaganda estatal ou permanecer fora das disputas eleitorais. Foi assim que Gusinsky e Berezovosky tiveram que fugir para não acabarem presos, destino que Khodorkovsky não conseguiu evitar. Putin passou a controlar a mídia toda e concentrou muito poder nas mãos, transformando a Rússia praticamente numa ditadura velada. Poucos ousam desafiar o governo publicamente agora. Sabem muito bem qual o resultado disso.

Vale aqui citar um trecho do poema Despertar é Preciso, do russo Vladimir Maiakóvski:

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma
Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite,
Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.


E para não deixar dúvidas quanto à mensagem, segue o poema First They Came..., atribuído ao pastor luterano Martin Niemöller:
Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei.
Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei.
Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei.
Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei.
Então, quando vieram me buscar...
Já não restava ninguém para protestar.

Vamos protestar contra as suspeitas de uso político da Polícia Federal enquanto é tempo. Não para defender esses que foram presos na mais recente operação espetacular, pois eles provavelmente merecem ser punidos, o que caberá à Justiça decidir. Mas sim para preservar o Estado de Direito, a garantia de todo cidadão contra o próprio governo arbitrário, o império das leis isonômicas, enfim.

por Rodrigo Constantino, em 09/07/2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

MST: Defendendo o Indefensável

Enquanto as pessoas corretas, amantes da liberdade e da democracia do mundo inteiro comemoravam o resgate dos quinze seqüestrados da FARC - entre eles, Ingrid Bettancourt - pelas Forças Armadas colombianas, aqui no Brasil perpetrava-se mais um passo na defesa do indefensável: a defesa do MST! Leia a seguir. Volto depois.

O Ministério Público é a favor da Constituição

Diante da polêmica levantada nos últimos dias, a partir das ações civis desencadeadas pelo Ministério Público contra determinados acampamentos do MST (Serraria e Jandir, por exemplo), como chefe da instituição e para que não pairem dúvidas, quero reafirmar que somos favoráveis à reforma agrária e à função social da propriedade rural, que fazem parte da política agrícola e fundiária nos exatos termos dos artigos 184 a 191 da CF. Somos, também, garantes dos movimentos sociais legítimos (de fins lícitos e sem caráter paramilitar), que têm o direito de se reunir e manifestar, modo pacífico e sem armas (CF, art. 5º, XVI e XVII). Lamentamos, ainda, que as ações do MP recaiam sobre misérias sociais e lacunas de ação política, sintomáticos que os proprietários sejam nominados e os réus sejam não apenas sem terra, mas, talvez pior, sem nome.
Talvez fosse mais cômodo afetar a neutralidade "politicamente correta" diante dos conflitos acirrados. Mas a sociedade brasileira, assim como precisa do MST para dialogar e exigir direitos na questão agrária, necessita de um MP com coragem para levar ao Poder Judiciário uma hipótese que é, no mínimo, diante das investigações realizadas, razoável, isto é, que alguns setores do MST perderam o foco e estão desbordando de seus direitos constitucionais. Neste cenário, o MP tem o dever de levar ao Estado-juiz os fatos, para que sejam decididos sob o império do Direito. É de lembrar que desde 1996 o Direito brasileiro exige intervenção do MP nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural.
Em face de ações em rede, típicas da globalização, era urgente vencer a tradicional atuação fragmentada (de um promotor de Justiça restrito ao limite territorial de sua comarca) e realizar uma análise global de uma série de atos com aparente coordenação. Essa foi a decisão fundamental do Conselho Superior do Ministério Público, que inclusive corrigiu a extensão indevida de sua primeira ata, e por unanimidade. Assim, ao contrário do afirmado até por editorial de ZH, o MP em nenhum momento postulou a extinção ou a ilegalidade do MST, respeitadas a independência funcional e a liberdade de consciência de seus membros (uma garantia também assegurada para os colegas que investigam o Detran e o Banrisul, diga-se de passagem).
Em suma, exercemos o dever de levar ao Judiciário, diante dos graves fatos apurados pelos órgãos de segurança, a possibilidade de que tendências ou pessoas dentro do MST estejam abusando de sua legítima posição de interlocutor e sujeito social. O movimento social, ao exercer o contraditório e a ampla defesa, apresentará suas razões. Os juízes decidirão e os cidadãos avaliarão e exercerão a crítica.
Penso que, assim, avançamos no Estado democrático, sem subterfúgios e dissimulações. Aliás, pelo respeito ao MST, num debate franco e leal, seria de refletir por que tais ações surgiram agora (não seriam sequer cogitadas há cinco anos) e obtiveram quatro decisões favoráveis de juízes diversos, o que parece afastar a conspiração ideológica. Enxadas ou flores? Quando as primeiras deixaram de ser vistas como ferramentas e prestaram-se, no discurso simbólico, à pecha de armas? E quando os poderes públicos e a sociedade vão resgatar a dívida agrária, uma agenda tão séculos 19 e 20? O MP não tem a pretensão de encontrar tais respostas.

por Mauro Henrique Renner, Procurador-Geral de Justiça, no Zero Hora de 02/07/2008


Desde que o Procurador Gilberto Thums veio a público manifestar-se contra as ações criminosas do MST, pedindo inclusive o seu enquadramento por uma ação civil pública, o mundo comunista e seus lobbies fortíssimos, lhe caiu em cima. O próprio MST reagiu, ainda clandestino, mas mostrando a cara através dos seus militantes civis, deputados, senadores, "padres" armados da ideologia de Marx, e até promotores. Pois um dos principais desses defensores do indefensável MST veio à luz. É ele, Mauro Renner, Procurador Geral da Justiça do Estado. Mauro Renner, ao que se sabe, jamais moveu uma palha civil pública ou uma ação penal contra o MST. Mas algo em sua consciência o fez reconhecer agora uma incômoda neutralidade politicamente correta, como ele mesmo diz no texto da Zero Hora, talvez em resposta ao que foi dito ao Valor Econômico pelo Procurador Gilberto Thums: “Há poucas pessoas no MP gaúcho dispostas a assumir publicamente o enfrentamento ao MST. É muito fácil ficar omisso. É confortável, cômodo e prático dizer que é um movimento social e que tudo isto, as depredações, os saques e a violência praticada por este movimento, é legal e permitido”.
Justo no momento em que a sociedade tem, pela primeira vez, a chance de se livrar dos crimes do MST, ou pelo menos vê-los tais como são, pela Justiça: bandidos, assaltantes, desordeiros. Agora, vem um simpatizante da "função social da propriedade" – este monstrengo esquizofrênico plantado na Constituição Federal de 1988, a que todos, menos o MST, estão obrigados a obedecer – posicionar-se contra o Procurador Gilberto Thums. Este é corajoso e tenta, incômoda e corajosamente enquadrar como criminosos e guerrilheiros por atos específicos, e não genéricos, alguns testas-de-ferro do "movimento social".
O ilustre Procurador Renner chega ao cúmulo de dizer que a sociedade precisa do MST para dialogar e exigir direitos. O palavrório, tomado emprestado dos manuais comunistas modernos que falam em redes globalizadas, em direitos e diálogos, é típico da ambigüidade que devem sofrer aqueles que estão no papel de defensores da sociedade e serem simpáticos à causa do MST ao mesmo tempo. Contradição? Esquizofrenia? Dialética marxista? Ou isto é conseqüência de anos e anos da pura mentira leninista revolucionária, usada como arma para enganar e confundir o inimigo? Prefiro acreditar que seja apenas uma seqüela mental produzida por leituras compulsivas da CF de 1988. Daí é fácil entender o contorcionismo mental que vê apenas tendências ou identifica pessoas quando o quadro é de clareza solar: estamos submetidos a um bando de criminosos impunes pelo Direito Alternativo, o filho aleijado da legalidade – também, conhecido por legitimidade. Não é isso que quer dizer o Procurador Renner, quando repete o mantra socialista da legítima posição de interlocutor e sujeito social do MST?
Há que se ter coragem para dizer ao povo – coragem que os políticos perderam há anos –, que o legítimo não pode substituir o legal, a não ser na Revolução ou no estágio proto-totalitário que o precede, exatamente o regime em que estamos.
Leiam o texto. Nele o procurador ainda pergunta pela antinomia flores ou enxadas. Diz desconhecer que estas últimas são e foram usadas como armas pelo MST! Então devemos concluir que foram as flores que um MST portava na Praça da Matriz que cortaram a garganta de um soldado da Brigada Militar há alguns anos, episódio que mereceu na época uma greve de fome do ex-governador Simon; em favor do agressor, diga-se de passagem! Com toda certeza, a imagem ao lado é uma mentira, e, seguindo o raciocínio do procurador, deve ter sido forjada!
O palavrório termina com o discurso óbvio do resgate da dívida social, velha retórica comunista ou socialista, que busca imputar à sociedade atual um "crime" cometido há dois ou três séculos! Por esse raciocínio tortuoso a sociedade brasileira é criminosa – e deveria se apresentar presa ao Procurador para que o devido processo legal do Estado Democrático de Direito - que ele claramente desconhece - pudesse ser iniciado.

A Falácia do Polilogismo

Em 1944, o economista Ludwig von Mises escreveu Omnipotent Government, onde explica o crescimento da idolatria ao Estado que levou ao nazismo na Alemanha, fomentando um ambiente de guerras ininterruptas. Em uma parte do livro, Mises explica uma das coisas que os nazistas pegaram emprestado do marxismo: o polilogismo. Até a metade do século XIX, ninguém contestava o fato de que a estrutura lógica da mente é comum a todos os seres humanos. “Todas as inter-relações humanas são baseadas na premissa de uma estrutura lógica uniforme”, diz Mises. Podemos nos comunicar justamente porque apelamos a algo comum a todos, a estrutura lógica da razão.
Claro que alguns homens podem pensar de forma mais profunda e refinada que outros, assim como algumas pessoas não conseguem compreender um processo de inferência em longas cadeias de pensamento dedutivo. Mas isso não nega a estrutura lógica uniforme. Mises cita como exemplo alguém que pode contar apenas até três, lembrando que mesmo assim sua contagem, até seu limite, não difere daquela feita por Gauss ou Laplace. É justamente porque todos consideram este fato inquestionável que os homens entram em discussões, trocam idéias ou escrevem livros. Seria simplesmente impossível uma cooperação intelectual entre os indivíduos sem isso. Os homens tentam provar ou refutar argumentos porque compreendem que as pessoas utilizam a mesma estrutura lógica. Qualquer povo existente reconhece a diferença entre afirmação e negação, pode entender que A não pode ser, ao mesmo tempo, o contrário de A.
No entanto, apesar desse fato ser bastante evidente, ele foi contestado por Marx e pelos marxistas, entre eles o “filósofo proletário” Dietzgen. Para eles, o pensamento é determinado pela classe social da pessoa, e o pensamento não produz verdades, mas ideologias. Para os marxistas, os pensamentos não passam de um disfarce para os interesses egoístas da classe social a qual esse pensador pertence. Nesse contexto, seria inútil discutir qualquer coisa com pessoas de outra classe social. O que se segue disso é que as “ideologias não precisam ser refutadas por meio do raciocínio discursivo; elas devem ser desmascaradas através da denúncia da posição da classe, a origem social de seus autores”. Se uma teoria científica é revelada por um burguês, o marxista não precisa atacar seus méritos. Basta ele denunciar a origem burguesa do cientista.
O motivo pelo qual os marxistas buscaram refúgio no polilogismo pode ser encontrado na incapacidade de refutação por métodos lógicos das teorias econômicas “burguesas”. Quando o próprio Mises demonstrou que o socialismo seria impraticável pela impossibilidade de cálculo econômico racional, os marxistas não apontaram qualquer erro em sua análise lógica. Preferiram apelar para o estratagema do polilogismo, fugindo do debate com a desculpa de que sua teoria era uma defesa dos interesses de classe. O sucesso dessa tática marxista foi incrível, sem precedentes. Foi usado como “prova” contra qualquer crítica racional feita ao marxismo e sua pseudo-economia. Isso permitiu um crescimento assustador do estatismo moderno.
Conforme Mises lembra, “o polilogismo é tão intrinsecamente sem sentido que ele não pode ser levado consistentemente à suas últimas conseqüências lógicas”. Nenhum marxista foi corajoso o suficiente para tentar fazer isso. Afinal, o princípio do polilogismo levaria à inferência de que os ensinamentos marxistas não são objetivamente verdadeiros, mas apenas afirmações “ideológicas”. Os marxistas negam essa conclusão lógica de sua própria postura epistemológica. Para eles, sua doutrina é a verdade absoluta. São completamente inconsistentes. O próprio Marx não era da classe dos proletários. Mas para os marxistas, alguns intelectuais conseguem se colocar acima desse paradoxo. Os marxistas, claro. Não é possível refutar isso, pois se alguém discorda, apenas prova que não faz parte dessa elite especial, capaz de superar os interesses de classe e enxergar além.
Os nacionalistas alemães tiveram que enfrentar o mesmo tipo de problema dos marxistas. Eles não eram capazes de demonstrar suas declarações ou refutar as teorias econômicas contrárias. “Logo”, explica Mises, “eles buscaram abrigo sob o telhado do polilogismo, preparado para eles pelos marxistas”. Algumas mudanças foram necessárias para a adaptação, mas a essência é a mesma. Basta trocar classe por nação ou raça, e pronto. Cada nação ou raça possui uma estrutura lógica própria e, portanto, sua própria economia, matemática ou física. Pela ótica marxista, pensadores como Ricardo, Freud, Bergson e Einstein estavam errados porque eram burgueses; pela ótica nazista, eles estavam errados porque eram judeus. O coletivismo, seja de classe ou raça, anula o indivíduo e sua lógica universal.
Tanto o polilogismo marxista como o nacional-socialista se limitaram à afirmação de que a estrutura lógica da mente é diferente para as várias classes ou raças. Nenhum deles tentou elaborar melhor isso, tampouco demonstrar como exatamente ocorria tal diferença. Nunca entraram nos detalhes, preferindo, ao contrário, concentrar o foco na conclusão. No fundo, o polilogismo tem todas as características de um dogma. Se há divergência de opinião dentro da própria classe ou raça, ele adota um mecanismo peculiar para resolver a questão: os oponentes são simplesmente tratados como traidores. Para os marxistas e nazistas, existem apenas dois grupos de adversários: aqueles errados porque não pertencem à mesma classe ou raça, e aqueles oponentes da mesma classe ou raça que são traidores. Com isso, eles ignoram o incômodo fato de que há dissensão entre os membros da sua própria classe ou raça.
Deixo os comentários finais com o próprio Mises: “O polilogismo não é uma filosofia ou uma teoria epistemológica. Ele é uma atitude de fanáticos limitados, que não conseguem imaginar que alguém pode ser mais razoável ou inteligente que eles mesmos. O polilogismo também não é científico. Ele é a substituição da razão e da ciência por superstições. Ele é a mentalidade característica de uma era do caos”.


por Rodrigo Constantino

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cavalheiros do Outro Mundo

Lendo sobre a operação de resgate de Ingrid Bettancourt lembrei-me de algo com que me havia deparado na internet, há poucas semanas. Fui atrás da matéria e lá estava ela, ainda disponível, publicada em bem conhecido site de esquerda, no dia seguinte à morte do narco-guerrilheiro Raúl Reyes, na famosa operação do exército colombiano. O referido texto sustentava, pura e simplesmente, que aquela ação militar não se destinara a matar Reyes, mas fora concebida para eliminar Ingrid Bettancourt e evitar sua iminente libertação. Por quê? Porque a ex-senadora, em liberdade, poderia atrapalhar os projetos de Álvaro Uribe para se manter no poder, ora. A gente precisa ser muito idiota para não perceber uma coisa tão evidente assim, não é mesmo?
Como se vê, a criatividade da esquerda não-democrática é inesgotável. A matéria, aliás, ainda acrescenta este vaticínio: “Nas próximas semanas, assim que as comunicações do lado popular tornarem a se ajustar, é quase certo que a notícia seja divulgada, no que Uribe tentará acusar as FARC de a terem matado como represália, o que seria ridículo, bem se sabe”.
Bem se sabe. Bem se sabe que não há limite para a insensatez dessa gente. Assim como não tem uma palavra de verdade, o longo arrazoado não tem uma palavra sobre narcotráfico nem sobre o delírio totalitário representado pela luta de guerrilha num país sob normalidade constitucional e bem definida periodicidade eleitoral. Nenhuma palavra sobre a violência representada pela prática do terrorismo e do seqüestro. Silêncio absoluto sobre a insanidade de uma guerrilha mantida que já dura quatro décadas. Nada. Toda a criatividade concentrada em conceber uma hipótese e a partir dela extrair conclusões venenosas que justifiquem a conduta delinqüente dos companheiros. E sempre atribuindo aos adversários a própria malícia.
Caso isolado? Não, atitude permanente. Em janeiro de 2001, em Porto Alegre, foi realizada a primeira edição do Fórum Social Mundial. Dezenas de milhares de companheiros do mundo inteiro se concentraram na capital gaúcha para conviver e aplaudir as grandes figuras da esquerda mundial. Todos defensores de “um outro mundo possível”, amantes da paz, do amor e da democracia. Quais foram os principais ícones do beatífico evento? Quais as personalidades mais reverenciadas e aplaudidas por aquelas figuras turbinadas por tão elevados valores humanos? Ninguém mais nem menos do que os democráticos, fraternos e solidários Ricardo Alarcón (presidente da Assembléia Nacional de Cuba) e Javier Cifuentes, que dirigia a representação das FARC. Lugares para estar próximos a esses cavalheiros eram disputados a cotovelaços.
Lula candidato fez das FARC parceiras importantes do seu Foro de São Paulo. Lula presidente se recusou a declarar que elas são uma organização terrorista. Até hoje não ouvi qualquer voz petista reconhecer e condenar o narcotráfico controlado pela guerrilha. Há bem poucos dias, a morte de Manuel Marulanda, o maior líder dessa organização criminosa suscitou homenagem póstuma na reunião do Foro de São Paulo, em Montevidéu, e a memória do bandido foi saudada com vibrantes aplausos por uma platéia que se pôs em pé para não deixar dúvidas quanto à sua reverência. Em outras palavras: como são incorrigivelmente elevados os ideais desses cavalheiros do outro mundo!


por Percival Puggina, no Mídia Sem Máscara

Desinformação: Assim Agem as Esquerdas

Muita confusão e desinformação vem sendo espalhada pela mídia (jornal, tv’s, internet), após o sucesso inusitado da libertação dos prisioneiros das FARC, dentre os quais a mais cobiçada - Ingrid Betancourt - por sua condição de ex-candidata presidencial da Colômbia e por ter cidadania francesa. Não morro de amores por esta senhora, sobretudo por suas posições políticas em consonância com o eco-esquerdismo mas, a bem da verdade, também não posso aceitar que mentiras sejam divulgadas como se fossem verdades provadas, apenas com o intuito de desmerecer a magnífica atuação do Governo Uribe no combate exitoso ao narcotráfico das FARC, ELN e para-militares ao longo dos seus mandatos.

A semente da desconfiança na lisura desta ação foi plantada e encontrou solo fértil até em pessoas que eu não imaginava viessem a duvidar da integridade do presidente Uribe, bem como dos seus homens fardados. Observei que a reação a este evento foi manifestamente desproporcional à da farsa montada nas
anteriores “trocas humanitárias”, aquelas sim, um espetáculo deprimente onde a mentira, o oportunismo sem-vergonha do ditador Chávez e da senadora comunista Piedad Córdoba, além dos próprios libertados, eram patentes mas ninguém viu, ninguém percebeu e a mídia aplaudiu. Um show macabro onde o que estava em jogo eram a elevação do prestígio de Chávez, bastante arruinado depois do fracasso no Referendum de 2 de dezembro passado, e da Córboba, porque aliada de ambos – Chávez e FARC – desejava deslanchar sua postulação à presidência da Colômbia e dar novo fôlego às FARC.

Como se não bastassem as dúvidas sobre a operação (muitas pessoas achando “impossível” a infiltração de militares na guerrilha, que Ingrid parecia ter vindo de um spa [ver foto acima], por não terem abatido nenhum terrorista, etc.), hoje cedo os jornais do mundo todo divulgaram uma nota da “Rádio Suíça Romande” (estatal), sob o título “
Ingrid Betancourt: uma libertação comprada?”, onde afirmavam que Uribe havia pago 20 milhões de dólares, doados pelos Estados Unidos, pela libertação dos prisioneiros. A Rede ‘Pravda’ de Televisão (Rede Globo) que não deu a importância devida ao evento do dia 2, noticiou esta farsa através de um correspondente brasileiro, sisudo, com aquele ar soturno de quem diz: “Agora ferramos Uribe!”. Seria patético, se não fosse uma ação calculada pelo esquerdismo internacional.

Para facilitar a compreensão do que de fato está ocorrendo neste episódio, divido-os em itens relativos aos temas.

A OPERAÇÃO DE RESGATE
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que quem trabalha em serviço de Inteligência (sobretudo Militares) são pessoas muitíssimo preparadas física, emocional e intelectualmente, da mais alta responsabilidade e seriedade, que não agem por impulso, tampoco o fazem esperando o aplauso do público. Suas ações são meticulosamente estudadas, calculadas, sigilosas e obedecem a ordens superiores planejadas estrategicamente. Isto posto, e não se tendo qualquer notícia de fanfarronice ou lapso dos Comandantes Militares e do ministro da Defesa, por que não acreditar quando eles informaram que o resgate fora obra de um trabalho elaborado durante 5 meses, mas dar crédito às sementes da discórdia plantadas pelos companheiros de viagem da mídia?


Na edição anterior eu já havia disposto o vídeo em que o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, explica como fora a Operação “Xeque-mate”, além de um documento detalhando todo o processo da operação. Na edição de hoje disponho
neste vídeo a alocução detalhada do Comandante das Forças Militares, Freddy Padilla de León, feita durante o encontro ocorrido no Clube Militar, onde o presidente Uribe saúda os libertados, seus familiares e parabeniza os envolvidos na ação.

A equipe toda envolvida na operação era composta de 4 militares como pilotos e tripulação do helicóptero, mais 9 na equipe de resgate na selva, e aproximadamente uns 18 em terra, monitorando e acompanhando todo o processo a partir do momento do deslocamento do helicóptero ao local onde se encontravam os prisioneiros até seu retorno. Toda esta equipe pertece ao serviço de Inteligência do Exército e estava sob as ordens diretas do Gen Padilla – o cérebro de toda a Operação - que praticamente levou a cabo a idéia concebida pelo ministro da Defesa. [Tenho que abrir um parênteses aqui para, envergonhada, comparar com o ministro da Defesa brasileiro, um falsário que opera diligentemente para destruir e humilhar as nossas Forças Armadas].

COMO REAGIRAM OS CONTRÁRIOS À LEI E À ORDEM?
Independente de se gostar ou não das posturas político-ideológicas de Ingrid Betancourt, qualquer pessoa que ama a liberdade ficou feliz com a libertação dos 15 prisioneiros dentre os quais ela era a mais cobiçada. Para mim tanto fazia ser uma ex-candidata presidencial ou um simples fazendeiro, ou ainda uma criança, cujos pais não puderam pagar o resgate exigido pelos terroristas; são todos seres humanos como eu que ainda gozo da liberdade de estar aqui escrevendo, tentando mapear esta situação tão propositalmente embassada, e que têm o mesmo direito perante Deus e os homens de ser livres. A alegria de vê-los libertados é indizível e emocionante!


Então vejamos: onde estava a saliente Piedad Córdoba, que no espetáculo de Clara, Emanuel e Consuelo aparecia em todas as fotos e eventos como a “grande benemérita” e a estrela principal do evento? Somente hoje, sexta-feira, ela se pronunciou dizendo que se sentia “muito contente” mas que “isto sirva para avançar em um processo de acordo humanitário”. E o terrorista Daniel Ortega, da Nicarágua? Silêncio sepulcral. Em um comunicado, seu chanceler Samuel Santos disse: “Nós estamos contentes de que se vão resolvendo pouco a pouco os problemas, porém a verdadeira solução somente vai-se ver através do diálogo e da negociação”.

Chávez ficou em estado de choque, afinal, o “cachorro do império” deu um xeque-mate em suas ambições de limpar-se perante a Colômbia e o mundo do envolvimento com as FARC mas só à noite, segundo informou, falou com Uribe
dizendo-se muito contente. Seu discurso foi igual ao de Lula e Fidel, alegando que “não há mais espaço para alcançar o poder através das armas, dos fuzis”, e acrescentou que era necessário organizar um comitê de negociações entre os países da região para alcançar a paz.

Lula, por sua vez, disse: “Eu acho que (as Farc) precisam ter um fim. Aqui na América do Sul e na América Latina não existe nenhuma razão para alguém querer chegar ao poder pela via armada, porque a democracia reina nesse continente. Todas as forças políticas disputam e se organizam em partidos políticos. Eu acho que é uma coisa do passado esse negócio de achar que a via armada é solução para alguma coisa, sobretudo em regime de liberdade”. E prosseguindo em sua verborragia demagógica, sempe com um “eu acho”, disse que achava “abominável alguém manter pessoas seqüestradas por uma hora, quanto mais por seis ou sete anos”. Mas não foi isto que ele “achou” em relação ao caso do empresário Abílio Diniz, quando foi visitar e dar seu apoio aos seqüestradores e não à vítima!

O que ficou implícito nisso tudo? Ao contrário do mal disfarçado repúdio, todos, sem exceção, começaram uma campanha velada em prol das FARC: 1. repetindo que é necessário dar continuidade aos “acordos humanitários”; 2. que a via democrática é a única viável atualmente (seguindo a cartilha de Gramsci), para 3., que o mundo aceite, posteriormente, as FARC participarem do processo político como um partido legalizado. Eles não querem o “fim” das FARC mas legalizá-la perante o mundo, pois só desta maneira as atividades ilícitas podem ter continuidade sem chamar atenção, parodiando o que Lula disse referindo-se ao Foro de São Paulo.

A PASSIVIDADE DOS MILITARES PERANTE OS TERRORISTAS DAS FARC
Muita gente se perguntou, duvidando da veracidade da operação, por que os Militares não eliminaram os terroristas no momento do resgate? No longo convívio com Militares uma coisa sempre ficou muito clara para mim: o respeito pela vida humana – seja de quem for - que deve ser preservada a qualquer custo. Lembrem-se de que no confronto ao acampamento em que morreu Raúl Reyes, eles carregaram cuidadosamente em macas aqueles que ficaram feridos, pois o objetivo é julgá-los para que eles possam pagar, dentro da Lei, por seus crimes. Se ocorrerem mortes que sejam em combate, quando a outra parte resistir à solicitação para se entregar. Isto é claríssimo e penso que é o justo e correto; quem mata a troco de nada, só por ver o outro como inimigo, são marginais, assassinos, terroristas; esta não é a praxis Militar.

Na “Operação Xeque-mate” o objetivo era resgatar os reféns com vida e o menor vacilo fora daquilo para o qual foram treinados poderia ser fatal. Tanto é assim, que um dos militares percebeu que o Comandante “Cesar” estava com uma pistola e, em sua representação de “humanista” de uma ONG solicitou que este lha entregasse para evitar problemas de constrangimento para a equipe, ao qual este cedeu. Com este elemento armado dentro do helicóptero as coisas poderiam fugir do controle e a equipe poderia não ter concluído o trabalho com a precisão com que se deu – toda a operação em 25 minutos.

Para quem duvidou que os dois comandantes das FARC foram presos na operação, o Exército os apresentou à imprensa (na foto acima): Gerardo Antonio Aguilar, codinome “Cesar”, há 10 anos nas FARC era o comandante da Frente Primeira que operava nos estados de Guaviare e Vichada e substituiu o “Negro Acacio”. E Alexander Farfán Suarez, codinome “Enrique Gafas”, segundo no comando da Frente Primeira das FARC, era a pessoa encarregada da segurança e cuidado direto de um dos grupos de prisioneiros.

Quando eu estava fechando esta edição o site do Ministério da Defesa disponibilizou dois vídeos que – assim espero – vão terminar com esta elucubração de farsa numa das operações mais bem sucedidas de todos os tempos na história Militar e de Inteligência da Colômbia. Antes, porém, repito aqui as palavras do Comandante Geral das Forças Militares, Gen Padilla de León, negando o pagamento de 20 milhões de dólares às FARC, bem como da participação do general israelense Israel Ziv. Segundo o Gen Padilla, “posso jurar por minha palavra de honra como Comandante que para mim teria sido mais benéfico que “Cesar” tivesse recebido 20 milhões, e que teria sido mais demolidor ao interior das FARC se isso fosse um incentivo”.

Neste vídeo, filmado por um “jornalista” da pseudo ONG, pode-se ver o momento em que os prisioneiros caminham para o helicóptero, quando “Cesar” é desarmado, e o momento de emoção e euforia quando os resgatados são informados de que estão à caminho da liberdade. Para os que acharam Ingrid muito alegre e descontraída, vejam a reação dos primeiros momentos do contato com a nova situação. Eu sei o que é isto e posso afirmar: foi real e muito, muito emocionante! E neste outro, o passo-a-passo da operação de resgate.

CONCLUSÃO
Para mim algumas coisas ficaram muito claras nestes últimos acontecimentos, me reportando ao início do ano com aquelas teatralidades dos “acordos humanitários”, as mortes dos principais cabeças das FARC, as descobertas feitas nos computadores de Raúl Reyes e finalmente o sucesso da “Operação Xeque-mate”. Em primeiro lugar, é evidente o desmoronamento deste bando terrorista – com a graça de Deus! -, em razão da firmeza e persistência do presidente Uribe, assessorado por competentes militares e ministro da Defesa, fazendo aquilo que deve ser feito sem dar ouvidos aos achismos dos oportunistas de plantão. Em conseqüência, isto também atingiu e enfraqueceu o Foro de São Paulo, do qual as FARC são membros – já não tão ativamente participantes em decorrência da repressão -, e seus principais líderes estão percebendo que não há mais como tapar o sol com a peneira, daí a mudança de discurso. Em janeiro Chávez pedia que as FARC fossem consideradas um “grupo beligerante” e não terroristas; com a morte de Raúl Reyes, fez um minuto de silêncio na Assembleia Nacional mas, há poucas semanas, muda o discurso e pede que eles deponham as armas e entreguem os reféns. Lula o acompanha, Fidel diz que o “erro” das FARC são os seqüestros desumanos, enfim, todos querem manter-se afastados dessa “lepra” para salvar a própria pele e, ao mesmo tempo, salvar o Foro de São Paulo.


O presidente Uribe é antes de tudo um político; dizem que tem gênio tão forte quanto pulso firme e está querendo tentar um terceiro mandato, aproveitando os lucros de sua popularidade cada vez mais ascendentes. Não desconheço esses detalhes mas também não posso negar que, disparado, com todos os defeitos de sua humanidade, ainda é um presidente do qual qualquer pessoa de bem se orgulharia de tê-lo como mandatário, além de ser cristão e sempre agradecer a Deus por todas as conquistas que o país vem obtendo em relação a esta batalha.

Ingrid Betancourt, por sua vez, tem histórias muito nebulosas em sua vida pessoal, sobretudo no período em que viveu na França; pertence à esquerda ecológica e isto é um risco sério caso resolva se candidatar novamente, pois até já cogitam indicá-la para Prêmio Nobel da Paz. Certamente será cumprimentada pelo vigarista do Al Gore. Em entrevistas recentes ela negou ainda almejar a presidência, afirmando que está feliz por ter Uribe como presidente do seu país mas não sabemos até onde isto são apenas declarações de quem acabou de ser salva de uma situação tão miserável. Todavia, acredito na sinceridade de suas palavras quando pede que todos se unam para devolver a paz à Colômbia, na sua ojeriza às FARC, e na sua emoção e reconhecimento agradecido aos seus libertadores. Quem viveu durante 6 anos acorrentada como bicho selvagem e sob ameaças constantes de bombardeios, faz qualquer coisa – ou diz qualquer asneira – em nome de uma paz duradoura.

Enfim, não me parece haver “coisas ocultas” nessa história nefasta, pois tudo vem se comportando de forma lógica para quem acompanha os fatos há anos e direto das fontes. Acredito que as esquerdas vão retomar a carga de infâmias e acusações falsas – como já se evidencia em todos os jornais e sites, desde o dia 2 - porque não aceitam a derrota sofrida mas isto é também previsível. O que precisamos agora, nós brasileiros, é ficar atentos às nossas FARC brasileiras que atendem pelo vulgo de MST. Espero, de coração, que o pesidente Uribe e sua excepcional equipe Militar consiga libertar todos os reféns em poder destes terroristas e que este câncer possa ser extirpado em sua raíz, definitivamente.
Força e Honra ao presidente Uribe, aos Guerreiros combatentes, à Colômbia e que Deus abençoe nossa América Latina!


por Graça Salgueiro, no Nota Latina

Mais Uma Tapeação

Epa! Que estória é essa?

Começarem a aparecer vozes por aí dizendo que as FARC não são marxistas - são apenas um bando de traficantes e criminosos comuns, dizem. Que a guerrilha não tem nada de ideológica, sendo antes uma mera quadrilha de malfeitores. Muita gente, inclusive gente reconhecidamente de direita, comprou essa idéia. As FARC seriam uma "guerrilha degenerada" que, tendo começado comunista, desviou-se em algum momento - nomeadamente, após o fim da URSS, em 1991 - de sua pureza original, perdendo seu substrato ideológico marxista e se transformando numa mera súcia de assassinos e ladrões, dedicados a traficar drogas, seqüestrar e extorquir. No dia mesmo da libertação pelo Exército colombiano de Ingrid Betancourt, vi Arnaldo Jabor defendendo esse ponto de vista na TV, e inclusive cantando loas a Marx ("Grande Marx", assim ele terminou seu comentário). Terroristas, sim; marxistas, não, é o que se está dizendo.

É mais uma tapeação, mais uma tentativa de salvar o marxismo. Este não é uma ideologia humanista que, infelizmente, foi pouco entendida e manejada de forma errada por seus seguidores. Foi - é - uma doutrina criminosa e genocida, que traz em seu prontuário a conta dos piores crimes já cometidos contra a humanidade, que chegaram, no século XX, à marca macabra de cem milhões de cadáveres. Tampouco é uma ideologia fracassada - fracassar, como disse Olavo de Carvalho, é brochar na noite de núpcias; o comunismo, ao contrário, funcionou bem até demais, mostrando a que veio. Não há que se falar aqui, portanto, em uma suposta "pureza" virginal, em "socialismo ideal" versus "socialismo real" - como se tornou moda dizer para salvar a cara do marxismo - ou usar fórmulas extravagantes para manter viva a crença comunista, como fazem os trotskistas em relação aos "Estados operários degenerados". Trata-se, isto sim, de deixar os eufemismos de lado e chamar as coisas pelo nome. As FARC são, sim, um grupo criminoso e terrorista. São, sim, um bando de assassinos e narcotraficantes. São, sim, inimigos da liberdade e da democracia. E são também militantes marxistas.
Durante a operação de resgate de Ingrid Betancourt na selva colombiana, os agentes infiltrados do Exército na guerrilha usavam camisetas com a estampa de Che Guevara. Esse detalhe quase cômico demonstra por si até que ponto os narcoterroristas das FARC se identificam com a ideologia marxista. Nada mais apropriado do que enganar os bandoleiros com camisetas estampando a imagem do fuzilador-mor e carniceiro de La Cabaña. Ainda há quem pense que Guevara era um romântico idealista que queria construir um mundo melhor etc. etc. Pura bobagem. Idealista realmente ele era, como eram Hitler e Robespierre. Já construir um mundo melhor... Para gente como ele, fanática e imbuída de uma fé messiânica no futuro comunista da humanidade, todos os meios são válidos, como dizia Lênin. Inclusive o seqüestro e o tráfico de drogas. As FARC ñão fazem mais do que confirmar essa realidade. Atuam de forma perfeitamente coerente com a estratégia e os objetivos revolucionários marxistas.

Não é por outro motivo que os companheiros de viagem esquerdistas das FARC, como Chávez, Correa e Lula, insistem em não reconhecê-las como o que de fato são. Nisso, aliás, seguem um padrão historicamente estabelecido. Assim como o governo Lula e os companheiros petistas se recusam a chamar os narcoterroristas colombianos de narcotraficantes e terroristas, e persiste a tentativa de tapar o sol com a peneira em relação à ideologia das FARC, muita gente ainda acha que a corrupção petista foi um desvio de rota do partido, não o seu coroamento na prática. Assim tentam separar a ideologia esquerdista de suas conseqüências lógicas e inevitáveis.

Não por acaso, Lula seguiu os passos de Chávez e Correa, exortando as FARC a abandonar a luta armada. Parte da imprensa interpretou isso como uma conclamação de Lula para que as FARC deixassem de existir. Nada disso. O que ele defendeu foi que as FARC fossem "integradas" ao jogo democrático, conquistando pelo voto o que não conseguiram pelas armas - como o próprio PT, aliás. Desse modo, ao criticar os métodos, espera preservar os fins pelos quais elas lutam. Como se apenas os métodos fossem condenáveis, e o fim - a ditadura comunista - fosse algo louvável. Já disse aqui e vou repetir: não são os métodos das FARC apenas que são terroristas - seus fins também são.
Não se enganem. Está em curso uma operação de salvamento das FARC. Lula e seus companheiros do continente já estão se mobilizando para resgatá-las do descrédito e da desmoralização em que afundaram, graças à ação corajosa e decidida do governo Uribe, que não se intimidou ante as pressões para que "negociasse" com os terroristas, tratando-os, em vez disso, como os criminosos que realmente são. Desse modo, os amigos das FARC esperam impedi-las de irem para o lugar a que pertencem: a lata de lixo da Historia. Onde eles, diga-se, também deveriam estar.


por Gustavo Bezerra, no Blog do Contra

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um Tiro nas FARC

O dia 02 de Julho será, a partir de agora, um dia de comemoração internacional, para aqueles que ainda prezam os valores verdadeiramente democráticos, os indivíduos e a liberdade.
Em uma operação sem precendentes na história, por sua audácia, precisão e extremo profissionalismo, o serviço de Inteligência das Forças Armadas e Policiais ludibriou os comandantes das FARC e, sem disparar um tiro sequer, o resgatou a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que estava há seis anos na selva colombiana. Junto com Ingrid foram libertados outros 14 reféns: os norte-americanos Keith Stansell, Thomas Howen e Mark Gonsalves, que eram mantidos em cativeiro desde 2003, além de 11 soldados e policiais colombianos.
Edifícios da capital Bogotá foram enfeitados com bandeiras tricolores e centenas de colombianos saíram às ruas com bandeiras, enquanto os motoristas promoviam um buzinaço após o anúncio do resgate. Foi uma vitória da civilização, das pessoas de bem.
Tal resgate feriu mortalmente a guerrilha, que já vinha sofrendo baixas em toda sua cúpula com as ações certeiras das Forças Armadas colombianas, comandadas pelo presidente Uribe. Mas também feriu Chávez, Correa (que chegou a lamentar o resgate de Ingrid), Lula e todos aqueles que apóiam, aberta ou veladamente, as causas comunistas.
Quando iniciou-se o exame do material contido nos equipamentos de Raúl Reyes, foram encontradas
mensagens trocadas entre a senadora Piedad Córdoba e o comando das FARC em que aquela dizia ser Ingrid o grande trunfo destas para a negociação de libertação dos 500 guerrilheiros presos.
Noutra ocasião, Piedad, juntando voz ao coro de Chávez, Correa, Insulza e até à própria mãe de Ingrid, afirmou que as Forças Armadas colombianas não deveriam tentar um resgate, pois seria fatal a todos os cativos das FARC e apelando a Uribe para que cedesse aos apelos dos chefes da guerrilha para decretar os departamentos de Pradera e Florida como uma "zona desmilitarizada", bem como negociar uma saída política com as FARC.
Os planos começaram a ser traçados com informações passadas pelo policial
John Frank Pinchao, depois de sua fuga de 9 anos de cativeiro como prisioneiro das FARC; posteriormente Clara Rojas, libertada em janeiro, proporcionou mais alguns dados e, somando isto às imagens de satélite, o pessoal de Inteligência pôde ir montando o quebra-cabeças (através deste documento, elaborado pela Chefatura de Operações Especiais Conjuntas - JOEC, na sigla em espanhol -, constante no site do Ministério da Defesa Colombiana, pode-se ver os detalhes da operação: os comandantes encarregados dos reféns, os possíveis locais onde se encontravam, como se daria o cerco e até fotos dos helicópteros utilizados).
Segundo o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, a operação começou antes do dia 2, quando conseguiram infiltrar agentes no comando da guerrilha, fazendo com que os reféns, que estavam divididos em três grupos distintos, fossem reunidos num único local, a fim de facilitar o deslocamento dos mesmos ao sul do país, a fim de passarem a ficar sob as ordens diretas de Alfon Cano, o número 1 das FARC atualmente.
No dia em que as Forças Armadas colocaram em liberdade os 15 reféns, a operação começou logo pela manhã, quando militares colombianos, vestidos com camisetas de Che Guevara, o terrorista ídolo de todos os esquerdistas, se infiltraram no grupo da guerrilha, no Departamento de San Jose de Guaviare ao sudeste do país, que estava com todos os reféns. Depois, convenceram o carcereiro chamado Cesar, líder do grupo, a levar todos os reféns para Alfonso Cano. Para tanto, outro grupo de militares (quatro tripulantes e nove "assistentes", vestidos de branco) chegou em dois helicópteros M-17 civis afirmando fazer parte de uma missão humanitária, conseguindo embarcar os reféns, junto com Cesar e outro guerrilheiro, que, tão logo os helicópteros alçaram vôo, foram presos pelos militares colombianos.
O resto todos já sabemos: está nos principais jornais e revistas do país.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Decálogo de Lênin: Caminhos do Brasil

Em 1913, na Rússia, Lenin proclamava seu famoso decálogo, traçando os rumos a serem seguidos pelos comunistas do mundo todo para que sejam criadas as condições para a tomada e permanência no poder, sobre os escombros da sociedade capitalista e da burguesia.
Surpreendentemente, este decálogo parece ser seguido à risca pelo nosso presidente e seus asseclas.

  1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual.
    Além de toda a permissividade já incorporada em nossa sociedade, onde encontramos novelas, músicas, livros etc. cada vez mais sexualmente explícitos - e incorporando mais e mais o gayzismo -, recentemente o ministro Temporão, o verdadeiro ministro da dengue,
    anunciou a produção das primeiras 400 máquinas de preservativos que serão instaladas em escolas públicas participantes do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), a fim de conter a AIDS. Temporão não consegue segurar a dengue, valendo-se do frio para tanto, e tampouco consegue gerir a saúde, apesar de já estarmos batendo recordes de arrecadação, mas quer ensinar à geração mais nova como fazer sexo.
    Todos aqui conhecemos os adolescentes, pois já passamos por esta fase. O que as tais máquinas vão fazer é virar um pólo de atração, impondo a prática sexual precoce, mesmo àqueles que ainda não se sintam preparados para tanto. As meninas, porém - aquelas que conseguirem superar o constrangimento -, correm o risco de ficar marcadas na escola, pois "foram vistas nas máquina", para não dizer coisas mais pesadas, característica de muitos adolescentes;
  2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa.
    Bem, aí está a coisa toda. Não preciso dar nomes. Basta procurar na internet ou ficar atento às notícias da TV ou de alguns jornais e revistas. O esquerdismo está dominando a pauta. A "Emprensa" Comunista Abobada (ECA), aquela dirigida e escrita pelos "progressistas" que adulam Lula e seus pares (Vermelho.org, Carta Capital, Conversa Afiada, Os Amigos do Presidente Lula etc.) diariamente modifica as Verdades para aquilo que melhor convém à causa;
  3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais.
    Preciso dizer? Preciso. É só ver: MST, MAB, Via Campesina, etc.; cotas raciais universitárias para negros AUTO-DECLARADOS; cotas para pobres que estudaram em escola pública, que, por mérito, não passariam num vestibular; direitos maiores para gays; índios já aculturados que se auto-governam; patrulha da bebida, do cigarro e da comida; liberação do aborto eda pesquisa com células-tronco de fetos; protesto a favor da marcha da maconha, para descriminação total da droga entre tantas outras coisas;
  4. Destrua a confiança do povo em seus líderes.Escolas totalmente infestadas por professores politizados pela esquerdopatia ideológica; ataques rotineiros à moral das Forças Armadas; oposição praticamente inexistente; dossiês montados pela canalha governante com atribuição de culpa aos "opositores"; mensalões, cuecões, malas de dinheiro, valeriodutos; compra de consciências jurídicas para aprovação de leis estapafúrdias que tomam, aos poucos, a liberdade de cada cidadão;
  5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo.É a fala do governante-mor e seus asseclas, com direito, inclusive, a choro pela Sinistra da Casa Civil vangloriando-se de seu passado de terrorista; é a junção de governantes de esquerda, bandidos que querem tomar o poder e perpetuar-se nele, através do Foro de São Paulo e que, pouco a pouco, vêm tomando tudo da população, que os aplaude através das migalhas dadas. Aliás, Lula, falando em nome do PT, numa entrevista à Folha de São Paulo, em 1995, dizia que eles tinham que "mostrar que é falsa a democracia formal. Primeiro, estamos tentando cumprir as regras do jogo. Não achamos que o Parlamento é um fim, ele é um meio. E vamos tentar utilizá-lo até onde for possível. Na medida em que a gente perceber que pela via parlamentar, pela via puramente eleitoral, você não conseguirá o poder eu assumo a responsabilidade de dizer à classe trabalhadora que ela tem de procurar outra via", ao que Marco Aurélio Garcia, seu capataz, confirmou numa entrevista ao Le Monde, dizendo que "temos de dar a impressão de que somos democratas. No início, teremos que aceitar certas coisas. Mas isto não durará muito tempo";
  6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação.Já sabemos como anda a máquina governamental: cada dia mais aparelhada com os néscios que militam no partido do apedeuta e nos partidos da base aliada, tomando de assalto o erário e promovendo a gastança generalizada, inclusive com a compra de empresários espúrios que são simpáticos ao comunismo - mas que querem encher os bolsos com o dinheiro alheio através do rombo aberto na torneira do governo. E agora - exatamente agora -, voltamos com a inflação, o que fará, em breve, perdermos o "investment grade" das grandes agências mundiais de avaliação de risco;
  7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País.
    Embora não tenhamos greves nas indústrias vitais - pelo menos nas "capitalistas" -, temos tido pequenos focos de greve nos órgãos públicos - principalmente naqueles controlados pela oposição. Mas as grandes centrais sindicais, agora vivendo às expensas do governo federal, estão pouco interessadas neste quesito, uma vez que já vislumbram a tomada definitiva de poder;
  8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam.
    Que dizer das ações do MST e seus filhotes (MAB, Mulhes do Campo, etc.) por todo o Brasil?
    O braço armado do PT no campo não mais quer terra para plantar, mas quer livrar-se, a todo custo, da "burguesia" e do "grande capital privado" aplicado à agro-pecuária brasileira. Basta ver que, antes, os integrantes alegavam que era uma injustiça existirem terras não produtivas enquanto camponeses passavam fome por não terem onde plantar. Esta falácia acabou; hoje as terras produtivas são as mais visadas. Também houve uma mudança radical dos objetivos: a luta deixou de ser contra o latifúndio para ser contra o agronegócio, os transgênicos e o reflorestamento. Eles alegam que eucalipto não mata a fome de ninguém. Evoluíram, também, para impedir a cobrança de pedágio nas rodovias privatizadas. E ainda alegam que as marchas são pela re-estatização da Vale do Rio Doce;
  9. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
    O momento oportuno já passou: embora tenhamos tido um referendo que disse um flagoroso NÃO ao desarmamento, o governo fez de conta que não viu e "compra", por uma migalha, as armas ilegais, não permitindo, de qualquer outra forma, que elas tornem-se legais, além de endurecer a legislação e aumentar a burocracia para o porte e a compra de uma arma legal por cidadãos de bem;
  10. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista.
    Por tudo o que falamos, não preciso explicar a última parte deste decálogo imundo. É o que temos vivido nestes últimos tempos, principalmente após o satânico Calamar ter assumido o poder. Com sua fala de "operário" cuja "mãe nasceu analfabeta" (e qual mãe nasceu alfabetizada? Eu conheço nenhuma...), engana o povo com suas falsas promessas, criando a cada dia, uma perversão da moral, da honestidade e dos bons costumes, fazendo com que este mesmo povo aja com total incivilidade e esqueça-se que também tem DEVERES e não somente direitos.