quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lula: Um Imbecil e Ignorante



Pouco tempo atrás, nosso guia genial, o molusco Lulovski Apedeutovich, chamou de imbecis e ignorantes os críticos do seu programa eleitoreiro e assistencialista, o bolsa-família.

Na cerimônia de formatura de turmas do Plano Setorial de Qualificação e Inserção Profissional para o Bolsa Família, em Belo Horizonte, no dia 31/07/2009, Lula disse que "alguns dizem assim: o Bolsa Família é uma esmola, é assistencialismo, é demagogia e vai por aí afora. Tem gente tão imbecil, tão ignorante, que ainda fala 'o Bolsa Família é para deixar as pessoas preguiçosas porque quem recebe não quer mais trabalhar'".

Antes da cerimônia, em entrevista à rádio Itatiaia, em Belo Horizonte, o presidente defendeu o Bolsa Família e também condenou os que criticam o benefício. Segundo Lula, a "porta de saída" do Bolsa Família é o crescimento econômico do país e a geração de emprego.

"Somente uma pessoa ignorante ou uma pessoa de má-fé ou uma pessoa que não conhece o povo brasileiro será capaz de dizer que uma pessoa que recebe o Bolsa Família vai ficar vagabundo e não quer mais trabalhar. É não conhecer a sociedade brasileira", afirmou.

Lula assumiu o Governo com a enorme bandeira do combate à fome. Logo criou a Secretaria de Segurança Alimentar, com status de ministério, para a qual nomeou o economista José Graziano. Lula, no início do Governo, era um crítico ferrenho das políticas levadas a cabo pelo Governo Fernando Henrique Cardoso. Acreditava que a distribuição de dinheiro por meio de “vales” acomodava as pessoas, tirando delas o estímulo para trabalhar. Ele mesmo disse isso, com todas as letras, em 09/04/2003, numa reunião sobre o semiárido nordestino:

"Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o vale-isso, o vale-aquilo, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais."

Lula criticava, portanto, abertamente, programas que então levavam o nome de Auxílio-Gás, Bolsa Alimentação e Bolsa Escola, que distribuíam dinheiro diretamente às populações necessitadas e previamente cadastradas. Em 27/02/2003, no fim do segundo mês de Governo, Lula modificou, por medida provisória, um programa chamado Bolsa-Renda, que dava R$ 60,00 a famílias pobres que habitassem áreas vitimadas pela seca, dando-lhe um novo nome: Cartão Alimentação. Foi em torno desse programa que se criaram muitas polêmicas. O cartão deveria permitir o saque em dinheiro vivo ou servir apenas de meio de pagamento em estabelecimentos comerciais cadastrados? O programa deveria permitir ou não a compra de bebidas alcoólicas ou produtos de higiene? Deveria exigir nota fiscal como prova de que o dinheiro foi bem-usado? Em 20/10/2003, quando a confusão em torno do assunto tinha se radicalizado, o que fez o Governo? Editou uma medida provisória criando o Bolsa Família, um programa que seria a união do Auxílio-Gás, do Bolsa Alimentação e do Bolsa Escola, severamente criticados por Lula, mais o Cartão Alimentação, recém-criado pelo Governo. O texto da medida provisória dizia o seguinte, em seu parágrafo único:

O programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.º 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.º 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde - “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.º 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.º 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.º 3.877, de 24 de julho de 2001.

Ou seja, em pouquíssimos meses, os programas que eram criticados por Lula porque “acomodavam” o trabalhador, foram reunidos num superprograma, que daria dinheiro vivo, para ser usado como bem entendesse o beneficiário, sem necessidade de nota fiscal: filhos menores teriam de freqüentar a escola e cumprir a tabela de vacinação prevista pelo Ministério da Saúde e mães esperando bebês teriam de fazer o pré-natal, condicionalidades que nunca foram controladas a contento. Lula, publicamente, mudou o discurso. Quando os jornais começaram a trazer reportagens mostrando que beneficiários do Bolsa Família se recusavam a trabalhar na lavoura e em outras atividades, Lula passou a criticar com veemência quem falava sobre a “acomodação” dos beneficiários, esquecendo-se de que ele fora um dos primeiros a fazê-lo.

Além disso, segundo estudo do pesquisador Maurício Canêdo Pinheiro, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o programa Bolsa Família foi responsável por um aumento de cerca de três pontos percentuais na votação do presidente Lula segundo turno das eleições presidenciais de 2006. Na ocasião, Lula obteve 60,83% dos votos, ou seja, mais de 58,2 milhões. O tucano Geraldo Alckmin ficou em segundo lugar, com 39,17% dos votos.

O levantamento indica ainda que o impacto do programa nas eleições foi maior que o gerado pelo desempenho da economia.

Segundo a pesquisa, em 2002, Lula foi particularmente bem sucedido em regiões mais urbanizadas e desenvolvidas do país. Já em 2006, ocorreu uma migração da base eleitoral para regiões menos desenvolvidas - mais dependentes do Estado e mais beneficiadas pelo programa.
Segundo o estudo, o aumento de um ponto percentual no número de beneficiários do programa elevou em 0,55 ponto percentual a votação de Lula em 2006, enquanto que a mesma variação na taxa de crescimento econômico incrementou a votação em apenas 0,21 ponto percentual.

O efeito eleitoral do Bolsa Família nos Estados das regiões Norte e Nordeste foi superior ao dos demais Estados do país. Em Alagoas, por exemplo, o programa aumentou em 8,17 pontos percentuais a votação de Lula, enquanto que no Rio de Janeiro e São Paulo o incremento foi de 1,12 e 1,89 pontos percentuais, respectivamente.

Pelos números pesquisados, Alagoas foi o Estado onde o efeito do Bolsa Família mais contribuiu para a votação de Lula, seguido de Roraima (6,85%) e Acre (6,53%).

Folha de São Paulo;
Dicionário Lula, de Ali Kamel

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Resolvendo a Crise Política Brasileira


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Dez Perguntas à OEA

A União Cívica Democrática, que representa a sociedade civil de Honduras, recebeu os chanceleres da OEA, que visitam o país, com dez perguntas polêmicas, que colocam sob suspeita as verdadeiras intenções da organização regional.

Domingo, 23 de agosto de 2009

Dez perguntas para a comissão de chanceleres que visita Honduras em nome da Organização dos Estados Americanos:

Por que a OEA ...

RECUSA-SE a aceitar a sucessão constitucional em Honduras, porém, avaliza a fraude eleitoral na Nicarágua e a reeleição indefinida de Chávez?

PREGA a não ingerência nos assuntos internos das nações, mas por sua vez INTERFERE nos processos constitucionais e democráticos de Honduras?

CRITICA os órgãos de segurança hondurenhos, porém, IGNORA a feroz repressão existente na Venezuela contra a oposição?

PRETENDE ser a campeã do império das leis, quando IGNORA a Constituição de Honduras, a qual foi violada várias vezes por Zelaya?

CRITICA a suposta repressão à mídia em Honduras, porém, SILENCIA ante o fechamento em massa de emissoras de rádio na Venezuela, e SILENCIA ante a ameaça do Equador fazer o mesmo?

PREGA a defesa da democracia, quando PERMITE que governo supostamente democráticos apóiem o tráfico de drogas, que tantos prejuízos trazem às verdadeiras democracias?

CONDENA a operação Fênix, realizada pelo governo da Colômbia contra um grupo terrorista, porém, NÃO QUESTIONA o fato de foguetes vendidos à Venezuela terminaram nas mãos das Farc?

PRETENDE apoiar uma solução através da mediação, porém, PRESSIONA para que sejam aceitos termos impostos e não negociados?

QUESTIONA as medidas de segurança do governo de Honduras, porém, IGNORA os repetidos chamados de Zelaya à insurreição e à violência, que já causaram perdas de vida?

PROCLAMA solidariedade para com o povo hondurenho, porém, SE RECUSA A ESCUTAR os setores majoritários da sociedade hondurenha, que repudiam categoricamente a um líder corrupto e fracassado, que demonstrou repetidas vezes valorizar mais seus próprios interesses que os do povo?

Em nome da sociedade civil hondurenha, a UNIÃO CÍVICA DEMOCRÁTICA solicita aos honoráveis chanceleres que nos visitam no dia de amanhã, que dêem uma explicação pública ao povo hondurenho, para cada uma dessas perguntas. Que tais explicações sirvam para que todos os cidadãos do continente americano entendam os motivos que impulsionam o órgão que os representa.


Tegucigalpa, Honduras, América Central, 23 de agosto de 2009.


Tradução: Beth C. Costa
Fonte: http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=1191

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eles Ainda Querem Revanche... Pelas Mãos dos Outros

No ato público que comemorou os 30 anos da aprovação da Lei da Anistia, o ministro da Justiça, Tarso Genro, pediu neste sábado que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue procedente a ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que reinterpreta a lei de 1979, permitindo o julgamento de militares por tortura. Após o ato, no qual o governo voltou a pedir desculpas aos presos, mortos, desaparecidos e torturados pelo regime militar, Genro disse apoiar a criação de uma Comissão de Verdade e Reconciliação.

O instrumento seria uma oportunidade para que os agentes do regime pudessem reconhecer publicamente as violências que cometeram, sem serem punidos. "Não estamos pedindo que os torturadores sejam torturados. O que pedimos é que sejam julgados e que o que fizeram seja exposto ao povo brasileiro", disse ele, durante a solenidade que reuniu cerca de 200 pessoas, entre elas 37 ex-presos políticos, no Arquivo Nacional, no Rio.

Segundo o ministro, o julgamento de militares que praticaram tortura não se trata de "revanchismo ou de reabertura de antigas feridas" - para Genro, esses são argumentos normalmente usados por torturadores ou por políticos que estiveram a serviço do regime militar na tentativa de impedir a conclusão do processo de anistia ampla, geral e irrestrita "um desejo de Justiça".

"O que houve foi uma anistia processual e limitada", afirmou, acrescentando que, na época, com o aumento do apoio da população à oposição clandestina ao regime, a Lei da Anistia "protegeu mais os torturadores do que aos que resistiam". "Ouço pessoas dizendo que houve um contrato político e, por isso, as ações do Ministério Público contra torturadores devem cessar. Isso é uma fraude jurídica e política. Qualquer pacto exige que as pessoas estejam em igualdade de condições para negociar, e grande parte dos opositores (do regime militar) estava presa", discursou Tarso.

No ano passado, a OAB entrou com uma ação no STF pedindo a reinterpretação da Lei da Anistia à luz da Constituição de 1988 e do direito internacional, que estabelecem que a tortura é um crime de lesa-humanidade e, portanto, imprescritível. Essa ação foi motivada por outras ações do Ministério Público Federal pedindo o reconhecimento civil e criminal dos militares que praticaram a tortura. Esses processos vinham sendo julgados improcedentes em primeira instância porque a lei de 1979 fala em anistia para os condenados por crimes políticos e "conexos". Essa última expressão é interpretada como extensão do benefício aos torturadores e assassinos de opositores ao regime militar.

COMISSÕES DE VERDADE
O ex-militante da Ação Libertadora Nacional Gilney Miranda, um dos participantes das greves de fome nos presídios que precederam a aprovação da Lei da Anistia no Congresso, está recolhendo a assinatura de ex-presos políticos para um manifesto que pede, entre outras reivindicações, a instituição de uma Comissão de Verdade e Reconciliação.

Além disso, os ex-guerrilheiros querem que novos depoimentos sobre os episódios dos quais participaram sejam colocados no Memorial da Anistia Política, ao lado dos colhidos na época dos acontecimentos, tomados "quase sempre sob tortura". O monumento está sendo construído em Belo Horizonte (MG). A obra deve ser inaugurada no ano que vem. "Não nos basta os pedidos de desculpas que o governo no fez hoje enquanto o governo não tiver aberto todos os arquivos do DOI-Codi, do Exército, Marinha e Aeronáutica e o Estado nos contar a verdade nua e crua de como nos combateram", disse ele.

Além de Genro, os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Orlando Silva (Esportes) e o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, também participaram da solenidade.

por Fabiana Cimieri n'O Estado de S.Paulo


Ora, ora, ora. O Sinistro Falso Gênero atacando mais uma vez. E desta vez, no modelo "vamos de turminha, que é mais bacaninha"

Ele, que se diz formado em direito, parece não ter estudado direito (horrível a frase, não? É bem a cara daquele Sinistro!). Já falei neste blog sobre a definição e o alcance da Lei da Anistia de 1979 e a própria Advocacia Geral da União escreveu um parecer onde afirma que a anistia foi "ampla, geral e irrestrita", conceituação expressa na jurisprudência do Supremo Tribunal Militar (STM) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e na Constituição, estando a lei, portanto, de acordo com a Carta, não havendo razão para ser questionada.

Falso, que pede que os torturadores "sejam julgados e que o que fizeram seja exposto ao povo brasileiro", finge-se de morto ao dizer que isto é somente um "desejo de Justiça". Fosse assim, as ações de seus companheiros de armas, que queriam implantar o comunismo no país, também deveriam ser julgadas, pois se as ações dos torturadores da época "à luz da Constituição de 1988 e do direito internacional, que estabelecem que a tortura é um crime de lesa-humanidade e, portanto, imprescritível" podem ser punidas, as ações dos terroristas também são imprescritíveis e, portanto, devem ser julgadas - e que se revoguem todas as indenizações e todos os que assassinaram, roubaram, fizeram atentados à bomba, sequestraram etc. sejam presos e condenados.

O Sinistro Falso Gênero diz, ainda, que "a Lei da Anistia 'protegeu mais os torturadores do que aos que resistiam'". Mentira! Estes esquerdistas mentem tanto que parecem acabar crendo na própria mentira!

Conte quantos militares e policiais (e suas famílias), torturadores ou não, recebem gordas indenizações da União - ou seja, são pagos com o nosso dinheiro? E quantos ex-militantes de organizações comunistas, agindo como verdadeiros facínoras, têm as tais indenizações? Estes, ganham milhões. Àqueles primeiros, os que conseguiram, migalhas...

COMISSÕES DE VERDADE
E o tal Gilney, militante de uma das mais belicosas organizações terroristas da época, a ALN (Aliança Libertadora Nacional), da qual participava Estela Rousseff (ops, digo, Dilma)? Ele quer uma Comissão de Verdade para mostrar como "DOI-Codi, do Exército, Marinha e Aeronáutica e o Estado" os combateram?

Então que se o faça! Assim, o povo vai ver realmente como o combate era injusto: os terroristas viviam para matar qualquer um deles e usavam técnicas de guerrilha. Está até escrito no "Minimanual do Guerrilheiro Urbano", de Carlos Marighela, que dizia que os terroristas deviam promover:

"a. A exterminação física dos chefes e assistentes das forças armadas e da polícia.

b. A expropriação dos recursos do governo e daqueles que pertencem aos grandes capitalistas, latifundiários, e imperialistas, com pequenas expropriações usadas para o mantimento do guerrilheiro urbano individual e grandes expropriações para o sustento da mesma revolução.

É claro que o conflito armado do guerrilheiro urbano também tem outro objetivo. Mas aqui nos referimos aos objetivos básicos, sobretudo às expropriações. É necessário que todo guerrilheiro urbano tenha em mente que somente poderá sobreviver se está disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão, e se está verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas, dos latifundiários, e dos imperialistas."

Foram necessários alguns anos para que os terroristas brasileiros fossem detidos, uma vez que a maioria deles se escondia no meio da população - a mesma que eles diziam querer proteger dos "expropriadores do capital" e que, no mais das vezes, sofriam com os ataques perpetrados por eles.

Mas diga lá, Gilney, quando os terroristas, que queriam implantar um regime muitas vezes mais assassino do que foi a nossa "ditabranda", vão para de dizer-se honrados com suas ações e pedir desculpas ao povo brasileiro por terem sido a verdadeira causa da existência da ditadura - e, por consequencia, dos torturadores? Quando vocês vão "contar a verdade nua e crua" de como eram planejadas e executadas as ações que faziam: as bombas, os assassinatos, a perda de inocentes, os "justiçamentos" etc.?

