segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Guerra Soviética

Este post trata do filme The Soviet Story, um documentário dirigido por Edvīns Šnore e patrocinado pelo Parlamento Europeu (leia mais aqui).

Deveria passar em todas as escolas brasileiras. Se esse filme fosse exibido uma única vez em horário nobre pela TV Globo, nunca mais professor de história algum teria coragem de repetir bobagens marxistas em sala de aula. Mas, conhecendo o Bananão, eu posso assegurar que essa brilhante obra cinematográfica produzida na Letônia jamais será exibida por aqui. A censura do Pensamento Único não o permitirá.

O filme "
The Soviet Story" (torrent) é um retrato da escola do Nazismo que foi o Regime Soviético, tanto pelas mãos de Lenin como do Stalin. O filme apenas narra em 1 h 30 min o que o livro de Courtois (O Livro Negro do Comunismo) descreve com mais detalhe em 912 páginas, mas não deixa de ser chocante ver os depoimentos de pessoas vítimas e sobreviventes deste primeiro holocausto (na verdade o holocausto dos judeus foi o segundo holocausto), assim como ver os seus algozes livres e vivos, andando lépidos pela Rússia.

Hitler aprendeu com Stalin, e aperfeiçoou durante a Segunda Guerra Mundial.

Felizmente o Nazismo caiu pelas mãos de uma guerra, mas infelizmente o comunismo não. No dia de hoje, se um beócio se afirmar Nazista, ou se o mesmo tentar defender a honra de Hitler, se não for preso certamente acaba num hospício. Infelizmente o mesmo não pode ser dito de um cretino que defenda o comunismo (no Brasil os temos aos montes, inclusive um Ministro da Justiça) e os seus perpetradores, muitos deles ainda vivos, como o facínora Fidel Castro e sua camarilha, ou mesmo Vladmir Putin que ainda dá guarida a ex-torturadores do regime soviético, inclusive condecorando-os por heróis da pátria.

Em meio ao impacto causado pelas imagens e informações sobre a escala industrial das atrocidades soviéticas, alguns pontos me chamaram particularmente a atenção em The Soviet Story:

George Bernard Shaw aparece defendendo explicitamente (voz, imagem e por escrito) o extermínio das pessoas "inúteis", isto é, daqueles que consumiam mais do que produziam. Shaw, muito humanista como convinha a um socialista fabiano, pede apenas que se invente um modo rápido e indolor de se assassinar em massa os cidadãos indesejáveis. Os nazistas atenderam aos apelos de Shaw inventando o Zyklon B. Aliás, Shaw apoiou os nazistas na época de sua ascensão ao poder.

O racismo de Marx já é razoavelmente conhecido, no entanto o filme mostra que essa característica não era uma idiossincrasia do barbudo, mas um aspecto constitutivo da doutrina comunista em sua origem. Com o tempo, o que houve foi apenas o deslocamento do ódio racial para a lógica da "guerra de classes". Mas o chauvinismo russo (como o Chinês, ainda hoje) e o "complô dos médicos judeus" inventado por Stálin às vésperas de sua morte em plenos anos 50 deixam claro que o racismo sempre esteve lá, um pouquinho abaixo da superfície do comunismo. Engels, o industrial burguês que sustentou o parasitismo de Marx a vida toda, escreveu artigos chamando os povos rurais europeus de Volkerabfalle - "lixo racial" - e afirmando que esse "lixo" teria de ser eliminado, já que não haveria como fazê-los ascender ao estágio "civilizacional" do comunismo. Povos não-europeus, então, nem sequer existiam para Marx e Engels.

Os socialistas nacionalistas (também conhecidos como nazistas e fascistas) seguiram ao pé-da-letra os "ensinamentos" de Marx e Engels. No filme, é lembrada a infame frase de Marx: "As classes e as raças fracas demais para dominar as novas condições de vida devem retroceder [...] Elas devem perecer no Holocausto revolucionário".

O ex-dissidente soviético >Vladimir Bukovsky, um dos estudiosos entrevistados, esclarece que as revoluções comunistas, em qualquer lugar do planeta, começam sempre exterminando no mínimo 10% da população. Isso faz parte do mecanismo revolucionário, que elimina engenheiros, médicos, professores, empresários e trabalhadores especializados de forma a facilitar seu projeto de "reengenharia social" e de criação do "homem novo". A criação do "homem novo", aliás, é mais um objetivo comum de nazistas e comunistas.

O filme é brilhante ao mostrar a semelhança essencial entre o nazismo e o comunismo, frutos da mesma ideologia totalitária criada por Karl Marx. A seqüência que mostra lado a lado os cartazes de propaganda dos partidos nazista e comunista soviético - idênticos! - é simplesmente genial. E irrespondível.

Às viúvas de Stalin que tentam uma defesa torta do totalitarismo comunista exaltando a "importância soviética na derrota de Hitler", o filme lembra um fato incontrastável e humilhante para os comunas: A URSS entrou na Segunda Guerra Mundial do lado dos nazistas, invadindo, em aliança com Hitler, a Polônia - bem como a Lituânia, a Estônia, a Letônia e a Finlândia, todos países neutros. O filme mostra os horrores provocados contra a população civil pelos invasores soviéticos.

E tem mais, muito mais. Acho que foi o melhor filme que vi sobre a história do totalitarismo soviético. Muitas cenas são terríveis e causam um profundo mal estar (principalmente as imagens de arquivo sobre o Holocausto Ucraniano, quando os soviéticos exterminaram pela fome milhões de habitantes para melhor controlar a irriquieta Ucrânia), mas não há apelação barata para a "pornografia da violência". É cinema-documentário de primeira linha.

Assista a um trailer do filme aqui. E baixe o filme inteiro aqui (você precisa um programa para baixar arquivos torrent).
postado originalmente no blog Resistência

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