terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Resposta Está no Mundo Real

Mestre Reinaldo Azevedo, como sempre, faz uma análise primorosa do problema Israelense.


"Ah, você é contra um estado palestino".

Não! Eu sou favorável à existência de um estado palestino desde que fiquei sabendo, bem novinho, que esse confronto existia. Defendo dois estados na região. E sou contrário à expansão dos assentamentos na Cisjordânia — que é o que promete o Likud se vencer as eleições (sustenta que não tem como evitar a sua expansão; logo...).

A questão não é ontológica — não está na natureza essencial de judeus e árabes viver em guerra. Também não é epistemológica: se eles mudasse a maneira de ver o mundo, então tudo se aclararia (ainda que seja essa uma perspectiva sedutora).

Ehud Barak, primeiro-ministro de Israel, e Yasser Arafat, então líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), fizeram a pergunta certa em 2000 e encontraram a resposta certa.

A pergunta: "O que é preciso para que haja dois estados?"

A resposta: "que os palestinos ponham fim ao terror e que Israel devolva os territórios ocupados". Quase se chegou lá, não fosse o recuo de Arafat, que fez exigências que Barak não tinha como garantir sem que fosse deposto do governo de Israel. Mesmo sem acordo, ele caiu. Já escrevi [no blog do Reinaldo Azevedo] aqui a respeito.

Como bem lembra Thomas L. Friedman no New York Times, enquanto houver o risco de um Hamas governar a Cisjordânia e, aí sim, causar graves danos a Israel com seus foguetes, não haverá a desocupação da Cisjordânia. É uma ilusão estúpida cobrar que os israelenses reconheçam o Hamas porque ele venceu as eleições. Isso não torna o movimento legítimo ou aceitável aos olhos daquele que os sectários querem destruir.

Ora, é evidente que a existência de dois estados passa por Israel deixar a Cisjordânia e pelo fim dos assentamentos — não apenas pela interrupção de sua expansão. Não é tarefa fácil, não. Poderia assumir a proporção de uma pequena guerra civil. A saída total de Gaza já foi traumática. Não se fará da noite para o dia, de uma vez só. Será necessário um longo período de negociação e de construção da confiança.

Mas essa construção é política. Enquanto o Hamas não renunciar ao terrorismo, nada feito. O “obamocentrismo” quer acreditar que o passeio de George Mitchell pela região vai ser útil? Pois que acredite. Gosta-se de alimentar a versão de que Israel não age a não ser com autorização dos EUA, o que é uma tolice.

Acho chato juntar “obamocentrismo”, George Mitchell e eleições em Israel num só parágrafo. Mas sou obrigado, não é? Se Mitchell emitir qualquer sinal ambíguo, que flerte longinquamente com o inaceitável para Israel — negociar com o Hamas —, estará dando um estímulo e tanto à vitória do Likud, que já é o favorito. Vocês sabem: as divergências entre Hamas e Fatah se resolvem com balas e execuções sumárias. As divergências entre os israelenses se resolvem com eleições.

O nefelibatismo jornalístico acredita que as limitações da realidade sabotam as chances de paz. Eu acredito que a realidade é a melhor saída. Por que não se começa por garantir o que Israel nunca teve nos últimos 61 anos: segurança? Em 1967 e em 1973, o país vislumbrou o próprio fim. Reagiu e venceu. A segurança que tem hoje não deriva do acordo com os árabes. Foi garantida com armas, não apenas com superioridade moral. Esse confronto não reproduz o simbolismo do ovo e da galinha. O novelo tem um fio, tem um começo: o fim do terrorismo. INCONDICIONALMENTE. E, então, se pode avançar.

O resto é mistificação do obamocentrismo.

Um comentário:

FERROMODELISMO disse...

MENSAGEM AO REINALDO AZEVEDO:

ESPERO QUE ELE TENHA CORAGEM DE PUBLICAR, PORQUE TUDO QUE EU ESCREVO, ELE APAGA.

Sinceramente,

Cristiano
MOVIMENTO DIREITA JÁ!

COMO POSSO CHAMAR ISSO DE COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS?

Não seria isso uma COMESSÃO DOS DIREITOS DOS HUMANOS?

Vejamos. Lula sempre espraguejou o CAPITAL TRANSNACIONAL nos comícios dele. Mas o comunismo foi criado pelos multi-bilhionários donos do sistema financeiro (vide mentalidade revolucionária). E esses super poderosos do dinheiro sem lastro são os pais da ONU, e a ONU deu franquia exclusiva da comissão dos direitos humanos ao PT que orgulhosamente mantém uma página dedicada aos "escritos" de Marighella, como por exemplo, instruções para seqüestro.

ORA ORA! Se eu escrever algo disso, eu serei procurado e processado por apologia ao crime organizado, ao narcotráfico, ao terrorismo e ao golpe de estado com interferência ou usurpação para benefício de nação estrangeira.

Eu estou seriamente pensando em entrar com um processo contra esse povo.

NO BRASIL OS BANDIIIIIIIIIIIIIIIIDOS... MINHA GENTE, SÃO OS REPRESENTANTES DOS DIREITOS HUMANOS. SÓ SE FOR "DUZ MANU".

Pode uma coisa dessa?

Quando o povo cospe na Santa Cruz, sim, pode. Mas não deve fazê-lo.

Sinceramente,

Cristiano

P.S. Porque a SACROSSANTA comissão dos Direitos Humanos do PT não condena as 6.250 crianças fuziladas, degoladas e enforcadas pelas farc?

Porque as crianças seqüestradas e usadas não são humanos para o PT.