À luz da nossa Constituição, promulgada anos depois da Lei da Anistia, e do direito internacional, a tortura é um crime imprescritível. Sob esta mesma luz, o terrorismo também é imprescritível. Assim, se for revogada a Lei da Anistia, que ambos, toturadores e terroristas, sejam punidos por todo o mal que cometeram no passado. Sem desculpas, sem prescrição, sem nova Anistia, com todo o rigor da Lei, como se os crimes cometidos por ambos os lados, tivessem acabado de ser cometidos! E que se cumpra!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

As Duas Caras de Lula da Silva

O recente artigo publicado em The Economist, cujo título é Do lado de quem o Brasil está?, a conceituada revista diz que "é hora de o presidente Lula da Silva defender a democracia em vez de abraçar os autocratas". Em boa hora alguém se faz a pergunta crucial, para desvelar de fato quem é e o que pretende o presidente brasileiro. Em vários artigos procurei alertar aos que ainda se iludem com a fachada e os discursos apresentados por Lula mundo afora, que esse senhor não é nem jamais foi um democrata, tampouco está interessado em acabar com os conflitos regionais - entre Venezuela e Colômbia, Equador e Colômbia - porque ele é o cérebro de toda esta patifaria como cabeça do Foro de São Paulo.

Apesar de lançar a semente da dúvida sobre as reais intenções do presidente brasileiro, The Economist se equivoca em continuar acreditando no "torneiro" pobre que conquistou a presidência de um país continental, que tirou 13 milhões de pessoas da pobreza, ou que foi sua mediação na última cúpula do MERCOSUL que fez Chávez desistir de condenar a Colômbia pelo acordo militar com os Estados Unidos.

Bem, em primeiro lugar Lula não tirou da miséria 13 milhões de pessoas, senão que fez reféns de esmolas que ele chama de "bolsas" (de vários tipos) e que na verdade são simples e claramente compra de votos. É isso que reflete sua tão estrepitosa popularidade e que está causando a cultura do ócio entre os mais despossuídos. A mão-de-obra já começa a escassear, pois as pessoas preferem viver com a esmola governamental do que ter um trabalho digno, mesmo que seja modesto.

Um caso muito concreto disso ocorreu há pouco, no estado do Ceará. As indústrias têxteis necessitavam incrementar seus negócios e então recorreram ao governo para obter financiamento. O governo exigiu que se fizesse capacitação para as candidatas a costureiras no SENAC, desde que estas fossem beneficiárias o bolsa-família. Assim foi feito. Encerrado o curso e com o diploma na mão, as mulheres foram encaminhadas às indústrias para o processo de seleção mas nenhuma foi contratada. Qual o motivo disso? É o patrão capitalista que é mau com as operárias? Não, absolutamente. Nenhuma delas se dispôs a renunciar ao bolsa-família em troca de um emprego estável, preferindo trabalhar "por fora" o que, naturalmente, as indústrias não aceitaram. Isto pode ser conferido na edição do dia 14 de agosto passado no site do Gilberto Simões Pires, o Ponto Critico.com. Dinheiro dos contribuintes jogado na lixeira, indústrias sem pessoal capacitado e votos garantidos para o governo federal - Lula ou sua candidata, a terrorista Dilma Rousseff.

Do mesmo modo com relação à democracia e "moderação" de Lula. Desde que tomou posse em 2003, Lula não fez outra coisa que oferecer seu apoio a ditadores e a dilapidar a economia brasileira com governos da região, porém, claro, somente com os pertencentes ao Foro de São Paulo ou republiquetas africanas onde ele afirma que os brasileiros têm "dívidas históricas". O cocalero presidente boliviano pôs os tanques nas refinarias da Petrobras e Lula não disse nada, ao contrário, ainda deu razão a Morales. Foi à Venezuela e fez campanha para Chávez, com o descaramento de dizer aos venezuelanos que Chávez é o melhor presidente que a Venezuela já teve em mais de cem anos e que "nunca antes na história desse país se respirou tanta democracia", apesar de conhecer a perseguição aos opositores, aos jornalistas, aos estudantes e meios de comunicação. Há poucas semanas foi a vez do "pai da pátria" Fernando Lugo, e o Tratado de Itaipu. Mais uma vez o prejuízo vai ser pago pelos brasileiros, pois Lula cedeu aos caprichos de campanha de Lugo, apesar dos reclamos do ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, e do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Neste artigo é possível conhecer o que Lula disse a respeito a Lobão e Gabrielli, e também o linguajar chulo e grosseiro usado na discussão com seus auxiliares.

No caso da morte de Raúl Reyes Lula se colocou contra a Colômbia, pois seu camarada do Foro de São Paulo foi abatido pelas Forças de Uribe. Não lhe importou nem um pouco se Correa atentava contra a Colômbia mantendo um terrorista em território equatoriano. Nem uma mísera palavra de condenação a Correa, senão apoio incondicional pela "agressão" à soberania do Equador por parte de Uribe. Do mesmo modo com Honduras, Lula - junto ao Foro de São Paulo, a OEA, a ALBA e todos os comunistas do mundo - insiste em condenar o "golpe de Estado", inclusive recebeu o ditador de meia tigela Zelaya, com honras de chefe de Estado, como se os brasileiros apoiassem esse ex presidente foragido.

Enquanto recebe Uribe e diz que "a Colômbia é soberana para fazer em seu país aquilo que melhor lhes convenha", com relação aos acordos recém feitos com os Estado Unidos, pelas suas costas - e mais uma vez estabelecido no recente encontro do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo - exige explicações acerca da presença norte-americana nas bases militares da Colômbia. Lula vê nessa presença uma ameaça à soberania e segurança hemisférica, mas não diz nada dos acordos militares entre a Venezuela e a Rússia recém firmados (Chávez pode?), tampouco da entrega de lança-foguetes venezuelanos às FARC. Sobre isso Lula faz vista grossa e olha para o outro lado, como se fosse rotineiro e legal entre dois Estados, e não entre um Estado e um bando terrorista e narcotraficante.

Lula, Correa e Chávez, apoiados por Fidel, Morales e Ortega, repetem como papagaios de bordel que a presença norte-americana é uma "agressão" e uma "afronta" à estabilidade na região, porém na verdade eles temem é que com os sofisticados equipamentos se acabem descobrindo onde ou em que caverna se escondem os cabeças das FARC, ou que sejam postas a descoberto as rotas do tráfico em seus países que eles sabem da existência e calam cúmplices.

O The Economist termina sua nota dizendo que Lula deve "envergonhar Chávez traçando uma linha clara, pública e a favor da democracia", porém isso não é possível por dois motivos: primeiro, porque Lula e Chávez são as duas caras da mesma moeda. Entretanto, como Lula é o cabeça do Foro de São Paulo não pode ser tão intransigente e se expor como Chávez, senão que necessita "parecer" moderado, conciliador e que joga bem em todas as frentes - sobretudo com o comunista Obama -, para poder continuar dirigindo e implantando o comunismo no continente sem que ninguém perceba. E segundo, porque ele não pode ser ao mesmo tempo comunista e democrata, e não vai largar mão de seu projeto comunista continental, pactuado com o zumbi Fidel Castro há 19 anos. Não agora, que seu sonho já é realidade, com quinze presidentes eleitos pelo Foro de São Paulo.

por Graça Salgueiro

Sim, Nós Somos Imbecis!

ENTRE OS CITADOS - Assim como muitos brasileiros inconformados, também lamentei bastante por estar incluído entre aqueles que o presidente Lula, de forma inflamada, acusou de imbecis aqueles que criticam o programa assistencialista -Bolsa Família.

Ainda que aborrecido decidi que não deveria rebater a provocação no mesmo tom. Não seria educado. Mais: seria inadequado além de não acrescentar nada de positivo. E também não ajudaria a esclarecer coisa alguma.

BOLSA DESPERDÍCIO - Como hoje é sexta-feira, dia do Grupo Pensar Econômico se manifestar neste espaço, o melhor mesmo é tratar do Bolsa Família como ele merece ser tratado: com fatos reais e irrefutáveis.

Aliás, neste momento já não é mais preciso usar de projeções e/ou expectativas de desperdício a ser colhido no futuro. A verdade já está disponível para uma total compreensão do quanto representa o Bolsa Desperdício.

COM TODA A RAZÃO - Antes de expor o descalabro informo que o fato, por si só, faz com que Lula esteja totalmente correto na sua afirmação. Vocês vão dar razão a ele. Este entendimento adquiriu sentido absoluto depois de ouvir, alto e bom som, o que me contou ABERTAMENTE o diretor do Sinditêxtil, ontem, no almoço que participei na FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Vejam:

CURSO PARA 500 MULHERES - Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser constantemente formada e preparada. Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o governo para coordenar um curso de formação de costureiras. O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família. De novo: só para aquelas que recebem o Bolsa Família.

ATRIBUIÇÕES - O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o governo entrou com o recurso; o Senai com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e, o Sinditêxtil com o compromisso de enviar o cadastro das formandas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras. Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor. Pois é.

ZERO DE CONTRATAÇÕES - Pois bem. O curso foi concluído recentemente e com isto os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações. E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO, gente.

Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser baixo, mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO. Sem qualquer exagero. O motivo? Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o diretor do Sinditêxtil.

PARA SEMPRE - Todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um beneficio que não pode ser perdido. É para sempre. Nenhuma admite perder o subsidio.

SEM NEGÓCIO- Repito: de forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formandas é de que não se negocia a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas se negaram, nenhuma costureira foi aproveitada.

A RAZÃO DE LULA - O que sobrou nisso tudo? Muita coisa. O custo alto para formar as costureiras foi desperdiçado. E pelo que foi dito no ambiente da FIEC, casos idênticos do mesmo horror estão se multiplicando em vários setores. Considerando que a região nordeste do país contempla o maior número de beneficiados com o Bolsa Família, aí está a razão para sermos todos imbecis e idiotas. Lula tem razão. Toda razão.

por Gilberto Simões Pires, no PontCritico.com

Como Tornar-se um Idiota (e Ainda Ser Louvado por Isso)

O que vem a seguir é uma série de recomendações, elaboradas após anos de atento estudo e observação, que visam a servir de manual ou receituário para quem quiser tornar-se um autêntico exemplar do que já se convencionou chamar de perfeito idiota latino-americano (ou europeu, ou asiático etc.). Trata-se de um conjunto de regras básicas para quem deseja fazer parte dessa crescente grei, que espero seja útil aos prováveis candidatos ao troféu de maior idiota do ano - especialmente aos estudantes e professores de Filosofia e de Ciências Sociais nas universidades brasileiras, entre os quais se pode encontrar facilmente alguns de seus espécimes mais ilustres.


A primeira e mais importante regra de todas, e a qual o aspirante a idiota não pode jamais esquecer, é que ele ou ela deve, em primeiríssimo lugar, dividir a humanidade em duas categorias: os bons e os maus. Os bons são todos aqueles classificados no vago e abrangente rótulo de "esquerda"; os maus, obviamente, são os de "direita". Pode-se ainda refinar essa classificação, trocando esquerda por "revolucionário" ou, se esse termo parecer muito radical, "progressista", em contraposição a "conservador" e "reacionário", que dá na mesma. Desse modo, ter-se-á encontrado a maneira perfeita de definir o bem e o mal, o certo e o errado, em qualquer ramo do conhecimento: diante de um autor que não lhe agrada, mesmo que o que ele diga seja a verdade mais cristalina, basta tascar-lhe o rótulo de "direitista" e ele será imediatamente desacreditado; ante um autor de sua preferência, ainda que seja um notório charlatão e que só diga babatadas, diga que ele é de esquerda e que está do lado das classes populares, e tudo que ele disser virá revestido da verdade mais absoluta. Assim, não sendo mais necessário o exercício cansativo de pensar, tudo poderá ser resumido a essa fórmula extremamente complexa: "É de direita? Então não presta. É de esquerda? Então é bom."


Jamais seja modesto: tenha em mente que, assim como os mutantes do mal da série X-Men, você é um deus entre insetos: saiba que você pertence a um tipo superior de indivíduos, acima do restante da humanidade, como dizia um dos maiores ídolos da idiotia esquerdista mundial, Che Guevara. Apresente-se sempre como o verdadeiro e legítimo defensor da ética e da democracia, e seus adversários como trogloditas autoritários, além de ladrões e corruptos. Com a repetição sistemática desses epítetos, mediante slogans berrados ad nauseam, estará consolidada no imaginário coletivo a idéia de esquerdista como sinônimo de tudo de bom e positivo existente na espécie humana, com a contraparte inevitável do direitista associado automaticamente a tudo que não presta. Nem precisa ser de esquerda para isso: basta seguir o que dizia o dr. Goebbels.


Se você tem por volta de 60 anos e tiver a sorte de ter feito parte, um dia, de algum grupelho ou organização de extrema-esquerda adepta da luta armada durante os "anos de chumbo" do regime militar, e se você for pego em flagrante fazendo alguma coisa pouco republicana como um mensalão ou dossiês, faça questão de esfregar na cara de seu interlocutor que você tem uma “história", em nome da qual todos os meios se justificam. Ignore se alguém lembrar o fato inconveniente de que a organização a que você pertencia praticava assaltos e assassinatos não para que o País se tornasse uma democracia, mas para substituir a ditadura dos generais por outra ditadura, certamente pior. Se você tiver a boa fortuna de poder apresentar um atestado de ex-preso político ou torturado, ainda que tenha passado apenas algumas horas no DOPS depois de ter sido preso em alguma manifestação estudantil, então é a glória: além de "herói da resistência democrática", você poderá requerer uma gorda indenização dos cofres públicos pelos anos de perseguição política, e por não ter podido transformar o Brasil numa nova Cuba.


Se um jornal tiver a ousadia de publicar um editorial chamando de "ditabranda" um regime que matou 424 pessoas, a maioria terroristas, em 21 anos, faça um escarcéu: chame o jornal de "golpista" e outras coisas do gênero, deixando claro seu repúdio a essa tentativa de relativizar a ditadura. Só não cometa o erro de mostrar a mesma indignação contra ditaduras nada brandas, como a de Cuba, que já matou quase cem mil e continua matando depois de 50 anos. Se alguém lhe chamar a atenção para esse detalhe, desconverse: decrete a proibição de comparar, e pronto.


Use e abuse de termos como "fascista" para se referir a todos aqueles que, por qualquer motivo, discordam de você e acham que você não é a parte boa da humanidade. Afirme que todo direitista é fascista, e que o comunismo é o contrário do fascismo. Se alguém lhe recordar fatos como o pacto Hitler-Stálin de não-agressão e o massacre dos oficiais poloneses em Katyn, mude de assunto.


Culpe o capitalismo (ou o neoliberalismo, ou a globalização...) por todos os males do mundo: da pobreza na África ao aquecimento global e à extinção dos ursos polares. Não se importe com o fato de que você não pode viver sem celular e internet, e que essas facilidades são frutos do capitalismo. Quanto ao aquecimento global provocado pelo homem, não tenha dúvidas: é um dogma científico. Afinal, foi Al Gore quem disse, e ele até ganhou um Oscar por isso.


Ataque o capitalismo, onde quer que ele esteja, e também onde não esteja (como na maioria dos países da África). Deixe claro que você defende a “função social da propriedade” – como se o lucro já não cumprisse uma função social importante - e que, quanto mais Estado, mais bem-estar social - embora, se dependesse do tamanho do Estado e da carga tributária, países como o Brasil seriam de primeiríssimo mundo. Condene como ganância e egoísmo o enriquecimento pelo esforço próprio, mas não o uso dos cofres públicos para beneficiar os “companheiros”.


Junte ao anticapitalismo uma boa dose de ressentimento racial, colocando a culpa pela crise financeira muncial nos "brancos de olhos azuis". Aliás, o verdadeiro idiota torce para que a crise atual seja o início do fim do sistema capitalista, pois acredita que o capitalismo está sempre em sua fase final de crise e degeneração, desde, pelo menos, o crash da Bolsa de Nova York em 1929.


Se você passou anos vociferando contra a política econômica “neoliberal”, as privatizações etc., e está agora no governo, defenda a mesma política, a ponto de reivindicar sua paternidade. Reivindique para si as glórias da estabilidade econômica na época de vacas gordas, e culpe os outros (os EUA, os especuladores) em tempos de crise, ou de marolinha que virou tsunami. O importante é não reconhecer jamais, nunca, que quem botou ordem na casa foi outro, e não você.


Condene sem hesitar o capitalismo e o imperialismo, mas silencie, ou se diga pelo menos "neutro" em relação ao comunismo ou ao terrorismo islamita. Se não for possível tomar partido abertamente em favor destes, pregue a "moderação" e exalte as virtudes da "imparcialidade". Deixe de lado qualquer isenção, porém, quando se tratar do governo Bush ou de algum seu aliado. Declare-se neutro em relação às FARC ou ao conflito Israel-Hamas na Faixa de Gaza, sem se importar com o fato de que você está igualando narcoterroristas a um governo constitucional e um país democrático a fanáticos que juraram varrê-lo do mapa. Isso, lembre, é uma posição "equilibrada".


Como bom idiota, você acredita que ser "isento" é a suprema aspiração do jornalista, menos quando se trata de desancar a direita. É por isso que você, caro idiota, odeia revistas como a VEJA e adora a Carta Capital, esse modelo de revista "imparcial" e "independente". Ao mesmo tempo, não se esqueça de vociferar, sempre que tiver oportunidade, contra a "mídia burguesa", mas faça questão de dizer que defende a liberdade de expressão - desde que seja a favor, claro.


Demonstre que é um antiimperialista e defensor da democracia e dos direitos humanos: o verdadeiro progressista dos tempos atuais foi contra a invasão do Iraque e do Afeganistão que, como sabemos, eram as duas Suíças do Oriente Médio, governadas antes da invasão americana por pacatos democratas. Ao mesmo tempo, não esqueça de se mostrar revoltado e horrorizado diante das cenas de soldados americanos torturando prisioneiros em Abu Ghraib e em Guantánamo, mas não diga uma palavra, a não ser em defesa, sobre a ditadura de Saddam Hussein ou a dos irmãos Castro em Cuba, onde existem umas 300 guantánamos. Se tiver de fazê-lo, diga que em Cuba ou na Venezuela existe democracia “até demais”. Lembre-se: você é um ardente defensor dos direitos humanos, menos em Havana ou em Pyongyang. Defenda com veemência o fim do embargo dos EUA a Cuba, não se esquecendo de chamar o embargo de "bloqueio" e de acrescentar-lhe os adjetivos "criminoso e genocida", mas não diga uma palavra sobre os presos políticos e a censura à imprensa na ilha-presídio. O perfeito idiota esquerdista é um inimigo ferrenho de ditaduras passadas, como a de Pinochet, mas não das ditaduras presentes como a cubana. Em relação a esta última, ele é, no máximo, "equilibrado" e "imparcial". Pelo mesmo motivo, denuncie como genocídio o que os EUA fazem no Iraque e o que Israel faz com os palestinos, não o que o governo islamita do Sudão faz em Darfur. Aproveite e tente minimizar o massacre de opositores à teocracia do Irã como uma mera rixa entre vascaínos e flamenguistas.


Não se contente em se dizer um paladino da luta pela liberdade e pela democracia: tente reescrever a História. Tente, por exemplo, revogar uma Lei que anistiou terroristas e torturadores, de modo a que estes últimos sejam punidos, mas não os primeiros. Aliás, sempre que se colocar diante da questão, diga que o que você e seus companheiros praticaram quarenta anos atrás não foi terrorismo, e que aquele vigia de banco ou aquela dona de casa que levou uma bala na cabeça ou teve a perna estraçalhada por uma bomba foram apenas danos colaterais da heróica luta armada que queria instalar por estas plagas uma ditadura totalitária. Deixe ainda mais claro seu compromisso com a democracia e com a liberdade, repatriando, na calada da noite, fugitivos de regimes como o de Cuba e concedendo refúgio e status de perseguido político a assassinos da própria grei condenados pela Justiça de ditaduras como a Itália.


Se alguém lhe exigir coerência, rebata dizendo que democracia e direitos humanos são, na verdade, conceitos ocidentais impostos pelo colonialismo europeu aos demais povos do planeta, e que tais conceitos são relativos - jogando no lixo, assim, a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Mas atenção: só use esse argumento relativista quando o regime em questão for o de Cuba ou da China comunista, ou do Irã ou da Coréia do Norte. Nunca, jamais, use o mesmo argumento para se referir a ditaduras como a de Pinochet no Chile ou a dos militares brasileiros após 1964.


Se você for petista (um dos tipos mais numerosos de idiota), afirme até se convencer que o mensalão foi uma invenção da mídia golpista e das elites-que-há-quinhentos-anos-governam-o-Brasil, que querem derrubar o governo-que-mais-fez-pelos-pobres-na-História-do-Universo, proclamando que o PT é o partido mais ético do Brasil. Se não der certo, repita o discurso do chefe, e diga que não sabia de nada, que se sente "traído", ou que "todos fazem igual". Apegue-se principalmente a esse último discurso, sacando da manga a seguinte frase: "Ninguém presta na política, inclusive eu". Não ligue para o fato de que, alguns anos atrás, você estava com um discurso completamente diferente, dizendo "Ninguém presta, só eu".


Se você, por algum motivo, não estiver se sentindo bem no PT, não tem problema: você pode pular do barco que está afundando, e fundar um novo partido, afirmando que a o governo atual traiu os trabalhadores e o socialismo e voltando ao mesmo discurso moralizante que levou o PT ao governo. Sempre haverá quem caia nessa.


Há outras regras que caracterizam o perfeito idiota esquerdista. Por motivo de espaço, vou resumi-las aqui:


- Emocionar-se com os discursos “históricos” de Barack Obama, antes mesmo de eles serem pronunciados;


- Descartar o Foro de São Paulo como uma fantasia de teóricos conspiracionistas de extrema-direita, mas dar crédito a quem diz que os atentados de 11 de setembro foram uma conspiração da CIA;


- Negar de pés juntos que o Bolsa-Família seja um programa assistencialista e eleitoreiro e chamar de "imbecil" e "ignorante" quem diz isso;


- Ler os livros de Emir Sader e de Marilena Chauí, “as maiores cabeças da intelectualidade brasileira”;


- Comover-se até as lágrimas com os livros de Frei Betto e Leonardo Boff, duas almas elevadas;


- Acreditar que As VÉIAS abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, é um livro de História;


- Considerar Oscar Niemeyer e José Saramago dois gênios da humanidade;


- Acreditar que os filmes de Michael Moore são documentários, e não peças de ficção;


- Considerar a China e o Vietnã de hoje exemplos de sucesso do “socialismo”, embora haja mais comunistas hoje na USP do que em Pequim ou em Hanói;


- Idolatrar Che Guevara, Fidel Castro, Lênin, Trotsky, Mao ou Stálin, e ignorar quem foram Edmund Burke, John Stuart Mill, Ludwig von Mises, Jean-François Revel, Alexander Soljenitsin e Raymond Aron.


- Denunciar o “pensamento único ‘neoliberal’”, muito embora o esquerdismo seja há décadas o pensamento único nas escolas e universidades, até na vida quotidiana;


- Acreditar que não ser “alienado” e ter “senso crítico” é repetir slogans em passeatas;


- Crer que apontar a ignorância do presidente é “preconceito”, pois afinal ele é “do povo” – mesmo tendo deixado de sê-lo há uns trinta anos, pelo menos, e não tendo estudado porque náo quis;


- Afirmar que a oficialização do racismo por meio das cotas é o caminho para acabar com o... racismo – e isso no Brasil, um país, como se sabe, tão racista quanto era a África do Sul na época do apartheid;


- Pregar a tolerância com todas as religiões, menos com o cristianismo (e especialmente com a Igreja Católica, a menos que seja a teologia da libertação);


- Ser a favor do aborto, dos direitos dos gays e das minorias, em nome do "politicamente correto" – ainda que seja preciso proibir pastores evangélicos de citarem a Bíblia e humoristas de fazerem "piada de bicha";


- Achar que a solução para o problema da violência é o desarmamento – menos dos bandidos;


- Ser contra a redução da maioridade penal, uma “medida fascista” em vigor em países como Inglaterra e Suiça, e ser a favor da liberalização da maconha ("porque assim não haverá mais tráfico ilegal nem criminalidade");


- (Se for radical): Achar que Lula e Hugo Chávez não são de esquerda e se venderam ao capital;


- (Se for moderado): Achar que Lula é a esquerda "vegetariana", um antídoto ao "carnívoro" Chávez;


- (Se for nos países ricos): Consumir-se de complexo de culpa por ser branco, homem, rico, escolarizado e cristão;


- (Se for no Brasil): Posar de vítima por ser não-branco, mulher (ou gay), pobre, iletrado e torcedor do Olaria;


- Acreditar que o desenvolvimento é uma questão de vontade política, via decisão governamental;


- Achar que a Guerra Fria foi travada por um lado apenas, os EUA;


- Achar que são “políticas sociais”, e não leis mais duras e repressão policial, a solução para a criminalidade (ou seja: todos os pobres são bandidos em potencial);


- Não ver problema algum em consumir drogas ilícitas à noite e fazer passeata “pela paz” de manhã.


Ah sim, outra coisa importantíssima: sempre que se colocar diante da necessidade de emitir uma opinião sobre qualquer assunto, nunca se esqueça de se certificar que seu ponto de vista coincide com o da maioria, ou, mais especificamente, com o que pensam a respeito os medalhões de nossa intelligentsia nacional e internacional. Consulte antes os sábios. Se não tiver o que dizer, repita as palavras dos mestres: eles estão sempre certos, assim como a maioria. Jamais - nunca, em hipótese alguma - cometa o erro crasso de pensar com os próprios neurônios. Tenha sempre em mente o velho ditado comunista: "Melhor errar com o Partido do que acertar fora dele".


Finalmente, se de repente você se vir sem argumentos (o que ocorre com certa freqüência), não se acanhe e apele para o velho recurso da argumentação ad hominem, cobrindo quem não se coloca de seu lado com adjetivos como "agente da CIA", "lacaio do imperialismo" ou, então, "massa de manobra de Reinaldo Azevedo e de Olavo de Carvalho". Funciona sempre: dá a impressão de que seu adversário não tem pensamento próprio e se limita a servir de correia de transmissão desses autores. Exatamente o contrário de você, claro.


Pronto! Se você seguir direitinho as regras acima, garanto que se tornará, em pouco tempo, mais um exemplar da fauna dos perfeitos idiotas esquerdistas. Em breve, terá aposentado de vez a massa cinzenta existente dentro de seu crânio, a qual logo entrará em desuso, e estará agindo como um robô apatetado e repetidor de slogans, seguindo a manada. Asseguro ainda que você jamais se sentirá sozinho e desamparado, pois, se há algo que caracteriza os membros dessa espécie em contínua expansão, é a incrível capacidade gregária, sendo eles vistos quase sempre em grupo, conforme o velho ditado latino: Asinus asinum fricat. Fique certo de que, uma vez aceito como parte do "coletivo", as oportunidades se abrirão, e você terá um futuro brilhante pela frente, seja em alguma repartição oficial, em algum cargo comissionado, seja como professor em algum departamento de Filosofia ou Ciências Sociais em alguma universidade pública brasileira.


Se algum dia alguém lhe vier cobrar que preste contas de suas posições político-ideológicas, não se preocupe: acima de tudo, ser de esquerda - e ser idiota - é nunca ter de pedir perdão.


por Gustavo Bezerra