quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um Tiro nas FARC

O dia 02 de Julho será, a partir de agora, um dia de comemoração internacional, para aqueles que ainda prezam os valores verdadeiramente democráticos, os indivíduos e a liberdade.
Em uma operação sem precendentes na história, por sua audácia, precisão e extremo profissionalismo, o serviço de Inteligência das Forças Armadas e Policiais ludibriou os comandantes das FARC e, sem disparar um tiro sequer, o resgatou a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que estava há seis anos na selva colombiana. Junto com Ingrid foram libertados outros 14 reféns: os norte-americanos Keith Stansell, Thomas Howen e Mark Gonsalves, que eram mantidos em cativeiro desde 2003, além de 11 soldados e policiais colombianos.
Edifícios da capital Bogotá foram enfeitados com bandeiras tricolores e centenas de colombianos saíram às ruas com bandeiras, enquanto os motoristas promoviam um buzinaço após o anúncio do resgate. Foi uma vitória da civilização, das pessoas de bem.
Tal resgate feriu mortalmente a guerrilha, que já vinha sofrendo baixas em toda sua cúpula com as ações certeiras das Forças Armadas colombianas, comandadas pelo presidente Uribe. Mas também feriu Chávez, Correa (que chegou a lamentar o resgate de Ingrid), Lula e todos aqueles que apóiam, aberta ou veladamente, as causas comunistas.
Quando iniciou-se o exame do material contido nos equipamentos de Raúl Reyes, foram encontradas
mensagens trocadas entre a senadora Piedad Córdoba e o comando das FARC em que aquela dizia ser Ingrid o grande trunfo destas para a negociação de libertação dos 500 guerrilheiros presos.
Noutra ocasião, Piedad, juntando voz ao coro de Chávez, Correa, Insulza e até à própria mãe de Ingrid, afirmou que as Forças Armadas colombianas não deveriam tentar um resgate, pois seria fatal a todos os cativos das FARC e apelando a Uribe para que cedesse aos apelos dos chefes da guerrilha para decretar os departamentos de Pradera e Florida como uma "zona desmilitarizada", bem como negociar uma saída política com as FARC.
Os planos começaram a ser traçados com informações passadas pelo policial
John Frank Pinchao, depois de sua fuga de 9 anos de cativeiro como prisioneiro das FARC; posteriormente Clara Rojas, libertada em janeiro, proporcionou mais alguns dados e, somando isto às imagens de satélite, o pessoal de Inteligência pôde ir montando o quebra-cabeças (através deste documento, elaborado pela Chefatura de Operações Especiais Conjuntas - JOEC, na sigla em espanhol -, constante no site do Ministério da Defesa Colombiana, pode-se ver os detalhes da operação: os comandantes encarregados dos reféns, os possíveis locais onde se encontravam, como se daria o cerco e até fotos dos helicópteros utilizados).
Segundo o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, a operação começou antes do dia 2, quando conseguiram infiltrar agentes no comando da guerrilha, fazendo com que os reféns, que estavam divididos em três grupos distintos, fossem reunidos num único local, a fim de facilitar o deslocamento dos mesmos ao sul do país, a fim de passarem a ficar sob as ordens diretas de Alfon Cano, o número 1 das FARC atualmente.
No dia em que as Forças Armadas colocaram em liberdade os 15 reféns, a operação começou logo pela manhã, quando militares colombianos, vestidos com camisetas de Che Guevara, o terrorista ídolo de todos os esquerdistas, se infiltraram no grupo da guerrilha, no Departamento de San Jose de Guaviare ao sudeste do país, que estava com todos os reféns. Depois, convenceram o carcereiro chamado Cesar, líder do grupo, a levar todos os reféns para Alfonso Cano. Para tanto, outro grupo de militares (quatro tripulantes e nove "assistentes", vestidos de branco) chegou em dois helicópteros M-17 civis afirmando fazer parte de uma missão humanitária, conseguindo embarcar os reféns, junto com Cesar e outro guerrilheiro, que, tão logo os helicópteros alçaram vôo, foram presos pelos militares colombianos.
O resto todos já sabemos: está nos principais jornais e revistas do país.

Nenhum comentário: