terça-feira, 19 de agosto de 2008

Precisão Cirúrgica

Já comentei aqui neste blog, em vários posts, sobre os e-mails entre Raul Reyes e Olivério Medina, que acabaram detonando com parte da alta cúpula do governo do sr. Lulovski Apedeutovich; também já comentei sobre o ataque do Sinistro Falso Gênero e seu cupincha, Paulo Vanucchi, da Secretaria de "Direitchu dus Manu", dois ex-terroristas que lutavam pela implantação da ditadura do proletariado, aos militares ao querer a revisão da Lei da Anistia.

Mas eu não comentei, ainda (pois não ia fazê-lo, afinal parecia-me lógico), a coincidência entre as notícias: o ataque aos "torturadores do regime militar" foi orquestrado, com precisão cirúrgica, para coincidir com a bomba trazida pela imprensa a respeito dos e-mails do "Cura Medina". Assim, a importantíssima notícia sobre a ligação de nossas "otoridades" com o narco-terrorismo das FARC foi substituída pelo factóide da revisão da Lei da Anistia - ou sobre, como dizem Genro e Vanucchi, agora, a punição dos torturadores, sem que necessariamente seja revista esta Lei.

Fico "abobestalhado" com o poder de contra-informação e de poder sobre a mídia que os repesentantes do nosso governo têm. Nem nos tempos da ditadura militar viu-se tamanha eficiência e grau de controle do poder constituído sobre a mídia, que, literalmente, jogou no lixo a mais importante notícia de nossa política.

Os que lêem jornais vimos, estes dias, que as pesquisas de intenção de voto na cidade de São Paulo davam boa vantagem para o candidato Geraldo Alckmin em relação a Marta Suplicy; esta semana próxima passada (15/08), porém, o IBOPE divulgou nova e estranhíssima pesquisa em que a candidata do PT abriu enormas 15 pontos percentuais de vantagem sobre Alckmin! Ué, onde foi que nos perdemos? O que aconteceu de novo desde a pesquisa anterior? Nada? Então, só podemos concluir que: ou esses novos números contêm grave erro técnico em sua amostragem ou têm, muito provavelmente, a mão peluda do governo, a mesma técnica utilizada para apagar os rastros dos e-mails do ex-número dois das FARC, a fim de provocar um clima de "Marta já ganhou" para o eleitor mais incauto.

E porque isto? É simples. São Paulo, além de ser o maior colégio eleitoral do país (ou deveria dizer curral eleitoral?) e não estar, ainda, nas mãos do PT, e seus colegas PC do B, PCB, PDC, PSTU etc., torna-se um grande freio para as ambições totalitárias dos comunistas destes partidos. Não que os políticos do PSDB e do DEM sejam muito diferentes, afinal também eles têm ambições socialistas. A maior diferença é que estes, à diferença daqueles, aceitam o jogo democrático da alternância de poder; mas são míopes diantes do PT - e seus colegas -, acreditando que estes é um partido como outro qualquer.

E eles não são partidos comuns. São partidos revolucionários, participantes do Foro de São Paulo, e que vêm acumulando forças suficientes, à medida que o tempo passa, conforme os ditâmes de Antônio Gramsci, para seu projeto de implantar uma nova união de nações que possa "devolver o que foi perdido no leste europeu".

Se o PT ganhar a prefeitura de São Paulo, dará um enorme passo para a conquista do Estado como um todo, praticamente subjugando a nação. Até o projeto de reeleição de Lula "ad-eternum" poderá ser concretizado. Aí, mentiras como as Tarso/Vanucchi e destas pesquisas tecnicamente contestáveis não mais precisarão ser usadas.

Cuidado: estamos às vésperas da tomada comunista para formação do grande Estado totalitário. E a UNASUL terá seu verdadeiro nome: URSAL!

O Racismo Marxista

Karl Marx é o herói de grande parte dos nossos líderes políticos, sindicais e de organizações de direitos humanos, além de muitos que se auto-declaram como intelectuais - e alguns bobalhões que fazem parte da massa de manobra de todos estes "burgueses", como eles gostam de dizer, travestidos de esquerdistas.

É fácil ser marxista quando não se leu os escritos deste senhor, que, após a falência de sua família aristocrática, foi sustentado por Engels, outro aristocrata: a maioria das pessoas influenciadas pela sua doutrina crê que suas predições sobre a falência do que ele chamou de capitalismo - o livre mercado - são corretíssimas.

O que a maioria, porém, não sabe é que Marx era extremamente racista e anti-semita. Ele, por exemplo, não gostava dos mexicanos. Quando da anexação da Califórnia, após a guerra entre México e EUA, Marx escreveu que "sem violência, nada é conseguido na História." E disse ainda: "É um infortúnio que a magnífica Califórnia tenha sido tomada dos preguiçosos mexicanos que sequer sabem o que fazer com ela?"

Friedrich Engels, co-autor do "
Manifesto Comunista" disse ainda: "Na América, nós testemunhamos a conquista do México e nos regozijamos com isto. É de interesse de seu próprio desenvolvimento que o México seja colocado sob a tutela dos Estados Unidos." Muitas das idéias de Marx podem ser encontradas no livro "Karl Marx, Racista" (1979), de Nathaniel Weyl, um ex-comunista.

Numa carta para Engels, em julho de 1862, Marx escreveu sobre seu competidor político, Ferdinand Lassale: "... é agora completamente claro para mim, como provado por sua formação craniana e por seu cabelo, que ele descende de negros do Egito, assumindo que sua mãe ou sua avó não cruzaram com um preto. Agora, esta união de judeu e alemão com a substância negra básica produziu um produto peculiar, que, no companheiro, é ser como um preto".

Engels compartilhou muito da filosofia racista de Marx. Em 1887, Paul Lafargue, que era genro de Marx, era candidato a uma vaga num distrito de Paris que continha um zoológico. Engels afirmou que Paul devia ter "um oitavo ou um doze-avos de sangue de preto." Em uma carta de abril de 1887 à esposa de Paul, Engels escreveu: "sendo ele um tipo de preto, um grau mais próximo do reino animal do que o resto de nós, é bastante apropriado que represente aquele distrito".

Este são os fundadores da ideologia que os esquerdistas seguem. Não é de estranhar que, em todos os países onde o socialismo adentrou e fez suas conquistas, os movimentos sociais primeiro levassem todos os proletários - independentemente de cor, opção sexual ou religião - a combater a burguesia. Porém, uma vez no poder, aflorava-se a verdadeira intenção: a eliminação daqueles considerados dispensáveis à pureza do regime (negros, gays, pardos, aborígenes, religiosos etc.), quer sob os campos de trabalho forçado, quer sob os extermínios em massa.

Pequenos Monstros

Confesso: tenho assistido aos Jogos Olímpicos. A culpa não é minha. A culpa é da diferença horária: quando vou para a cama, Pequim está acordado. Deitado no leito, com a tv ligada, acompanho os exercícios. E a insônia vem a seguir.

Insônia por que? Por causa dos atletas chineses. Nada tenho contra chineses. Mas é difícil resistir ao rosto dessa gente. Americanos, russos, europeus, brasileiros - tudo gente normal, com as alegrias e tristezas de gente normal. Mas os chineses são outra história: o rosto exibe uma tensão e uma infelicidade que não se encontram nos outros. E quando falham, isso não representa uma derrota para os atletas. Representa uma tragédia de contornos apocalípticos. Como explicar o fenômeno?

Infelizmente, com política. Os Jogos não são mero desporto para a China; são uma forma do regime mostrar superioridade perante o mundo (tradução: perante os EUA), vencendo mais medalhas e apresentando uma organização imaculada, onde o fogo de artifício é gerado por computador e crianças inestéticas são dubladas por rostos mais fotogênicos. Um atleta chinês, quando entra em cena, está em guerra diplomática. Perder é morrer.

Mas existe uma razão adicional e pessoal: há trinta anos que a China persiste na sua política do filho único como forma de limitar a explosão demográfica. E essa política tem um preço: quando os casais têm um único filho, a pressão e as expectativas de sucesso aumentam, esmagando os desgraçados. A China criou uma juventude admirável: pequenos monstros que jogam a existência, sua e dos progenitores, em cada prova desportiva ou acadêmica.

A revista "Psychology Today" relembrou recentemente alguns números a respeito. Números que arrepiam. Anualmente, as universidades chinesas produzem 4 milhões de diplomados. Mas a China, apesar do boom económico, apenas consegue absorver menos de metade. O desemprego é o caminho para a maioria, isso numa cultura que nunca tolerou pacificamente o fracasso.

Moral da história? Para começar, o suicídio é a primeira causa de morte entre os chineses mais jovens (entre os 20-35 anos); e só entre os universitários, 25% têm recorrentes pensamentos suicidas (nos EUA, por exemplo, só 6%). Conta a revista que a China lidera os problemas psiquiátricos entre crianças e adolescentes, com 30 milhões a necessitar de acompanhamento psicológico, que aliás não existe: uma das heranças perversas da tirania de Mao foi percepcionar os problemas psicológicos como "anti-socialistas", enviando os "reacionários" problemáticos para campos de trabalho.

Sim, o Brasil pode lamentar as medalhas perdidas. Mas existe um prêmio de consolação: os jovens brasileiros entram e saem da China com a cabeça intacta. A sanidade vale ouro.

por João Pereira Coutinho, na
Folha de São Paulo

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Guerra Soviética

Este post trata do filme The Soviet Story, um documentário dirigido por Edvīns Šnore e patrocinado pelo Parlamento Europeu (leia mais aqui).

Deveria passar em todas as escolas brasileiras. Se esse filme fosse exibido uma única vez em horário nobre pela TV Globo, nunca mais professor de história algum teria coragem de repetir bobagens marxistas em sala de aula. Mas, conhecendo o Bananão, eu posso assegurar que essa brilhante obra cinematográfica produzida na Letônia jamais será exibida por aqui. A censura do Pensamento Único não o permitirá.

O filme "
The Soviet Story" (torrent) é um retrato da escola do Nazismo que foi o Regime Soviético, tanto pelas mãos de Lenin como do Stalin. O filme apenas narra em 1 h 30 min o que o livro de Courtois (O Livro Negro do Comunismo) descreve com mais detalhe em 912 páginas, mas não deixa de ser chocante ver os depoimentos de pessoas vítimas e sobreviventes deste primeiro holocausto (na verdade o holocausto dos judeus foi o segundo holocausto), assim como ver os seus algozes livres e vivos, andando lépidos pela Rússia.

Hitler aprendeu com Stalin, e aperfeiçoou durante a Segunda Guerra Mundial.

Felizmente o Nazismo caiu pelas mãos de uma guerra, mas infelizmente o comunismo não. No dia de hoje, se um beócio se afirmar Nazista, ou se o mesmo tentar defender a honra de Hitler, se não for preso certamente acaba num hospício. Infelizmente o mesmo não pode ser dito de um cretino que defenda o comunismo (no Brasil os temos aos montes, inclusive um Ministro da Justiça) e os seus perpetradores, muitos deles ainda vivos, como o facínora Fidel Castro e sua camarilha, ou mesmo Vladmir Putin que ainda dá guarida a ex-torturadores do regime soviético, inclusive condecorando-os por heróis da pátria.

Em meio ao impacto causado pelas imagens e informações sobre a escala industrial das atrocidades soviéticas, alguns pontos me chamaram particularmente a atenção em The Soviet Story:

George Bernard Shaw aparece defendendo explicitamente (voz, imagem e por escrito) o extermínio das pessoas "inúteis", isto é, daqueles que consumiam mais do que produziam. Shaw, muito humanista como convinha a um socialista fabiano, pede apenas que se invente um modo rápido e indolor de se assassinar em massa os cidadãos indesejáveis. Os nazistas atenderam aos apelos de Shaw inventando o Zyklon B. Aliás, Shaw apoiou os nazistas na época de sua ascensão ao poder.

O racismo de Marx já é razoavelmente conhecido, no entanto o filme mostra que essa característica não era uma idiossincrasia do barbudo, mas um aspecto constitutivo da doutrina comunista em sua origem. Com o tempo, o que houve foi apenas o deslocamento do ódio racial para a lógica da "guerra de classes". Mas o chauvinismo russo (como o Chinês, ainda hoje) e o "complô dos médicos judeus" inventado por Stálin às vésperas de sua morte em plenos anos 50 deixam claro que o racismo sempre esteve lá, um pouquinho abaixo da superfície do comunismo. Engels, o industrial burguês que sustentou o parasitismo de Marx a vida toda, escreveu artigos chamando os povos rurais europeus de Volkerabfalle - "lixo racial" - e afirmando que esse "lixo" teria de ser eliminado, já que não haveria como fazê-los ascender ao estágio "civilizacional" do comunismo. Povos não-europeus, então, nem sequer existiam para Marx e Engels.

Os socialistas nacionalistas (também conhecidos como nazistas e fascistas) seguiram ao pé-da-letra os "ensinamentos" de Marx e Engels. No filme, é lembrada a infame frase de Marx: "As classes e as raças fracas demais para dominar as novas condições de vida devem retroceder [...] Elas devem perecer no Holocausto revolucionário".

O ex-dissidente soviético >Vladimir Bukovsky, um dos estudiosos entrevistados, esclarece que as revoluções comunistas, em qualquer lugar do planeta, começam sempre exterminando no mínimo 10% da população. Isso faz parte do mecanismo revolucionário, que elimina engenheiros, médicos, professores, empresários e trabalhadores especializados de forma a facilitar seu projeto de "reengenharia social" e de criação do "homem novo". A criação do "homem novo", aliás, é mais um objetivo comum de nazistas e comunistas.

O filme é brilhante ao mostrar a semelhança essencial entre o nazismo e o comunismo, frutos da mesma ideologia totalitária criada por Karl Marx. A seqüência que mostra lado a lado os cartazes de propaganda dos partidos nazista e comunista soviético - idênticos! - é simplesmente genial. E irrespondível.

Às viúvas de Stalin que tentam uma defesa torta do totalitarismo comunista exaltando a "importância soviética na derrota de Hitler", o filme lembra um fato incontrastável e humilhante para os comunas: A URSS entrou na Segunda Guerra Mundial do lado dos nazistas, invadindo, em aliança com Hitler, a Polônia - bem como a Lituânia, a Estônia, a Letônia e a Finlândia, todos países neutros. O filme mostra os horrores provocados contra a população civil pelos invasores soviéticos.

E tem mais, muito mais. Acho que foi o melhor filme que vi sobre a história do totalitarismo soviético. Muitas cenas são terríveis e causam um profundo mal estar (principalmente as imagens de arquivo sobre o Holocausto Ucraniano, quando os soviéticos exterminaram pela fome milhões de habitantes para melhor controlar a irriquieta Ucrânia), mas não há apelação barata para a "pornografia da violência". É cinema-documentário de primeira linha.

Assista a um trailer do filme aqui. E baixe o filme inteiro aqui (você precisa um programa para baixar arquivos torrent).
postado originalmente no blog Resistência

Iracema Não Está Mais Aqui

A cúpula nacional do PT convocou os diretórios do partido, parlamentares, integrantes de movimentos sociais ligados à legenda e militantes em todo país para que se engajem em defesa da manutenção da homologação de forma contínua das terras da reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima. A questão será julgada no próximo dia 27 no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em carta aberta aos petistas, o comando do partido informa que entre os dias 25 a 27 deste mês serão organizadas caravanas a Brasília. O objetivo é promover uma série de atos públicos em favor da demarcação de forma contínua das terras até a realização do julgamento na Suprema Corte.

Paralelamente, informam na carta o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), a secretária nacional de Mobilização, Marinete Merss, e o secretário nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais, Renato Simões, que serão realizados debates e audiências públicas para debater o tema.


"É uma batalha decisiva pelos direitos dos povos indígenas no Brasil, visto que esta decisão responde a questionamento da ação de nosso governo que assegura antiga e fundamental reivindicação do movimento indígena e indigenista e terá reflexos em todos os demais processos de demarcação e homologação de terras indígenas em qualquer estado do país", diz a carta.

A demarcação na reserva Raposa/Serra do Sol, homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou vários conflitos entre indígenas e produtores de arroz da região. Para os produtores e o governo do Estado de Roraima, o ideal é a homologação de forma descontínua, como se existissem ilhas no local.


Com a demarcação de forma descontínua, os defensores da proposta afirmam que seria possível preservar as áreas plantadas no Estado. As divergências motivaram várias ações no STF. O ministro-relator do processo, Carlos Ayres Britto, disse ter analisado mais de 30 ações sobre o assunto.


De acordo com ministros da Suprema Corte, o julgamento envolvendo a demarcação deverá ser um dos mais longos do semestre.


Por Renata Giraldi, na Folha Online, em 18/08/2008
O PT e o governo amam os índios? Nem fale! O tratamento que a Funasa dispensa aos curumins doentes fala por si mesmo. E por que a preocupação com Raposa Serra do Sol? A pergunta remete a uma questão essencial - ou melhor: a uma resposta essencial - quando se trata de entender o “humanismo” da militância de esquerda: as causas têm de ter pedigree; elas precisam remeter, assim, a supostas utopias redentoras, entendem? Quem liga pra índio vendendo banana e palmito, extraído ilegalmente, em beira de estrada? Quem liga pra criança indígena pouco influente, morrendo de disenteria e verminose? Já Raposa Serra do Sol, não! ONGs do mundo todo estão lá. Querem brincar de criar o “bom selvagem”, embora os nativos locais sejam aculturados.

A Fundação Ford, por exemplo, dá uma banana para índio que vende banana. E muitos milhares de dólares para o CIR, o Conselho Indígena de Roraima, ligado à Igreja Católica (a uma das correntes da "Escatologia da Libertação") e, ora vejam, ao PT! É a CIR, que fala em nome da MINORIA dos índios de Raposa Serra do Sol, que quer a demarcação contínua das terras e a expulsão dos arrozeiros, que ocupam 0,7% dos escandalosos 1,7 milhão de hectares da reserva. A extensão faria sentido se os índios fossem nômades e vivessem da caça, da pesca e da coleta. São sedentários: com carro, antena parabólica e Internet.

Mais um confronto
O que busca o PT com essa iniciativa? Mais uma vez, pretende acuar o Judiciário. Arma o circo para que a decisão seja tomada sob a pressão do clamor público - ainda que o “público” seja o que costuma ser nesses casos: militantes do partido e “profissionais” da causa indígena. Vocês sabem... O que mais há no Brasil é proxeneta de desassistido de manual: índio, sem-teto, sem-terra... Ninguém vai querer proteger um branco pobre e desdentado, certo? Ou mesmo um índio que não renda prestígio.

Se a pressão do partido funcionar, tanto melhor... para o partido: cantará a sua vitória sobre as “forças do atraso” etc e tal. Se não funcionar, e o STF decidir a favor do que parece ser tão razoável, os petistas se verão diante de mais uma oportunidade para demonizar a Justiça, em especial o Supremo. Nota: o que chamo de “decisão razoável”? Não lhes parece suficiente deixar 99,3% de 1,7 milhão de hectares para algo entre 12 mil e 15 mil índios, e permitir que se produzam 160 mil toneladas de arroz no 0,7% restante? Ah, eu acho! Se tal produção ameaçasse a pureza da cultura nativa, vá lá... O índio de Raposa Serra do Sol já não confunde trovão com Tupã faz tempo...

ONU presente
James Anaya, representante da ONU, decidiu acompanhar a coisa de perto. Já está no Brasil e vai para a Raposa Serra do Sol. Ele é relator especial para Direitos Indígenas das Nações Unidas. Ora, por que essa mega-ONG inútil se preocuparia com Darfur, por exemplo? Quem liga para aquela gente? O negócio é fazer pressão e tentar acuar a suprema corte no Brasil, nesta Amazônia tão, digamos, "internacional".

Quanta empulhação! Quanta conversa mole! Quanta vigarice intelectual, moral e política! Pesquisem a questão -
inclusive neste blog. O próprio laudo que resultou na demarcação da reserva está eivado de irregularidades e antropologia militante e fraudulenta, parte da velha tática comunista de levar a sociedade organizada ao caos antes da tomada definitiva do poder. E o que tem de reservas minerais nas novas "nações indígenas" já demarcadas...


Tarso brando Bobagem!

O ministro Tarso Genro (Justiça) classificou como uma "ofensiva de setores da mídia" as críticas feitas às operações da Polícia Federal e ao trabalho do Ministério Público Federal. Ele afirmou, com ironia, que não houve reclamações contra a espetacularização das prisões quando os alvos das operações foram petistas.


Segundo Tarso, nos dois primeiros anos do governo Lula, o trabalho da PF estava centrado em inquéritos e processos que investigavam o PT.

"Nessas investigações, que depois resultaram em denúncias e já estão tramitando no Poder Judiciário, eu nunca ouvi nenhuma crítica a algema, a espetacularização, a ações persecutórias do MP através de escutas telefônicas", afirmou o ministro.

"Não havia crítica, havia uma espécie de incensamento, na minha opinião um pouco exagerado, das ações que se fazia naquela época", disse.

"Há uma ofensiva de boa parte da imprensa contra a PF e contra o MPF e começo a me perguntar se é porque a PF não obedece critérios políticos e de classe", declarou o ministro, hoje, ao final de audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Segundo Tarso, houve uma redução da exposição de pessoas presas em operações da PF com o manual que disciplina as operações da PF.

"Reduzimos em 90% a exposição até que houve este incidente altamente desagradável em que o manual foi violado [na Operação Satiagraha] porque filmaram o ex-prefeito Celso Pitta em casa, de pijama."

Tarso voltou a dizer que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de limitar o uso de algemas vai aumentar o poder da polícia, já que ficará a critério do policial envolvido na ação o uso ou não do recurso.

Na segunda-feira, o ministro vai se reunir com a cúpula da PF para discutir as alterações no manual para cumprir a decisão do STF. Os policiais, segundo ele, deverão passar a preencher documentos justificando o uso de algemas.

No caso de suspeitos com histórico de violência, os termos seriam preenchidos antes da prisão. As justificativas para as algemas só deverão ser feitas após a prisão em situações excepcionais, quando suspeitos não classificados como potencialmente perigosos reagirem à ação policial.


Por Graciliano Rocha, na Folha Online, em 17/08/2008
Comento:

Vocês já viram petistas com algemas nos braços, flagrados em operações espetaculares? Eu nunca vi.


- Cadê o resultado das investigações da PF no caso do mensalão?

- Cadê o resultado das investigações da PF no caso Waldomiro Diniz?

- Cadê o resultado das investigações da PF no caso do dossiê dos aloprados?

- Cadê o resultado das investigações da PF no caso do dossiê anti-FHC/Ruth?


Esse Sinistro Falso Gênero realmente é um homem impressionante. Mas vamos caminhar um pouco com ele? Pois não! Segundo a Polícia Federal, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh cobra US$ 265 milhões para tornar viável, junto à alta cúpula do governo, a compra da Brasil Telecom pela Oi. Ainda segundo a PF, ele negocia em nome do PT: para fazer caixa eleitoral.

O que Tarso acha disso? Verdade ou mentira?

Gastança com o Funcionalismo

Só neste ano, o governo Lula já propôs a criação de quase 60 mil cargos no serviço público federal. A abertura de 56 mil vagas já foi aprovada e formalizada e elas serão preenchidas gradualmente. Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, e encaminhou para o Senado, uma medida provisória (MP) e um projeto de lei que criam mais 3.090 cargos. Além de inchar o quadro de pessoal, o governo do PT vem concedendo generosos aumentos de vencimentos generalizados e alterando as tabelas de vencimentos e vantagens de funções específicas do serviço público.

A generosidade com o servidor público, onde está a maior base sindical do PT, impõe um enorme custo para o contribuinte. As despesas com pessoal nos cinco primeiros anos do governo do PT cresceram a uma velocidade duas vezes maior do que nos oito anos do governo FHC e, em decorrência de benefícios já aprovados e que serão concedidos até 2011, continuarão a aumentar rapidamente.

A MP aprovada pela Câmara institui um novo plano de carreira para os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e cria 440 cargos a serem preenchidos por concurso público. Já o projeto de lei cria a carreira de especialistas em desenvolvimento de políticas sociais, com a geração de 2.650 cargos efetivos de analista técnico, com funções de assistência em programas nas áreas de saúde, previdência, emprego e renda, segurança pública e segurança alimentar. Se todas as vagas fossem preenchidas neste ano, o custo para o governo seria de R$ 258,6 milhões.

Também muito onerosa para os cofres da União, e para o bolso dos contribuintes, será a reestruturação da tabela de vencimentos da elite do funcionalismo federal. Em decorrência de diversas medidas tomadas pelo governo Lula, essa elite já ganha bem. Mas o governo quer aproximar o valor de seus vencimentos ao teto dos salários dos servidores, que é o salário de ministro do Supremo Tribunal Federal, atualmente de R$ 24,5 mil por mês. O governo vai aumentar o salário dessa faixa de funcionários, formada por auditores fiscais da Receita e do Trabalho, procuradores (da Fazenda Nacional, do Banco Central e federais), defensores públicos, analistas (do Banco Central, da Susep, da CVM e de outros órgãos), diplomatas e técnicos do Ipea. Os vencimentos desses funcionários serão aumentados para uma faixa de R$ 14,5 mil a R$ 16,7 mil ainda este ano, de acordo com medida provisória prestes a ser enviada ao Congresso. Em 2009, ganharão de R$ 17,3 mil a R$ 18,2 mil; em 2010, de R$ 18,4 mil a R$ 19,4 mil.

Neste ano, o impacto desses aumentos será de R$ 1,9 bilhão, de acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense. No ano que vem, o custo subirá para R$ 4,7 bilhões; em 2010, para R$ 6,6 bilhões; e, em 2011, já no governo do sucessor de Lula, para R$ 7,2 bilhões.

Ressalve-se que este será o impacto apenas do aumento para os funcionários que formam a elite do serviço público. Em maio último, o presidente Lula enviou ao Congresso medida provisória propondo a mudança do plano de cargos e salários de 800 mil funcionários civis e 611 mil militares. Os reajustes negociados pelo governo com as diferentes categorias de servidores - e que a Câmara aprovou no mês passado, estando o texto agora no Senado - implicarão gastos adicionais de R$ 7,7 bilhões em 2008. Os reajustes serão parcelados, o que resultará em mais gastos também nos anos seguintes. Nos cálculos do governo, até 2011 o custo será de R$ 31 bilhões.

No início do ano, quando se discutia o Orçamento da União para 2008, o governo ainda falava na necessidade de redução de gastos com pessoal, como indispensável medida de austeridade em razão da suspensão da cobrança da CPMF decidida pelo Senado no fim do ano passado. Falava-se em corte de pelo menos R$ 5 bilhões.

O que se constata é que, em lugar dos necessários cortes com a folha de pessoal, que reduziriam a demanda agregada e aliviariam a pressão sobre a política monetária - além de abrir espaço para o aumento dos investimentos públicos -, o governo elevou fortemente essas despesas. Quase tudo o que consegue arrecadar a mais, em razão do bom desempenho da economia e da eficiência da Receita Federal, o governo está gastando com o funcionalismo.

Fonte: www.estadao.com.br - Opinião, 17/08/2008.

A Política Eleitoreira e a Outra

Não sei se os senhores já ouviram falar de Frei Betto, o mentor espiritual de Lula da Silva. O dito Frei Beto (vai com um “t” só, porque, no seu caso, dois é demais), junto com o expurgado Leonardo Boff (cujo verdadeiro nome é Genezio Darci), é um dos pilares da Teologia da Libertação, a apostasia que subverte a premissa central do cristianismo de que o homem é um ser criado à semelhança de Deus. Como se sabe, para a teologia anticristã, o objeto da adoração dos fiéis deve voltar-se para o culto à Mãe-Terra, ou Gaia, que pretende, segundo o frenesi libertário, “espiritualizar a terra e criar um espaço vazio para que Deus atue neste mundo”.

Mas, para atuar no espaço vazio deste mundo, em vez da presença Divina, o aparato materialista da Teologia da Libertação comandado por Frei Beto e Leonardo Boff arregimentou o MST, Movimento dos Sem-Terra, que é hoje o maior proprietário de terras no Brasil, com sua virulência revolucionária impulsionada a golpes de machado, foice, martelo e malandragem por tipos como João Pedro Stédile, Bruno Maranhão, José Rainha, Gilmar Mauro et caterva.

Bem, vamos aos fatos. No limiar das eleições municipais, que em última análise irão definir se o Partido dos Trabalhadores continuará ou não no mando político do país, Frei Beto reapareceu nas páginas de O Globo (“Por que falta emoção?”, 08/08/2008) para entoar sua cantiga para lá de enganosa. De início, o puxa-saco de Fidel Castro lamenta no artigo malicioso a postura dos candidatos da presente corrida eleitoral:

“(Eles) andam pelas ruas, cumprimentam eleitores, distribuem sorrisos, entopem-se de pastéis, afogam-se em cafezinhos. E não provocam nenhuma emoção. Quantos votos haverão de angariar com esse peripatético (mais patético que outra coisa) aquecimento eleitoral?”.

Por que os candidatos, em meio à demagogia geral, como de praxe, não haveriam de cumprimentar os eleitores, comer pastéis e tomar cafezinhos? Que há de patético nisto, Beto? Pior, mas seguramente pior, seria encher a cara de aguardente “51”, como fazia o seu candidato e pupilo Lula da Silva, para, depois, aos tropeções e amparado pelas sarjetas, ficar dando vexame - conforme registram inúmeras fotos de domínio público.

No seu arrogante proselitismo crítico-ideológico, o falso moralista Beto, que não é mais frei, dá suas estocadas:

“Os candidatos a prefeito confiam nos programas de TV, capazes de levar suas imagens a inúmeros lares e, quem sabe, aumentar seus índices nas pesquisas. Os marqueteiros eleitorais capricham no visual de seus clientes, maquiam o débil de forte; o corrupto de honesto; o incompetente de capaz; o feio do bonito. Trata-se o candidato como produto e o eleitor como consumidor. Produto com prazo de validade a vencer no dia da apuração. Os derrotados evaporam e os eleitos são alçados às inalcançáveis estruturas do poder”.

Bonito, não é mesmo? Mas o teólogo, que passa por cima do “homem econômico” de Marx, deveria dar nomes aos bois. Por exemplo: quem foi e continua sendo o marqueteiro-mor da mistificação política nacional, a feiticeira que, reconhecidamente contraventora, aparou os cabelos crespos de Lula, vestiu-o à Georgio Armani, injetou-lhe botox e transformou a fera do ABC no beatifico Lulinha Paz e Amor, alçando-o às inalcançáveis estruturas do poder? Sim, o leitor acertou: foi ele mesmo, o “companheiro” Duda Mendonça, o fantástico prestidigitador que recebia pagamento da máquina petista em dólares via paraísos fiscais – mas que, nem por isso, está por trás das grades).

No seu arrazoado visionário, o teólogo da apostasia reclama da “falta de emoção” nas atuais eleições. Diz ele:

“A emoção é filha da utopia, do sonho que alenta, da paixão que encoraja, do desejo que se projeta. Esta é a palavra-chave: projeto. Qual é o projeto ou programa dos candidatos, além do próprio interesse de eleger-se? O que os candidatos a prefeito têm a dizer quanto ao sistema municipal de saúde, educação, saneamento básico, transporte coletivo, alimentação, áreas de lazer, esporte e cultura?”.

Antes assim do que assado. Quando o sujeito fala em “utopia” perto de mim, a primeira coisa que me vem à razão são os tenebrosos crimes praticados pelos partidos comunistas (Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, Fidel), nazista (Adolf Hitler, o leitor de Marx) e fascista (Benito Mussolini, o socialista dissidente) – todos eles comprometidos com o emocionante “sonho” da organização de uma sociedade “mais justa e fraterna”. Todos eles, em nome dos seus projetos de governo voltados para “transformações sociais” nas áreas de saúde, educação, saneamento básico, transporte, alimentação, lazer, esporte e cultura, terminaram por estabelecer na face da terra um universo concentracionário marcado pela dor, miséria, angústia, exploração e extermínio em massa.

Todavia, o mais curioso, ao condenar as nocivas práticas políticas vigentes no “mercado”, a Eminência Parda de Lula não apregoa o voto nulo. Pelo contrário:

“Não podemos nos enojar da política, apesar da mediocridade da maioria dos candidatos (...) Ainda é tempo de tirar os candidatos dos patéticos sorrisos e tapinhas nas costas, e da moldura televisiva que visa a produzir sedução e não compromissos”.

Perfeito, mas para substituí-los por quem? Pressuroso, o comunista Beto não se faz de rogado: ele quer os políticos subordinados à autocracia vermelha dos “movimentos sociais”, tipo MST, que ele mesmo controla:

“Movimentos sociais, sindicatos, associações, ONGs, denominações religiosas etc. devem convocar candidatos para o debate olho no olho, de modo a avaliar se têm projetos ou apenas ambição de poder; vínculos com grupos populares ou representam interesses corporativos oligárquicos”.

Ora, Betinho, vai te catar! Democracia representativa não é a farsa da “democracia direta” - filha bastarda do “centralismo democrático” bolado pelo sanguinário Lênin - que leva o povo aos desvãos do totalitarismo escravocrata, subordinado na marra às promessas nunca alcançadas dos projetos utópicos da nomenclatura parasitária - da qual você nunca se afastou).

Moral da história: se o “outro mundo possível” idealizado por Frei Beto tem como paradigma a Cuba de Castro, sou mais o político do cafezinho – embora, pessoalmente, não vote em ninguém.

por Ipojuca Pontes, em 18/08/2008, no Mídia Sem Máscara

sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Sobre o Estado Policial

Na campanha eleitoral de 1945 Churchill advertiu, parafraseando Friedrich Hayek, que não era possível haver um Estado socialista sem uma polícia política. Ela existiu principalmente, mas não somente, em Estados socialistas e teve vários nomes: Gestapo, KGB, Stasi, DOI-Codi, Oban, Dops, Dina e muitas outras siglas.

O que todas as polícias políticas têm em comum é que seu poder é muito menor do que as pessoas de uma sociedade pensam. E essas polícias só acabam triunfando e adquirindo o imenso poder que acabam tendo porque as pessoas sempre acreditam que elas são mais poderosas do que, na realidade, são. O filme recente A Vida dos Outros mostra a situação de maneira bastante clara.

Há um outro dado que é fundamental para o domínio da polícia política sobre uma sociedade: seu poder burocrático autônomo. Todas elas começam com o apoio dos governantes, mas rapidamente passam a crescer dentro de si mesmas com uma dinâmica própria, desenvolvendo interesses próprios. E, na medida em que os membros da polícia política sabem dos podres de todos, inclusive dos governantes, eles começam a contar com o medo, o silêncio e a cumplicidade passiva de todos.

No Brasil dos anos de chumbo foi a "tigrada". Quando o presidente Ernesto Geisel visitou São Paulo em 1975, não sabia se podia contar com a lealdade do Exército, do qual era comandante-chefe. Naquela ocasião, ou quando da morte de Manoel Fiel Filho e Vladimir Herzog, seu irmão, o general Orlando Geisel, o teria aconselhando sobre como tratar o então comandante do II Exército: "Demita com humilhação." Não importa quando foi dita a frase, mas sim a sua essência: é intolerável que um poder policial cresça mais até que o do ditador.

"Um dia vieram e levaram os sindicalistas, e eu não disse nada porque não era sindicalista. Depois levaram os comunistas, e eu não disse nada porque não era comunista. Depois vieram e levaram os judeus, e eu não disse nada porque não era judeu. Então, eles vieram e me levaram, e aí não sobrara ninguém para dizer nada."

O dito, atribuído a várias pessoas, mostra como as pessoas se vão intimidando, permitindo o crescimento autônomo das polícias.

Burocracias, de quaisquer tipos, crescem por si mesmas e adquirem interesses próprios, desligados das razões para que foram criadas, ou até mesmo de seus dirigentes. Passam a operar buscando seus próprios objetivos. Isso é mais grave com as polícias porque elas têm o monopólio do gerenciamento da violência.

Estamos com problemas sérios de segurança pública no Brasil. Quem comete o crime tem medo da polícia - ou é da polícia. Quem é vítima do crime tem medo de quem comete o crime e tem medo da polícia.

Todos estão com medo.

A repressão aos crimes ocorridos, ou alegadamente ocorridos, no âmbito dos grupos de renda mais baixa é brutal. A pena de morte existe no Brasil, sim, e é aplicada com maior intensidade numérica do que em qualquer outro país onde ela é legal e controlada pelo Estado. Aqui ela foi privatizada, seja para quem encomenda a morte de um desafeto, seja para a própria polícia que mata quem a incomoda. Já vêm sendo dados estes passos há muito tempo. As pessoas, sobretudo os pobres, têm medo da polícia porque sabem que ela mata mesmo, e não acontece nada.

De algum tempo para cá a polícia começou a prender os ricos e poderosos. As pessoas aplaudem, quer porque a polícia esteja certa, quer porque há um prazer secreto em ver alguém poderoso sendo preso e algemado.

No Brasil existe o instituto da prisão especial, por uma razão muito forte: a elite brasileira sabe a polícia que tem e gosta que ela seja assim. Criou, no entanto, a prisão especial para quem tem curso universitário. Só que agora esse privilégio já está incomodando, inclusive a elite: muito pobre está conseguindo terminar o curso universitário. Ainda não acharam uma saída.

A classe alta não que ser algemada. Enquanto algema era só para pobres, pretos e prostitutas, ninguém se preocupava muito com o assunto. De repente virou o tema do dia: todos discutindo se se deve algemar as pessoas ou não. Ser preso e fotografado algemado, sobretudo quando a polícia convoca a mídia para a execração pública, virou uma preocupação dos poderosos. Sempre fez parte da vida dos pobres e sem poder. Só não saía na mídia.

Culpados ou não, pobres e ricos têm direitos legais iguais. Na prática, contudo, a teoria era diferente. Mas a democracia chegou aos ricos sob a forma das algemas e da execração. Fica, porém, uma pergunta essencial: quem pagará a Daniel Dantas ou a Eike Batista, se eles forem inocentados, pelos bilhões de reais de prejuízo que tiveram porque foram execrados em público? É sempre bom lembrar que 90% do capitalismo depende da confiança nos capitalistas.

Essa é a pergunta que não se está fazendo, da mesma maneira que não se fez quando os moços do Morro da Providência foram entregues por militares do Exército num morro rival para "levar um susto". A pergunta vira importante quando um senador da República aparece citado pela polícia autônoma como um possível crápula.

Uma pessoa que viveu por muitos anos a menos de 50 passos de ditadores e presidentes me disse, há muito tempo, que há uma coisa que não se deve fazer em épocas de golpes ou revoluções: destruir os arquivos da polícia política. Eles serão sempre úteis, basta ler as informações com os sinais trocados.

Alguns dizem que Churchill perdeu as eleições britânicas de 1945 depois de ganhar a 2ª Guerra Mundial por ter feito o seu "discurso Gestapo".

Talvez esteja faltando alguém que se disponha a perder uma eleição para denunciar a situação que está cada dia mais ficando fora de controle, muito perto de chegar à Stasi.

por Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação do Unieuro (Brasília) no Estado de São Paulo - Opinião, 14/08/2008.
Uma das maiores alegrias de um comunista é ver na boca dos burgueses, nossos adversários, as nossas palavras de ordem.
GIOCONDO DIAS, Ex-Secretário Geral do PCB

Volto a citar esta frase lapidar do továrishch Giocondo para abordar um assunto que confunde a mente de muitas pessoas bem intencionadas a respeito dos termos que devem ser usados para definir alguns conceitos. Não uso o adjetivo apenas no sentido frouxo de frase artisticamente perfeita, mas sim no mais restrito de inscrição em lápide, pois ela pode ser um dos epitáfios da ordem e da linguagem “burguesas”. Como exemplo inicial a palavra ética: o seu significado original hoje está tão deturpado que é sempre melhor evitá-la. Como ocorreu esta deturpação? Para isto é necessário algum conhecimento sobre a estrutura e hierarquia de um partido revolucionário e um pouco de história.

ESTRUTURA E HIERARQUIA
Todos os partidos, revolucionários ou não, são organizados em pirâmide, por isto os termos usuais bases e cúpula partidária. A diferença é que nos partidos democráticos esta pirâmide está mais ligada aos níveis decisórios, enquanto nos revolucionários há, da base para o alto, uma graduação do nível de segredos estratégicos, a ponto de, acima de um certo nível, transformar-se numa verdadeira organização esotérica que emite palavras de ordem e resoluções cuja estratégia de longo prazo não é discernível, sequer suspeitada, pelos níveis inferiores. Claro está, todos os partidos têm seus segredos, suas malícias, suas visões de longo prazo tanto quanto as eleitorais, de curto prazo. Seu intento é mudar alguma coisa restrita do mundo através de métodos políticos consensuais, como maior controle estatal ou mais liberalismo e as nuances entre os dois, decisão sobre os setores mais importantes para investimentos, visões diplomáticas diversas, etc. Além disto, aceitam o jogo democrático e a alternância no poder, isto é, aceitam a política como ela é: a arte do possível baseada em negociações.

Já os partidos revolucionários funcionam com base numa estratégia secreta de engenharia social, com a finalidade de mudar o mundo todo, de conformá-lo com sua visão estratégica e ideológica. Parte desta não é secreta: os fins, sempre idealizados como “um mundo melhor é possível”, mas os meios para chegar a este mundo permanecem secretos, pois são necessariamente muito violentos e despertariam rechaço por parte do eleitorado. Isto enquanto precisam de eleitores, pois para estes partidos a política não passa de um meio pelo qual se extinguirá a própria política. Aceitam a alternância no poder apenas como um meio de destruir os inimigos, não considerados apenas adversários políticos. Fingem aceitar o jogo político consensual só para liquidar com ele quando tiverem a hegemonia.

Obviamente, a estruturação de um partido com tais intenções deve ser diferente. Embora também em pirâmide, os níveis não são os mesmos dos partidos tradicionais, assim como a diferença qualitativa entre os membros dos diversos níveis. Por razões didáticas podemos grosseiramente definir os seguintes níveis, da base para o alto: idiotas úteis, companheiros de viagem, “ampliações”, militantes de base, militantes de nível intermediário, dirigentes de baixo nível e dirigentes de nível superior.

Entre os idiotas úteis, que nada sabem, apenas se deixam seduzir pelo canto de sereias, pela “utopia”, que anuncia um renascer mais justo e eqüitativo para a humanidade, são selecionados os companheiros de viagem, aqueles que se encarregam de tarefas sem grande importância, como panfletagem, pichações, incitação de greves, etc. São os que carregam a bandeira e se expõem aos riscos. Os mais eficientes dentre esses são selecionados como ampliações. Este termo se aplicava originalmente ao programa permanente de ampliação de quadros (aumento do número de militantes). Passou a ser usado nos casos particulares e por neologismo se transformou até em substantivo: uma “ampliação” é um simpatizante em fase de teste de “pureza ideológica” com vistas a conquistá-lo para a militância. Alguns nunca chegam neste ponto e permanecem para sempre “companheiros de viagem” e serão os primeiros a serem trucidados pelo regime revolucionário triunfante porque o choque da realidade os tornaria ferozes opositores ao perceberem que foram traídos.

Os militantes de base são aquelas ampliações que amadureceram e estão preparados para ler alguns documentos doutrinários e ideológicos, ainda de teor utópico. Aqueles que começam a perceber o “espírito da coisa” – que não existe utopia nenhuma, apenas luta pelo poder hegemônico – são “promovidos” a militantes de nível intermediário. Esclareça-se que tais “promoções” são de natureza totalmente secreta para o indivíduo, o qual não tem a mínima idéia de ser constantemente observado e avaliado, muito menos quais são os critérios para isto. Os militantes dos dois níveis constituem o que Orwell denominou “Partido Externo” (Winston e Julia). Orwell não podia prever que os que não foram promovidos a militantes viriam a ser organizados em estruturas auxiliares (ONG’s) que promovem as palavras de ordem do partido revolucionário sem nem saberem – com exceção dos dirigentes, ligados ao Partido Interno – de onde elas provêm ou o que significam. Os que ficarem fora da estrutura partidária, são os “Proles”.

Ao falarmos dos dirigentes entramos já no “Partido Interno” (O’Brien) e então se revela a verdadeira organização esotérica baseada nas sociedades secretas. Como veremos adiante, só estes começam a ter acesso ao verdadeiro significado dos termos da “novilíngua” ou a linguagem do politicamente correto. Deve-se observar que a clandestinidade é condição essencial para os dirigentes dos partidos revolucionários e não conseqüência da eventual repressão pelas autoridades. Sem a clandestinidade dos dirigentes e o segredo da estratégia, a estrutura sucumbe completamente!

É evidente que a correia de transmissão das decisões através de palavras de ordem deve guardar a mesma gradação de segredo dos reais conceitos, dos verdadeiros fins e dos meios cruentos para atingi-los. O sentido de uma palavra de ordem só pode ser conhecido pelos “iniciados” do partido interno, aos demais devem ser dadas explicações mais palatáveis.

Vejamos outro exemplo: justiça social. De forma proposital deixa-se cada um entender o que quiser sobre este termo desde que não atinja o verdadeiro significado esotérico. No entanto, o caminho para atingir a justiça social deve ser claramente explicitado: só a redistribuição de renda levará ao tão almejado estado de coisas. Tome-se uma figura de um carro de luxo passando numa favela com crianças nitidamente desnutridas. A maioria das pessoas imediatamente associa: injustiça social! – precisamos redistribuir a renda para acabar com ela. Mas, o verdadeiro significado é: os membros do partido são os justiceiros que, através da redistribuição da renda vão deixar as crianças ainda mais famintas e o carro de luxo será desapropriado em benefício de um dos dirigentes, o qual, como grande justiceiro, terá avenidas exclusivas para trafegar (os prospekts com faixas exclusivas da URSS). Os luxuosos balneários, como Cubanacán e Siboney, expropriados para gozo e deleite dos mesmos.

Se isto sempre foi assim, após os estudos de Gramsci, no pós-guerra, a tarefa ficou muito facilitada. Ao perceber que a classe revolucionária por excelência não é a proletária, que jamais deixarão de ser Proles, mas a intelectualidade das classes média e abastada deu ao partido revolucionário uma ferramenta potentíssima: transformou-o no Partido-Classe, onde os dirigentes – os intelectuais orgânicos - têm consciência de constituírem não mais uma classe-em-si mas uma classe-para-si. É exatamente quando o militante adquire a noção de que a revolução é para-si, e a aceita plenamente, que ele passa a integrar o quadro de dirigentes, ou Partido Interno.

Aqueles que adquirem esta noção e se horrorizam com o mundo infernal que se avizinha e pelo qual lutaram, e não a aceitam, passam por uma crise de consciência terrível da qual poucos saem. A maioria, sem coragem para enfrentar a humilhação de ter acreditado e se submetido a uma grossa mentira, fica pairando como almas penadas em busca de um corpo que não as aceita mais: os antigos “camaradas” jamais confiarão nele outra vez. São os que vão engrossar o coro das ONG’s globalistas, dos movimentos “sociais” e pela “paz”. Alguns, alquebrados pelo esforço, aceitam a suprema humilhação das “autocríticas” que se revelarão um ciclo interminável. Muito poucos enfrentam a angústia de aceitar a culpa e enfrentar o esforço moral e psicológico da convalescença, pois como bem o disse Aron, estas ideologias viciam como os tóxicos e criam dependência e síndrome de abstinência.

HISTÓRIA DAS PALAVRAS-SENHA NO BRASIL
O estudo intensivo da obra de Gramsci se deu na URSS a partir do XX Congresso do PCUS (1956) (ver op. cit.), mudando completamente os rumos da revolução mundial no sentido de uma revolução dos intelectuais. As condições para o estudo intensivo no Brasil se deram a partir do movimento contra-revolucionário de 1964. A clandestinidade e a momentânea supressão das atividades externas foram impostas pela Polícia e pelas Forças Armadas. Os Comitês Centrais e regionais das diversas organizações revolucionárias mergulharam fundo e, enquanto na superfície ocorria a derrota político-militar e econômica da revolução, na clandestinidade aprofundava-se a revolução cultural, levando ao quadro que temos hoje: embora derrotados, são vitoriosos porque as forças da lei, o aparelho hegemônico da burguesia, contentou-se com aquela vitória de Pirro e nem percebeu que lentamente modificava-se o senso comum da sociedade e organizavam-se os grupos sociais que viriam formar a sociedade civil organizada. (Todos os termos em itálico correspondem a categorias de Gramsci).

Embora não fosse esta a sua principal função estas palavras serviam como uma espécie de senha de reconhecimento mútuo, pois aquelas que elas vieram substituir não podiam ser pronunciadas ou escritas. Funcionavam como sinais, imitação das sociedades secretas como a maçonaria e nada tinham a ver com as noções “burguesas”. Lá pela década de 80 a palavra ética tomou força – movimento pela ética substituiu movimento comunista. Seguiu-se cidadania que tomou impulso com o movimento pelas diretas e a luta pela anistia levadas a cabo pelos “autênticos” (outra senha, esta genuinamente nacional) do MDB, culminando na proclamação pelo companheiro de viagem Ulisses Guimarães, da “Constituição Cidadã” que “resgatava o exercício pleno da cidadania e da ética na política”. Logo após a redemocratização o governo se viu abalroado pelos aparelhos privados de hegemonia, as organizações não governamentais (ONGs), que somando-se a este constituíram o Estado Ampliado. Cada vez mais vemos estes aparelhos privados assumindo diversas funções do governo. Desde 1994, com a plena concordância, aval e apoio financeiro do mesmo.

É fundamental que os liberais e conservadores tomem conhecimento do verdadeiro significado revolucionário que estes termos adquiriram e abstenham-se de usá-los para não se deixarem confundir. Um pequeno glossário é fundamental. Como não há espaço aqui cito apenas algumas mais usuais. (Não usarei a ordem alfabética para facilitar a compreensão).

Ética – é ética toda e qualquer ação que promova o aprofundamento da revolução. É a expressão do princípio de que “os fins justificam os meios”, em oposição total ao conceito “burguês” tradicional.

Liberdade – é a expressão da conformidade do cidadão com a coletividade. Não tem nada a ver com liberdade individual.

Democracia – não corresponde ao governo da maioria, mas ao da unanimidade baseada no consenso e hegemonia do partido-classe.

Consenso – conformação coletiva do grupo social com as ações do Estado ampliado, necessário para alcançar os fins éticos.

Hegemonia - capacidade de influência e de direção política e cultural que um grupo social exerce sobre a sociedade civil organizada e esta sobre a sociedade política. Predominância efetiva do partido-classe sobre ambas para impulsionar e fazer avançar o processo revolucionário.

Sociedade Civil Organizada – espaço onde atuam os aparelhos privados de hegemonia.

Aparelhos Privados de Hegemonia – as ONG’s, principalmente.

Estado Ampliado – os órgãos governamentais e as ONG’s. Também pode ser chamado de Estado Democrático de Direito por estar em constante mutação (ver meu artigo anterior).

Cidadania – “espaço” coletivo onde atua a sociedade civil organizada; o exercício da cidadania nada tem a ver com a atuação dos indivíduos livres, mas com este “espaço” criado pela ampliação do Estado e que obedece rigorosamente ao consenso prévio. É a submissão do cidadão ao consenso coletivo.

por Heitor de Paola, no Mídia Sem Máscara

Ditadura Esquerdista na Mídia Brasileira

Já se passaram seis anos desde que Olavo de Carvalho lançou o Manifesto CONTRA A DITADURA ESQUERDISTA NA MÍDIA que foi assinado por centenas de pessoas, incluindo quase todos os articulistas deste jornal eletrônico que pode ser chamado de cria daquele Manifesto. Iniciava-se este memorável documento com as seguintes palavras:

A afirmação de que existe um viés, uma deformação, um preconceito esquerdista dominante na grande mídia nacional - principalmente nas páginas noticiosas e nos suplementos culturais, mas também nas páginas de diversões, nas novelas de TV, em talk shows e, enfim, em toda parte - não é simplesmente uma opinião. É a expressão fiel de um fato empiricamente constatável, que até hoje só não foi investigado e discutido livremente porque as entidades incumbidas de investigá-lo e discuti-lo - faculdades de jornalismo, sindicatos da classe e sites tipo press watch - estão igualmente a serviço da hegemonia esquerdista, que lhes interessa, por um lado, fomentar, e, por outro lado, ocultar enquanto não chegar a hora de revelá-la à plena luz do dia em todo o esplendor da sua feiúra totalitária. Quando essa hora chegar, será tarde para protestar.

Entre os pontos ali denunciados quero ressaltar o seguinte:

3. Investigações obsessivamente repetidas de violências - reais ou supostas - cometidas pelo regime militar e, em contrapartida, total silêncio quanto aos crimes cometidos pelos comunistas na mesma época.

E o faço para comentar as manifestações da imprensa em torno do imbróglio armado pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, ao convocar o Seminário “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil”, numa ameaça clara de revisão da Lei da Anistia promulgada em 1979 para pacificar o País, nos últimos anos do ciclo de governos militares. Estes, com justa razão, protestaram e convocaram para a última sexta-feira, no Clube Militar, outro Seminário: “A Lei da Anistia: Alcances e Conseqüências”.

Simultaneamente, a mídia comunista começou a se mexer para cobrir o evento. Em
artigo violentamente anti-militar, e usando a velha tática difamatória de fazer denúncias sem provas, certa de que seus coleguinhas de todas as redações a repetirão, a indefectível Eliane Cantanhêde comentou no dia mesmo do encontro:

“E os militares erram, gravemente, ao enaltecer figuras como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Reclamar da iniciativa de Genro, vá lá. Enaltecer torturador é o fim da picada”.

A ênfase é minha para perguntar, como o fiz por carta sem resposta, quais as provas que D. Eliane tem para fazer tal acusação? Apenas testemunhos de pessoas interessadas ideológica, política e pecuniariamente na acusação?
Carta mais explícita e completa foi enviada por outro missivista, que eu saiba também sem resposta.

No dia 5 p.p. fui procurado pelo repórter da revista Isto É, Alan Rodrigues, para conceder uma entrevista sobre o tema. Como já tive péssimas experiências no passado com entrevistas por telefone solicitei que enviasse as perguntas por e-mail com respostas pelo mesmo método. A revista pretendia fazer uma ampla reportagem com opiniões “dos dois lados” a respeito do problema. Não acreditei, mas mesmo assim respondi às perguntas (ver abaixo a entrevista integral).

Não foi surpresa verificar que nenhuma das minhas respostas tinha sido publicada, mas sim o tom violento de achincalhe que foi usado na edição final da matéria a se iniciar pelo título: “Tortura não é crime político”. De uma só tacada toma-se como provado o que não são nada mais do que acusações por parte de pessoas altamente interessadas em que a própria denúncia se transforme em dogma indiscutível, e se endossa sem contestação a posição do Ministro da Justiça.

O Seminário no Clube Militar é chamado de “manifestação dos saudosistas da ditadura” e “rebelião do pijama” que Cantanhêde chama “desacato do Clube Militar”. Os repórteres de Isto É, embora alegando imparcialidade, aduzem que “O Brasil não pode ficar refém de minorias sem voto que se valem do medo para impedir a verdadeira reconciliação dos brasileiros”.

O que seria a “verdadeira reconciliação dos brasileiros”? A aceitação como dogma de todas as acusações sem provas? Só com a execração pública de militares que destemidamente combateram os terroristas e guerrilheiros, mesmo que não sejam condenados pela justiça? Parece ser esta a opinião “abalizada” do entendido em terrorismo, o seqüestrador Fernando Gabeira para quem “uma saída batizada como ‘à África do Sul’ unificaria várias correntes que combateram a ditadura. Para curar as feridas do apartheid, Nelson Mandela elaborou uma Comissão de Verdade e Reconciliação que apurou os crimes do regime, mas não houve punição”. E acrescentou que “o mais importante seria a abertura dos arquivos da ditadura”. Mas é tudo o que os acusados pedem e o governo, que tem autoridade para isto, não cumpre! O site A Verdade Sufocada publica parte desta documentação onde quem quiser pode se informar.

Enfim, fui convidado para uma entrevista séria e imparcial que se revelou, ao fim e ao cabo, uma farsa que nada acrescenta às monótonas repetições da mídia nos últimos vinte ou trinta anos. Não acuso o repórter de má fé; acredito mesmo que tenha tido a intenção de fazer um bom trabalho, mas com já se dizia no Manifesto:

Essas deformações, consolidadas pelo hábito ao longo de três décadas, já são hoje aceitas como procedimentos normais, de modo que aqueles mesmos que as impõem ao jornalismo podem, ao mesmo tempo, negar a existência delas, sem às vezes nem mesmo perceber que estão mentindo. É que a mentira repetida se tornou verdade.

Comenta-se que o Presidente Lula, ao voltar de viagem desautorizou Tarso e Vannuchi e teria posto uma pedra em cima do assunto. Será? Novo round parece estar no horizonte imediato: o “Seminário Internacional Direito à Memória e à Verdade”, organizado pela revista Carta Capital com patrocínio da Caixa Econômica Federal e UNESP (Universidade Estadual Paulista), com ninguém menos do que Baltazar Garzón, enfant gâté das esquerdas mundiais desde que expediu ordem de prisão contra o General Pinochet e recusou todos os apelos dos exilados cubanos na Espanha para processar Fidel Castro. A abertura do Seminário estará a cargo do ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

E por falar em patrocínio: o nº. 2023 da Isto É, onde saiu a reportagem, tem um encarte de luxo da Petrossauro com dez páginas. Possivelmente pura coincidência! Ou não?

por Heitor De Paola em 13 de agosto de 2008, no Mídia Sem Máscara

Os Heróis de Lula

Para Lula, mortos são heróis, e não vítimas
por Fabiana Cimieri e Felipe Werneck
de O Estado de S.Paulo - 13 de agosto de 2008

Sem citar diretamente a polêmica sobre tortura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que estudantes e operários mortos no regime militar devem ser tratados como heróis, e não como vítimas. “Toda vez que falamos dos estudantes e operários que morreram, falamos xingando alguém que os matou. Esse martírio nunca vai acabar se a gente não aprender a transformar os nossos mortos em heróis, não em vítimas”, discursou Lula, em ato durante o qual assinou mensagem encaminhando ao Congresso projeto de lei reconhecendo a responsabilidade do Estado pela destruição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) e propondo uma indenização à entidade.

Para Lula, o Brasil não tem heróis. “A gente só lembra de Tiradentes. O Brasil tem muitas lutas importantes, mas nós não os cultuamos para dar valor ao que essas pessoas fizeram”, disse. “Imagina se a Frente Sandinista (de Libertação Nacional) ficasse lamentando todos os que (Anastasio) Somoza matou? Imagina se o Fidel Castro ficasse lamentando todos os que o (Fulgencio) Batista matou?”, questionou o presidente.

O terreno na Praia do Flamengo, em que passou a funcionar um estacionamento, foi retomado pela UNE em 2007. A nova sede tem projeto de Oscar Niemeyer. “É importante que a UNE e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) articulem um projeto de convencimento dos deputados e dos senadores. O dinheiro está no Ministério da Justiça. A gente não pode dar porque senão vão vir muitos processos contra nós”, disse o presidente.

Também presente no local, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi vaiado por centenas de estudantes e reagiu em seguida, sorridente, ao iniciar seu discurso: “Calma, calma: 2010 ainda está longe”, declarou.

Serra era presidente da UNE em 1.º de abril de 1964, quando a sede da entidade foi incendiada, à noite, depois de ter sido atacada, após o golpe militar. Segundo ele, o prédio foi o principal foco de violência no dia do golpe por causa do “papel que os estudantes tinham na mobilização democrática”.

“A principal característica política da UNE era a defesa da democracia, contra rupturas do processo democrático, viessem de onde vissem, ou golpe de esquerda, ou golpe de direita. A gente vivia em outro País”, disse Serra. Na época, havia cerca de 140 mil estudantes universitários, e hoje o número é no mínimo 40 vezes maior, calculou o governador.

O tucano elogiou o “significado simbólico” do ato assinado ontem. “O prédio foi vítima de um duplo ataque. O segundo foi mais abominável. O primeiro, do incêndio, fez parte da briga do dia do golpe. Não dá para justificar, mas dá para explicar o enfrentamento. Mas o segundo, em 1979, quando a UNE foi demolida, foi uma coisa puramente ranheta e raivosa, porque não havia motivo para se fazer isso.”

Antes do discurso, em entrevista, Serra disse considerar que o momento não é “adequado” para a discussão sobre tortura e anistia. “Em todo caso, tem o Judiciário, ele é que deve interpretar a lei”, disse.


Comento:
Não sei se Lula é um grande cínico que menospreza a inteligência alheia ou se realmente acredita nas besteiras que diz. Sei apenas que distorcer a História para dela se apropriar é um de seus passatempos prediletos. Ele já se comparou - vamos lembrar - a Tiradentes e a Jesus Cristo. Agora deu de criar heróis por decreto, como Deus dando nome às coisas que criava no Gênese. Sei também que ele é esperto, muito esperto. Tão esperto - melhor dizendo: espertalhão - que deixou malandramente seus cães de fila Tarso Genro e Paulo Vanucchi defenderem por semanas a revogação da Lei da Anistia para punir os torturadores da época da ditadura militar - mas não os terroristas de esquerda -, pois, afinal, "tortura não é crime político" (terrorismo, pelo visto, deve ser algum tipo de esporte). Agora, dá a questão por encerrada, pedindo a todos, bem a seu estilo conciliador aprendido nos tempos de sindicato no ABC paulista, que se dêem as mãos e esqueçam essa quizília toda. Ou seja: deixou Tarso e Vanucchi falarem durante meses para ver no que ia dar. Agora que viu que não ia dar certo, deixa-os falando sozinhos. E se sai com uma solução realmente lulista: os mortos pela repressão não foram vítimas, mas "heróis", e pronto. Então tá.

Lula, bem fiel a seu estilo, não dá nome a seus "heróis". Diz apenas que foram "estudantes e operários". É... É bem mais fácil cultuar heróis anônimos do que seres de carne e osso. Bem mais cômodo, certamente, é reverenciar categorias sociais - estudantes, operários, torcedores do Flamengo - do que pessoas com rosto e nome. Gente, por exemplo, como o ex-capitão Carlos Lamarca, a maior figura da luta armada no Brasil nos anos 60 e 70, e que, em seu caminho glorioso rumo ao Panteão da Pátria, ia fuzilando perigosíssimos vigias de banco e estraçalhando a cabeça a coronhadas de ultra-reacionários tenentes da PM capturados e amarrados... Lamarca, aliás, já foi homenageado postumamente com a promoção a general do Exército. Não duvido que dêem, um dia, seu nome a uma rua próxima ao novo prédio da UNE.

Mas, mesmo sem citar nomes, Lula também dá umas dicas de quem são seus heróis. Sua referência aos sandinistas e a Fidel Castro não deixa dúvidas sobre quem eles seriam. Ele menciona os companheiros nicaragüenses e o Coma Andante cubano como exemplos do que fazer com os torturadores - ou com qualquer um que ouse se opor à nova ordem revolucionária. Para Lula, não adianta ficar lamentando os mortos. É preciso, segundo ele, fazer como os sandinistas e Fidel. Os sandinistas, como Daniel Ortega, e o tiranossauro do Caribe realmente não ficaram lamentando seus mortos. Trataram logo de mandar seus adversários, e inclusive ex-aliados, para o paredão. Uns 17 mil, no caso de Cuba, sem contar os que morreram afogados ou devorados por tubarões tentando fugir da ilha. Ortega, aliás, foi quem fez o elogio fúnebre de Manuel Marulanda, o "Tirofijo", chefão das FARC morto alguns meses atrás. São esses os heróis dessa gente.

Eu ficaria calado e não daria a menor pelota para as palavras do Apedeuta e da molecada porralouca da UNE se fosse apenas mais uma demonstração de demagogia e oportunismo lulista numa manifestação de uma entidade insignificante cooptada e presidida por pelegos. Mas simplesmente não consigo compactuar com a mistificação e a falsificação histórica. É algo que, como direi?, está no meu sangue, é um vício de formação - no caso, pode-se dizer, de formação acadêmica, intelectual. A idéia que Lula e seus bajuladores querem transmitir é que os que lutaram contra a ditadura militar, com ou sem armas na mão, eram todos, indistintamente, lutadores pela liberdade e pela democracia. Mais que isso: a própria democracia que temos hoje, segundo essa visão, só teria sido possível porque esses "heróis", os heróis de Lula - como Carlos Lamarca -, pegaram em armas para restaurar as liberdades democráticas no Brasil. Com isso, criam dois mitos poderosos, que até hoje norteiam (ou desnorteiam) muitas cabecinhas esquerdistas pelo Brasil afora: que a luta armada foi, no fundo, uma luta democrática e que eles, os lulistas e seus aliados, são os "pais" da democracia "neste país".

Ambas as idéias são falsas, como já escrevi aqui. Não vou me estender muito sobre isso desta vez. Basta lembrar o que eles não dizem: que a luta armada precede em muito o AI-5, em 1968, e mesmo o próprio ano de 1964, tendo sido, portanto, não uma luta pela democracia, mas pelo estabelecimento, nestas terras, de uma ditadura totalitária, provavelmente socialista, como a Cuba de Fidel Castro. E que, nessa luta, os terroristas ("guerrilheiros", segundo a novilíngua esquerdista e politicamente correta) lançaram mão da violência, inclusive contra pessoas inocentes. E isso tanto depois quanto antes de 1964.

"Mas os que foram perseguidos pela repressão já foram punidos; os torturadores, não", li outro dia num artigo de Clóvis Rossi na Folha de S. Paulo. Sim, e daí? Nem todos os que foram perseguidos, e inclusive praticaram assaltos e atentados, foram punidos. E, mesmo que tivessem sido, que tipo de punição deve receber quem assalta bancos, seqüestra e explode bombas, em qualquer regime político? Além disso, só porque os que os caçaram não sofreram punição, isso é motivo suficiente para querer mudar a Lei?

E Serra, hein? Muita gente estranhou a presença dele no convescote lulista-estudantil. Não admira, visto que a UNE hoje nada mais é do que um aparelho do PCdoB e uma caixa de ressonância do governo lulista, logo uma claque anti-tucana. Bom, não sou tucano, assim como não sou lulista, então posso falar dos dois. Serra, para quem não sabe, era quem presidia a UNE quando do contragolpe de 1964. Daí sua afirmação louvando o "papel dos estudantes na mobilização democrática" do período. [Mas já sabemos: o papel deles era nada democrático, pois, senão todos, ao menos em sua grande maioria, era adepta do comunismo, tendo retratos, panfletos e livretos de Che Guevara, Mao Tsé-Tung e Fidel Castro.]

Novamente, uma falsidade histórica. A UNE - uma inutilidade que, hoje em dia, serve apenas para desviar dinheiro de carteiras de estudante e aplaudir o Lula -, era, no Brasil pré-64, uma das entidades, como o CGT e o PUA, que puxavam o coro da revolução social, usando como pretexto as tais "reformas de base" do governo João Goulart. Já está sobejamente demonstrado, mas quase ninguém parece dar importância, que a idéia de que os militares deram o golpe em 64 para acabar com um governo democrático é uma balela. Jango pretendia, com o apoio dos sindicatos, dos militares subalternos e dos estudantes, desfechar um golpe para afastar a oposição e manter-se no poder, instituindo uma espécie de República sindicalista. Não foi por outro motivo que ele tentou, sem sucesso, impor o estado de sítio no país, em outubro de 1963. Se havia alguém que defendia a democracia, não era o governo, nem os militares. Quando estes finalmente derrubaram Jango e tomaram o poder, não havia ninguém que defendesse a democracia, ela já estava morta: faltava somente enterrá-la. A disputa, até então, não foi entre um governo democrático e conspiradores contra a democracia, mas entre golpistas de esquerda e golpistas de direita. Ganharam os de direita. Os de esquerda, inconformados, passaram a se dizer democratas.

O governo Lula e os esquerdistas em geral se apropriaram, há anos, das palavras de ordem democráticas para justificar suas práticas e objetivos antidemocráticos. Agora tentam se apropriar da História. Não há um único documento de nenhuma organização clandestina de esquerda no Brasil dos anos 60 e 70 que defenda, mesmo de forma remota, a democracia como um objetivo a ser alcançado. Mesmo assim, a versão praticamente oficial dos "anos de chumbo" é que o terrorismo não era terrorismo, e que foi inclusive moralmente superior à tortura. Mais: a luta armada, segundo essa visão, era uma luta democrática e a favor dos direitos humanos! Em um vídeo institucional que está sendo veiculado na TV em comemoração pelos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aparecem imagens de protestos estudantis nos anos 60 e de Oscar Niemeyer, o arquiteto comunista admirador e amigo de Fidel Castro. Não me espanta que seja ele o autor do projeto do novo prédio da UNE. Aliás, não me admira que ele apareça numa propaganda do governo Lula sobre direitos humanos.
Lula disse que infelizmente o Brasil não tem heróis. Agora ele quer criá-los por decreto. A vítima, como sempre, é a História.

por Gustavo Bezerra


Eles Mentem

Mentem olhando fixo nos seus olhos. Mentem a uma pessoa, a várias pessoas, a um povo inteiro. Sim, eles mentem sem qualquer culpa! Mentem pela TV, mentem pessoalmente. Mentem em documentos e até por decretos.

O caso em debate sobre as reservas indígenas serem continuas ou não será julgado pelo STF dia 27 de agosto. O Ministro Ayres Britto será o relator. E a guerra entre raças é incentivada. Brancos e índios divididos, coisa que "nunca antes neste país" aconteceu, país que um dia foi um exemplo de paz para todos os povos.

Aqui todas as raças sempre foram bem vindas, a confraternização era total. Mas bastou um sindicalista de esquerda assumir o poder para que tudo isso fosse por água abaixo. Negros x Brancos, Índios x Brancos e por aí vai! E o que fazer quando uma família, no caso de serem criadas reservas indígenas, já misturou as tantas raças que, historicamente, sempre conviveram pacificamente?

Quantos Romeus e quantas Julietas precisaremos enterrar para aprendermos que estamos retroagindo no tempo? Como fazer com que a população brasileira entenda isso e reaja contra as tantas mortes que resultarão de mais esta divisão?

É absurdamente irresponsável o que o governo está defendendo, indo de encontro com os interesses internacionais e contra os do povo brasileiro. E nosso presidente ainda tem o descaramento de assinar a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, que dá livre arbítrio a qualquer índio para declarar a independência de sua reserva - digo, de sua agora Nação.

O jornal O Estado de São Paulo desta terça-feira 12/08 divulgou a divergência de militares a respeito deste decreto que cria novos pelotões na Amazônia e o presidente ainda tem a coragem de dizer que a presença dos militares terá de ser efetiva dentro das reservas. Os militares têm toda a razão.

Na verdade, eu posso quase jurar que nenhum novo pelotão será criado. Para se criar um só pelotão, o orçamento atinge os 32 milhões de reais. Este valor elevado se dá pelo difícil acesso às bases da fronteira segundo Lula e seus asseclas.

Ora, se até hoje ninguém se preocupava ao menos em “manter" as bases já existentes com a desculpa de falta de verbas, porque logo agora, antes da decisão do Supremo, decide o nosso presidente criar novas bases?

Atualmente nos pelotões que já estão implantados, falta tudo. As pistas de pouso, que muitas vezes são o único meio de acesso para se levar mantimentos aos militares estão em péssimas condições. As viaturas que vi, ninguém me contou, estão encostadas por falta de manutenção e até de combustível.

Então, como é que de uma hora para a outra, o presidente decide, por decreto, comunicar à Nação de que serão criados novos pelotões nas fronteiras, ainda mais dentro das reservas indígenas?

Tenho absoluta certeza de que, caso fossem colocados 32 milhões nas mãos do Comando da Amazônia, o custo de um só pelotão que Lula diz que criará, a verdadeira segurança das nossas fronteiras seria imediatamente reforçada.

E em nome da efetivação e julgamento pelo STF em favor das reservas continuas foi que Lula soltou este decreto, um puro engana bobo. O orçamento das Forças Armadas míngua a cada ano; nenhum gasto desta natureza está previsto. Os comandos antes de tudo precisam alimentar seus soldados e mantê-los sempre em treinamento. E é isto que eles fazem enquanto aguardam reaparelhamento nos pelotões que já existem.

A pergunta que não cala: De onde Lula pretende tirar a verba para a criação dos novos pelotões? Do prato dos soldados?

Pelos motivos citados é que não acredito em nenhuma palavra deste Decreto nº. 6.513, de 22 de julho de 2008.

Pretendem enganar até aos juizes do STF, para que pensem que existe boa vontade de parte do EXECUTIVO em manter obediência 'as leis e à Carta Magna do Brasil. É MENTIRA, MENTIRA DESLAVADA!

O Presidente da República mente, o Ministro da Defesa mente, o Ministro da Justiça mente, mentem todos eles, olhando nos nossos olhos e sabendo que irão prejudicar a todos nós com sua postura. E ao STF desejo que se utilize de profundos critérios nesta questão. Nosso presidente promove neste momento, uma violação direta e criminosa à soberania do Brasil e ao seu povo, que ignora suas ações.

Por Ana Prudente

Recordes de Mentira

Ouviu falar na última polêmica das Olimpíadas de Pequim? É incrível, mas não tem nada a ver com esportes ou competição. É política pura. Na festa de abertura dos jogos, os organizadores puseram a linda Lin Miaoke, de 9 anos, para cantar uma música com tema da revolução maoísta. O dia seguinte amanheceu com uma bela foto da menininha estampada no jornal oficial, China Daily, sob a manchete: “Pequena cantora conquista o coração da nação”.

Um chinês de espírito libertário, porém, descobriu que Miaoke era uma farsa e denunciou tudo via internet. Os organizadores fizeram-na dublar Yang Peiyi, 7 anos, a verdadeira dona da doce voz que entonou loas a Mao diante de quatro bilhões de telespectadores. E por que a troca? “A pequena Yang Peiyi não foi selecionada por causa de sua aparência, porque nós estávamos preocupados com o interesse da nação”, respondeu o diretor musical do espetáculo, Chen Qigang.

Para que não paire dúvidas: Yang Peiyi, de linda voz, é feia. Lin Miaoke canta como um pato, mas é uma fada chinesa. Então por que não unir, ainda que artificialmente, as virtudes das duas para lustrar as velhas idéias comunistas que ainda zanzam pela China? Para tanto, o governo não viu qualquer problema em tentar enganar o mundo inteiro, o que já seria desprezível. Mas há o agravante: usaram crianças que sequer imaginam o jogo no qual foram postas. Há mais.

Uma das mais belas cenas do show de abertura fez-se com fogos de artifício no caminho entre a Praça da Paz Celestial e o Ninho do Pássaro, o belo estádio onde a cerimônia acontecia. Desenharam-se no céu 29 pegadas de um lugar a outro, simbolizando a chegada da 29ª Olimpíada da era moderna a Pequim. Coisa linda.

Acontece que, como filmar tudo de helicóptero exigia monumental esforço logístico, a TV chinesa resolveu lançar mão de efeitos especiais na transmissão para o resto do mundo. Significa que aquilo que você, meu querido leitor, viu da poltrona de sua casa eram animações feitas por computador, não o que se passava na realidade pelos céus asiáticos. E por que isso? “A maioria da audiência pensou que era filmado ao vivo. Portanto, cumprimos nossa missão”, respondeu o diretor de efeitos especiais da festa, Gao Xiaolong.

IDÉIAS
Eu sei que não há na doutrina marxista uma única linha a defender as bizarrices autoritárias que os regimes comunistas adotaram pelo mundo. Mas é fato que certos setores da chamada “esquerda”, não só acolá, mas aqui também, tomaram como legítimo o direito de esconder fatos, mentir, enganar, roubar, corromper e prevaricar sob o argumento de que está apenas defendendo os melhores interesses da nação — que, para eles, são, ao menos retoricamente, as classes pobres e trabalhadoras, sempre espoliadas pela elite e necessitadas da ajuda do Estado interventor.

Uma das mais belas passagens da ciência política é escrita pelo filósofo alemão Immannuel Kant (1724-1804) e versa justamente sobre o direito de mentir. Para Kant, o indivíduo não tem o direito civil de mentir, já que a mentira induz o ouvinte a uma ação que não corresponde necessariamente à sua vontade, mas àquela de quem emitiu a sentença não verdadeira. Assim, a mentira priva o indivíduo de sua liberdade de ação, uma violação grave ao próprio conceito de direito.

FATOS
As duas farsas olímpicas citadas são bom exemplo. Induzem o mundo a ter simpatia pelo regime da revolução cultural, que foi um dos maiores embustes da humanidade. Mas casos menores pululam no Brasil mesmo! O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), presidido pelo petista Márcio Pochmann, não faz muito decidiu suspender o boletim de conjuntura escrito pelos brilhantes economistas do órgão. Argumentou que eles serviam à especulação financeira.

Por incrível que pareça, até então não se via vestígio de ataque sobre ativos brasileiros. Nas últimas duas semanas, no entanto, sem boletim do Ipea, a moeda brasileira vem sendo fustigada por grandes especuladores internacionais. A embromação de Pochmann foi insuficiente para esconder a verdade de que o Brasil é exportador de produtos agrícolas com preço em queda, portanto, perderá receita comercial e estará mais vulnerável a fluxos cambiais nos próximos meses.

Deviam botar o presidente do Ipea para dublar Roberto Carlos na Praça dos Três Poderes.